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O temor da greve geral

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A sinalização de que a greve geral, convocada para esta sexta-feira, pode ser bem maior do que a prevista anteriormente pelo governo, tem contribuído para aumentar o clima de tensão no mercado, dificultando a manutenção do nível de tolerância verificado nos últimos meses.

Temer está subestimando os efeitos negativos de sua baixa popularidade e disparada da taxa de desemprego, o que, somado ao clima de total repúdio à classe política, cria um barril de pólvora prestes a explodir a qualquer momento. A pressa para aprovar as reformas trabalhista e previdenciária pode ser considerada um erro estratégico até o momento, pois certamente aumentou a desconfiança de boa parte da população e, consequentemente, está estimulando mais setores da sociedade civil a participarem das manifestações.

O que seria um protesto de viés à esquerda está se tornando num novo ato de revolta mais abrangente, pois está incorporando pessoas e setores com diferentes motivações políticas e ideológicas. Contribui para o aumento da adesão às manifestações as delações da Odebrecht ainda frescas nas mentes das pessoas, que afetam em cheio o governo Temer e sua base.

O deputado federal Paulinho da Força, do partido SD, que por sinal integra a base do governo Temer, é justamente um dos organizadores da greve geral. Outro partido da base, o PSB, fechou questão contra a reforma trabalhista e previdenciária, com previsões de punições aos que não seguirem a orientação.

As duas reformas são extremamente relevantes, mas a propaganda do governo não tem funcionado e a forma como os temas tem sido tratados no Congresso e na própria mídia dificulta o entendimento e a aceitação por parte da população.

Para conseguir aprovar o texto-base da reforma trabalhista na Câmara, por 296 votos a favor e 177 contra (superior a maioria simples necessária de 257 votos), o governo teve que ceder em alguns pontos, como de costume. A votação de hoje é encarada pelo mercado como grande teste à reforma da previdência, que precisa de pelo menos 308 votos para ser aprovada.

Mesmo empenhando máximo esforço na articulação, o governo não conseguiu alcançar os simbólicos 308 votos necessários. Chegou perto, mas ainda não demonstra possuir base forte e unida para vencer na reforma da previdência, que por sinal é mais problemática e impopular. Além disso, o governo ainda precisaria de uma margem de gordura (ou segurança), pois clima no Congresso nas próximas semanas pode azedar de vez, a depender do desfecho das manifestações desta sexta-feira em várias cidades do País.

Investidores e operadores de juros futuros começaram a fechar posições na ponta comprada dos contratos mais longos, movimento que se tornou mais nítido nesta semana. A contragosto do Banco Central, as curvas longas iniciaram trajetória ascendente. Os contratos que vencem a partir de 2021 voltaram a pagar prêmio de dois dígitos.

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Confirmando as expectativas, a janela para liquidação de posições compradas começa a se fechar. Investidores ainda muito expostos na compra em contratos de juros futuros ou títulos soberanos locais precisam redobrar atenção e analisar rebalanceamento da carteira.

Na bolsa de valores (BOV:IBOV) o viés permanece vendido, embora com preços lateralizados no curtíssimo prazo. O mercado continua brigando pela LTB dos 69,5k, ainda sem sinalizar rompimento da zona de congestão.

Nos Estados Unidos, o índice S&P500 fechou o pregão com leve recuo, mais ainda permanece colado à máxima histórica. Donald Trump revelou nesta quarta-feira seu plano de cortes de impostos. Embora ainda escasso de detalhes (decepcionando o mercado), o projeto propõe corte de 35% para 15% na alíquota do imposto de renda para as empresas.

Trump também propôs que os lucros corporativos gerados no exterior por multinacionais norte-americanas sejam repatriados com uma taxa de imposto bem menor que a atual alíquota de 35%, mas não revelou qual será o novo percentual.

A princípio, o pacote tributário de Trump está muito aquém de uma reforma mais abrangente que ambos os partidos buscavam nos anos anteriores. O plano também deve elevar consideravelmente o déficit fiscal e, por conta disso, foi recebido com muita cautela no mercado.

Logo após a divulgação da proposta, parlamentares democratas demonstraram insatisfação com as mudanças alegando irresponsabilidade fiscal e abundância de benefícios para os norte-americanos mais ricos e grandes corporações.

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