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Moody’s muda perspectiva dos ratings do Brasil para negativa por crise política

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A Moody’s Investors Service alterou hoje a perspectiva do rating dos títulos do governo do Brasil para negativa e afirmou os ratings de emissor e de dívida sênior sem garantia em Ba2 e em (P)Ba2, respectivamente.

A decisão foi determinada pelo aumento da incerteza em relação ao momento favorável às reformas após os últimos acontecimentos políticos e, em consequência, a ameaça crescente à recuperação econômica e à solidez da economia do Brasil no médio prazo.

Independentemente de seu desfecho, diz a Moody’s, a crise política que emergiu no Brasil na última semana provavelmente debilitará a agenda de reformas do governo e comprometerá a aprovação de reformas futuras, incluindo a da Previdência. Isto provavelmente impactará negativamente a confiança do investidor e levará ao aumento da volatilidade nos mercados, ameaçando o momento macroeconômico positivo observado desde o início da agenda de reformas promovida pelo presidente Michel Temer.

Aumento das incertezas

FUNDAMENTO PARA ALTERAÇÃO DA PERSPECTIVA DO RATING DO BRASIL PARA NEGATIVA

A perspectiva estável atribuída anteriormente ao Brasil foi baseada na expectativa de que a melhora observada nas condições macroeconômicas persistiriam, reforçada pelo sólido momento para promoção de reformas testemunhado sob a administração Temer, afirma a Moody’s em seu relatório. Independentemente do desfecho que venham a ter, as recentes alegações de corrupção contra o presidente ameaçam reverter o ciclo virtuoso entre normalidade política, implementação de reformas e confiança do investidor que sustentou a estabilização das condições econômicas.

Nos últimos meses, o governo conseguiu a aprovação de medidas importantes, incluindo uma emenda constitucional que limita os gastos públicos e promoveu, no Congresso, a discussão de reformas planejadas para a Previdência, que são fundamentais para a sustentabilidade fiscal no médio prazo. No entanto, a controvérsia envolvendo o presidente Temer provavelmente comprometerá as negociações da reforma da Previdência e, em consequência, ela pode não ser aprovada este ano como esperávamos anteriormente.

Além disso, olhando mais adiante, com a mudança do foco da administração para a crise política, a capacidade do governo de continuar desenvolvendo e implementando reformas necessárias para endereçar os problemas fiscais e econômicos do Brasil provavelmente será comprometida.

Perspectivas de piora da economia

Após dois anos de contração, a economia começou a se estabilizar, diz a Moody’s, que espera um crescimento modesto do PIB, de 0,5% em 2017, e a inflação recuando para 4,0%, abaixo da meta central de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância de +/-1,5%, o que permite que o Banco Central continue com o processo de afrouxamento dos juros.

A recuperação, e consequente estímulo à solidez econômica do Brasil no médio prazo, é ameaçada pela crise política, que provavelmente reduzirá a confiança do investidor e aumentará a volatilidade nos mercados. A melhora da confiança do investidor foi determinada pelo foco do governo nas reformas estruturais e pela capacidade de entregar resultados nesta área.

No atual contexto, uma incerteza política prolongada e o risco de uma nova transição administrativa provavelmente pesarão sobre a recuperação incipiente. A capacidade do Banco Central de promover novos cortes da taxa Selic pode ser comprometida caso um choque de confiança provocado por uma depreciação cambial alimente uma inflação mais alta, enfraquecendo o potencial impacto positivo no crescimento em 2018 e minando a economia fiscal com pagamento de juros menores sobre a dívida do governo.

Como consequência destes eventos, os riscos negativos para as nossas perspectivas de crescimento em 2017 e 2018 aumentaram. O crescimento de curto prazo normalmente tem importância limitada para os ratings de crédito; no caso do Brasil, no entanto, a persistência do choque bastante significativo para o crescimento observado nos últimos anos sinalizaria uma redução adicional da solidez econômica no médio prazo.

Debilidades

O rating de emissor Ba2 do Brasil reflete a solidez e as debilidades do perfil de crédito do país. O crescimento econômico abaixo do potencial e a frágil posição fiscal, que resultarão na continuidade do crescimento da dívida do governo nos próximos dois a três anos, são importantes limitadores do rating. Por outro lado, estes fatores são compensados pela ampla e diversificada economia do Brasil, vulnerabilidades limitadas na balança de pagamentos e as recentes reformas para contenção do aumento nas despesas do governo.

O que poderia elevar o rating

A Moody’s diz que pode alterar a perspectiva novamente para estável se a crise política for rapidamente solucionada, abrindo caminho para a aprovação das reformas fiscais neste ano; especialmente a da previdência. Reformas estruturais que levem ao crescimento no médio a longo prazo e aceleração do ritmo de consolidação fiscal, que levem a uma estabilização dos níveis de endividamento, podem levar a uma elevação de rating. Continuidade política e implementação consistente das reformas fiscais, incluindo o cumprimento do teto de gastos além de 2018, também podem levar a uma elevação de rating.

Rebaixamento

Uma intensificação da crise política que leve a um período prolongado de incerteza, impactando materialmente as perspectivas macroeconômicas e fiscais, pode exercer pressão negativa adicional sobre os ratings. A reversão das reformas fiscais já aprovadas, principalmente o cumprimento do teto de gastos, seria particularmente negativa para o rating.

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