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Fusão entre Neoenergia e Elektro cria empresa de R$ 20 bi de faturamento

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A fusão das companhias (BOV:EKTR4), que deverá ser anunciada nesta quinta-feira, 8, vai criar a maior empresa de distribuição de energia do Brasil, com faturamento próximo de R$ 20 bilhões. A nova companhia – formada a partir da combinação dos ativos das duas elétricas, que têm como sócio comum a espanhola Iberdrola – pretende abrir o capital nos próximos meses, segundo fontes a par do assunto.

A transação que está sendo costurada prevê troca de ações das companhias. Conforme antecipada pelo Estado, a operação começou a ser discutida nos últimos meses, quando os principais acionistas Neoenergia (BOV:GNAN3B) e Elektro das companhias sentaram para negociar a união dos ativos.

A Neoenergia ainda tem como sócios a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e o Banco do Brasil. Fontes a par do assuntos afirmaram que tanto o fundo de pensão como o Banco do Brasil pretendem aos poucos sair do negócio, após a nova empresa ir à Bolsa. Pessoas familiarizadas com o assunto afirmaram ainda que o grupo Iberdrola tentou alinhar a união das duas empresas em 2011, quando adquiriu o controle da Elektro, mas as conversas não avançaram. À época, o grupo desembolsou US$ 2,4 bilhões pelo ativo.

A fusão entre as duas empresas sempre foi vista como um caminho natural, uma vez que o grupo Iberdrola é acionista comum das companhias. Neste ano, a multinacional espanhola fechou o escritório no Rio de Janeiro e todas as decisões da empresa passaram a ser tomadas na Elektro, que fica em Campinas, no interior de São Paulo – o que já indicava uma movimentação no grupo de que a fusão estava em curso. “Com o negócio, a nova empresa se tornará a maior em distribuição em volume de energia.

Até agora, essa posição era ocupada pela AES”, afirma o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello. Além de três distribuidoras que abastecem 770 municípios nos Estados da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, a Neoenergia detém 50% de participação na Hidrelétrica Teles Pires, de 1,8 mil megawatts (MW), e 10% de Belo Monte, de 11 mil MW. No ano passado, o grupo faturou R$ 14,8 bilhões.

Já a Elektro encerrou o ano com receita líquida de R$ 4,7 bilhões. A empresa detém uma concessionária de energia que abastece 223 municípios paulistas e cinco cidades do Mato Grosso do Sul, além de uma comercializadora e ativos de geração. No último leilão de transmissão, a companhia arrematou 600 km de linhas para serem construídas. “A Elektro tem uma qualidade muito boa e pode melhorar o perfil dessa nova empresa”, afirma Mello. Isso porque a Neoenergia tem elevado endividamento. De acordo com o balanço do primeiro trimestre deste ano, a dívida do grupo estava em R$ 11,6 bilhões, sendo R$ 4 bilhões no curto prazo.

Saída

A fusão também é vista como a porta de saída do BB da Neoenergia. O banco já tinha sinalizado que não pretendia ficar em setores que não faziam parte do seu principal negócio. No caso da Previ (que soma fatia de 49%, incluindo um dos fundos de investimento), eles serão diluídos e podem sair de uma vez, em um futuro IPO, disse outra fonte ao Estado. No passado, a Iberdrola tentou comprar o controle da Neoenergia, mas as negociações não avançaram por entraves com os sócios.

Em 2012, os espanhóis mudaram de estratégia e colocaram sua parte à venda na empresa. Chegaram a ter boas propostas de investidores chineses, como a State Grid, mas não fecharam um acordo por causa da interferência do governo, que não queria o avanço dos asiáticos na área de energia (hoje os chineses têm comprado vários ativos no setor). Além do aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a transação também deverá ser apreciada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Procuradas, Previ e BB não comentam.

A Neoenergia informou que “não tem informação a respeito (do assunto). Elektro e Iberdrola não retornaram os pedidos de entrevista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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