A redução na taxa do IPCA de 0,25% para 0,14% de março para abril veio das contas de energia elétrica, mais baratas em 6,39%, além dos combustíveis, cujos preços caíram 1,95%. Com a queda nas contas, a energia, responsável pela significativa parcela de 3,5% da despesa das famílias, representou o maior impacto negativo no ranking do mês (-0,22 ponto percentual). Os combustíveis, responsáveis por parcela ainda mais significativa, de 5,0% da despesa das famílias, vieram em seguida, com -0,10 ponto percentual, já que caíram menos.
A queda de 6,39% no item energia elétrica foi influenciada por descontos aplicados sobre as contas, por decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de modo a compensar os consumidores pela cobrança indevida, em 2016, do chamado Encargo de Energia de Reserva (EER) destinado a remunerar a usina de Angra III. Isto, junto com a introdução, em primeiro de abril, da bandeira vermelha em substituição à amarela, trazendo um acréscimo de R$ 3,00 a cada 100 kwh ao invés de R$ 2,00.
Regionalmente, a queda menos intensa, de -0,73%, foi registrada na região metropolitana do Rio de Janeiro, tendo em vista que ter refletido ainda parte do reajuste de 9,81% vigente sobre as tarifas de uma das concessionárias desde o dia 15 de março. junto com o referido desconto e outras reduções, refletiu parte do reajuste de 9,81% vigente sobre as tarifas de uma das concessionárias desde o dia 15 de março. A queda mais intensa, de 13,21%, foi registrada em Campo Grande, onde, além do desconto e outras reduções nos impostos, o reajuste anual foi negativo, de -1,92%, com vigência a partir de 08 de abril.
A energia elétrica, portanto, levou à redução nas despesas com Habitação (-1,09%), que, como mostra a tabela abaixo, ficou tanto com a mais expressiva queda de grupo quanto com o mais expressivo impacto. Ainda no grupo, destaca-se, pela alta de 2,63% nos preços do gás de cozinha, reflexo de parte do reajuste de 9,8% em vigor desde o dia 21 de março.
A pequena queda no grupo Transportes (-0,06%) foi influenciada pelos combustíveis (-1,95%), já que o litro dagasolina ficou mais barato em 1,75% e o etanol em 3,33%. Por outro lado, houve, no grupo, pressão daspassagens aéreas, com alta de 15,48%, e dos ônibus urbanos, com 0,69%. A respeito dos ônibus, foi registrado aumento de 7,73% na região metropolitana de Porto Alegre, onde o reajuste de 8,00% entrou em vigor a partir do dia 31 de março, além de 6,67% em Recife, região onde, a partir de 26 de março, deixou de ser concedido o benefício do pagamento de meia tarifa aos domingos.
Do lado dos grupos que se mostraram em alta sobressai Saúde e Cuidados Pessoais (1,00%), tendo osmedicamentos na liderança dos principais impactos no índice do mês. Isto porque os preços aumentaram 1,95%, gerando impacto de 0,07 p.p.. Refletiram o reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, variando entre 1,36% e 4,76%, conforme o tipo do medicamento.
Em Alimentação e Bebidas a variação foi 0,58%, com aumento nos preços de vários produtos, como tomate(29,02%) e batata-inglesa (20,81%). Em contraposição aos itens anteriores, alguns produtos, como óleo de soja (-4,17%) e arroz (-1,69%) ficaram mais baratos de um mês para o outro.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 30 de março a 28 de abril de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 25 de fevereiro a 29 de março de 2017 (base).
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Variação em Abril de 2017 dos principais grupos de produtos e serviços que compõem a pesquisa de preços do IPCA.
Confira abaixo a variação mensal, a variação acumulada anual e a variação acumulada nos últimos doze meses dos preços médios dos principais grupos de produtos e serviços aferidos pela pesquisa do IBGE para o cálculo do IPCA de abril de 2017.
Mês (%) | Ano (%) | 12 Meses (%) | |
Alimentação e Bebidas | 0,14 | 1,10 | 4,08 |
Artigos de Residência | 0,58 | 0,82 | 3,51 |
Comunicação | -0,28 | -0,49 | 0,46 |
Despesas Pessoais | 0,55 | 1,21 | 1,80 |
Educação | 0,09 | 1,38 | 6,50 |
Habitação | 0,03 | 6,39 | 8,12 |
Saúde e Cuidados Pessoais | -1,09 | 0,48 | 3,72 |
Transportes | 1,00 | 2,92 | 8,91 |
Vestuário | -0,06 | 0,09 | 1,68 |
Total | 0,48 | -0,13 | 2,28 |