O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país, cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o quarto trimestre do ano passado na série com ajuste sazonal. Esta foi a primeira alta nesse tipo de comparação, após dois anos consecutivos de queda. O crescimento foi puxado pela agropecuária, que teve expansão de 13,4%. A indústria cresceu 0,9% e os Serviços, com 0,0%, apresentaram estabilidade. Já o investimento, fundamental para a ampliação da atividade e da capacidade produtiva do país, caiu em relação a 2016.
Apesar da melhora, a expectativa do mercado é que o PIB volte a desacelerar no segundo trimestre, apresentando um crescimento perto de zero ou até negativo. A crise política tende a acentuar a incerteza e o desaquecimento, abrindo espaço para novos cortes dos juros como o de ontem.
Fonte: MCM Consultores. Obs; QoQ = comparação trimestre anterior; YoY = comparação mesmo período do ano anterior.
Queda de 0,4% sobre mesmo mês do ano passado
Os dados relativos ao PIB foram divulgados hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, em comparação com igual período de 2016, o PIB recuou 0,4%.
A queda de 0,4% constitui o 12º resultado negativo consecutivo nessa base de comparação. O valor adicionado a preços básicos teve variação negativa de 0,3% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios recuaram 0,8%.
Dentre as atividades que contribuem para a geração do valor adicionado, a agropecuária cresceu 15,2% em relação a igual período de 2016; a indústria sofreu queda de 1,1% e o valor adicionado de serviços caiu 1,7%.
A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2017 foi de 15,6% do PIB, abaixo da observada no mesmo período do ano anterior (16,8%). A taxa de poupança foi de 15,7%, ante 13,9% no mesmo período de 2016.
Demanda interna e consumo das famílias em baixa
Segundo o IBGE, pelo oitavo trimestre consecutivo “todos os componentes da demanda interna apresentaram resultado negativo na comparação com igual período do ano anterior”.
Mesmo com o crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre deste ano, no mesmo período a Despesa de Consumo das Famílias caiu 1,9%. “Esse resultado pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de crédito e mercado de trabalho ao longo do período”, justificou o IBGE.
Queda no ano do PIB é de 2,3%
Já no resultado acumulado dos quatro últimos trimestres terminados no primeiro trimestre deste ano, o PIB teve queda de 2,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Esta taxa resultou da contração de 2,1% do Valor Adicionado a preços básicos e do recuo de 4,1% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação decorreu dos seguintes desempenhos: agropecuária (0,3%), indústria (-2,4%) e serviços (-2,3%).
PIB de R$ 1,6 trilhão
Segundo o IBGE, em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de março de 2017 totalizou R$ 1,6 trilhão.
Desse total, R$ 1,381 trilhão referem-se ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 213,6 bilhões aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Ainda em valores de mercado, a agropecuária registrou R$ 93,4 bilhões, a indústria R$ 291,1 bilhões e os serviços R$ 996,4 bilhões.
Já entre os componentes da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias somou R$ 1,004 trilhão; a Despesa de Consumo do Governo, R$ 307,6 bilhões; e a Formação Bruta de Capital Fixo, ou seja, o investimento, alcançou R$ 248,6 bilhões.
As informações são da Agência Brasil.