O noticiário corporativo traz nesta quarta-feira, além de revisões de recomendações, a discussão hoje no TCU sobre caso da compra da Swift pela JBS, enquanto o governo pode privatizar usinas e subsidiárias da Eletrobras e a Petrobras fez um novo anúncio de reajuste. Confira mais destaques:
Eletrobras (BOV:ELET3;BOV:ELET6)
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o governo pretende apresentar ao Congresso uma proposta que vai permitir a privatização de usinas e subsidiárias da Eletrobras. O projeto, que ainda vai a consulta pública, autoriza a venda de usinas antigas que tiveram as concessões renovadas durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. A proposta prevê que a Eletrobrás poderá escolher quais usinas pretende privatizar e, se desejar, poderá até vender subsidiárias inteiras, como Furnas, Eletronorte, Eletrosul e Chesf.
O dinheiro a ser obtido com a venda das usinas será dividido igualmente entre o governo, Eletrobrás e os consumidores, que poderão ter abatimento da conta de luz no futuro.
Segundo fontes do governo, uma parte desse dinheiro obtido com a privatização das usinas vai ficar com o Tesouro Nacional e deve ajudar no resultado fiscal de 2018. Outra parte deve ficar com a Eletrobrás, dona dessas instalações e que tem enfrentado dificuldades financeiras. A terceira parte deve ficar com o consumidor, abatendo custos da chamada Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial que banca os subsídios e programas sociais do governo.
Petrobras (BOV:PETR3;BOV:PETR4)
A Petrobras reduziu em 4,5% em média os preços do gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado pelas distribuidoras em botijões de até 13 kg (GLP P-13), o gás de cozinha. O reajuste entrou em vigor à zero hora de hoje. O último reajuste ocorreu em 8 de junho.
O ajuste foi aplicado sobre os preços praticados sem incidência de tributos. Se for integralmente repassado aos preços ao consumidor, a empresa estima que o preço do botijão de GLP P-13 pode ser reduzido, em média, em 1,5% ou cerca de R$ 0,88 por botijão, isso se forem mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos. Esta alteração não se aplica ao GLP destinado a uso industrial/comercial.
“Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores”, destaca a estatal.
JBS (BOV:JBSS3)
O Tribunal de Contas da União (TCU) decide nesta quarta-feira a partir das 14h30 se responsabiliza Joesley Batista, dono da J&F e delator de esquemas de corrupção nos governos Lula, Dilma e Temer, por prejuízos em um negócio de US$ 750 milhões com o BNDES. A corte vai julgar se uma cláusula do acordo firmado pelo empresário com a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve ser aplicada ao processo que avalia perdas de R$ 120 milhões aos cofres do banco público, livrando-o da obrigação de ressarci-las.
O TCU identificou favorecimento do BNDES à J&F na operação para capitalizar o grupo e viabilizar a incorporação do frigorífico americano Swift Foods, em 2007. Auditoria na transação mostra que o BNDESPar – braço do banco para a aquisição de participação em empresas – pagou indevidamente ágio de R$ 0,50 em ações, o que causou o dano milionário ao erário. Os auditores do TCU propõem que os ministros da corte citem Joesley, além de gestores do BNDES e autoridades do governo Lula, a responder pelos prejuízos. Entre eles, estão o ex-presidente do banco Luciano Coutinho e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Em parecer sobre o caso, no entanto, o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Paulo Soares Bugarin, sustenta que o empresário não pode ser responsabilizado pelas perdas com base, exclusivamente, nas informações que ele próprio apresentou em sua delação. Bugarin se baseia em trecho do acordo de delação do empresário com a PGR no âmbito criminal. O texto permite o uso da colaboração como prova em processos cíveis e administrativos, desde que não sirva para prejudicar o delator.
A palavra final sobre a citação de Joesley será dos ministros do TCU. O relator do processo, Augusto Sherman, apresentará um voto com sua posição nesta quarta-feira. O julgamento é considerado emblemático, pois servirá de parâmetro para outros processos da J&F na corte. Até a noite desta terça-feira, o relator não havia compartilhado o documento com os colegas de plenário. A justificativa é de que o caso é sigiloso.
O TCU faz auditoria em outros negócios do BNDES com o grupo. No período sob investigação, o banco investiu R$ 10 bilhões na holding – que controla a JBS, dona das marcas Seara e Friboi – graças à política de criar campeões nacionais em alguns setores da economia. Em outros casos, referentes a prejuízos em obras da Petrobras, o TCU já livrou delatores de punições em “homenagem” ao instituto da colaboração. Um deles foi o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.
Embraer (BOV:EMBR3)
Destaque para duas notícias sobre a Embraer. A Bloomberg destaca que a companhia luta para manter modelo E190 no mercado norte-americano. A JetBlue Airways vai decidir até o final do ano se tira da sua frota o avião E190 da Embraer, aeronave com capacidade para 96 a 114 passageiros e que tem lutado para competir com modelos maiores no mercado norte-americano. Todas as opções estão sendo consideradas na revisão de
frota da JetBlue, disse o diretor financeiro da JetBlue, Steve Priest. Entre as opções, está eliminar os sessenta E190 que a cia. aérea atualmente opera, substituindo-os por outros aviões.
Além da Embraer, o C Series da Bombadier e o A319 da Airbus (EU:AIR) são candidatos. Um jato menor da Mitsubishi Corp. também deve
estar pronto até meados de 2018. Caso a JetBlue abandone a aeronave brasileira, a Aeromexico seria a única operadora a utilizar o modelo no mercado norte-americano.
American Airlines (NASDAQ:AAL) e Air Canada (TSX:AC) já decidiram deixar de operar o E190. A luta para permanecer no mercado norte-americano é, em parte, porque esse tipo de aeronave, que carrega menos passageiros e faz rotas menores, exige que as companhias aéreas cobrem tarifas maiores em outros trechos para cobrir os altos custos desses voos, uma política de preços que tem sido questionada pela empresas.
“A questão é se esse tipo de precificação ainda funciona”, diz Richard Aboulafia, analista do setor aeroespacial da Teal Group. “A decisão da JetBlue vai servir de referência para entender como essas cias. aéreas estão vendo esta questão agora”, disse ele à Bloomberg.
Já o Safra revisou as estimativas para Embraer e estabeleceu novos preço-alvos de US$ 24,00 e R$ 20,50 para ações da empresa negociadas nos EUA e no Brasil, respectivamente, o que sugere potencial de upside de 31% para os papeis. Após entregas e resultados fracos no primeiro trimestre, o Safra espera melhores números no segundo trimestre, especialmente em aviação comercial. A companhia deve cumprir seu guidance, que contempla US$ 5,9 bilhões de receita líquida e margem Ebit de 8,2%, assumindo melhora de entregas e resultados do segundo trimestre em diante. Já o ano de 2018 permanece como principal preocupação de investidores, devido à transição na família de produtos de
aviação comercial. O Safra mantém recomendação neutra para as ações.
Braskem (BOV:BRKM5)
Segundo o jornal Valor Econômico, a B3 vai analisar ainda nesta semana a possibilidade de suspender a petroquímica Braskem do segmento de negociação conhecido como Nível 1. A Braskem não divulgou as demonstrações financeiras do primeiro trimestre deste ano e do ano passado.
M. Dias Branco (BOV:MDIA3)
A M. Dias Branco teve a recomendação elevada de marketperform para outperform pelo BB Investimentos, com preço-alvo de R$ 57,00.
Gol (BOV:GOLL4)
A Gol divulgou atualização ao investidor sobre dados do segundo trimestre. A margem operacional prevista envolve aumento de aproximadamente
1.000 pontos-base na base anual. A receita unitária de passageiro (Prask) para o trimestre aumentou entre 7,5%-8,0% comparada ao mesmo período do ano passado. Para o trimestre findo em junho, a Gol espera aumento da receita unitária (RASK) de 8,5%-9,0%. Os custos unitários ex-combustíveis (CASK ex-comb.), excluindo despesas não recorrentes, deverão cair aproximadamente 4% no trimestre findo em junho, comparativamente ao mesmo período do ano anterior.
A Gol reduziu dívida total, incluindo arrendamento financeiros e operacionais, em aproximadamente R$ 100 mi no trimestre,
totalizando mais de R$ 4,8 bi em redução de dívida nos últimos 18 meses. A Gol estima margem Ebitda de 6,5% a 7,0%, excluindo não recorrentes.
Via Varejo (BOV:VVAR11)
A Via Varejo firmou acordo com a família Klein, acionista minoritária da empresa, que ajusta o pagamento de perdas incorridas até 8 de novembro de 2016 e define as responsabilidades das partes por prejuízos verificados após a data base, bem como garantias de pagamento à empresa.
Em fato relevante divulgado na noite de terça-feira, a varejista de eletroeletrônicos e móveis esclarece que “foram encerrados procedimentos para notificações de demandas judiciais que poderiam corresponder a perdas e danos indenizáveis de parte a parte” até 8 de novembro.
Após essa data, as partes se comprometem a “ajustar as garantias prestadas” para assegurar o reembolso da companhia por perdas que venham a ocorrer, segundo o comunicado.
O acordo está sujeito à aprovação por parte do seu conselho de administração e também do Comitê Especial Independente para Transações Relacionadas. A companhia ainda teve preço-alvo elevado para R$ 13,00 pelo Safra.
Unipar (BOV:UNIP6)
A Unipar Carbocloro informou na noite de ontem que fez um ajuste nos termos de sua OPA (Oferta Pública de Aquisição) por conta de uma queda maior que a esperada nas ações da companhia.
Segundo o item 4.8 do edital da oferta, publicada em 28 de junho, a realização da OPA estava sujeita a determinadas condições, entre elas a não ocorrência de “(i) uma queda de 10% (dez por cento) ou mais no valor
acumulado da cotação da ação de emissão da Companhia na B3, tomando como base a cotação de fechamento verificada em 27 de junho de 2017”.
Considerando o fechamento desta terça, em R$ 10,90, os papéis da companhia acumulam uma queda de 15,68% desde 27 de junho. Diante disso, a empresa renunciou à esta condição, publicando assim um novo edital com esta informação ajustada.
Além disso, a Unipar confirmou que mantém a data do leilão da OPA para 28 de julho, com o preço de R$ 7,50 por ação. A companhia disse ainda que manterá o mercado informado sobre qualquer alteração na oferta.
Renova (BOV:RNEW11)
A Renova Energia informou na terça-feira que recebeu uma oferta não vinculante da Brookfield Energia Renovável para capitalização da companhia e aquisição de fatia da Light Energia na empresa, segundo comunicado. “A avaliação dessa proposta está sendo feita por seus acionistas controladores”, disse a Renova Energia, sem falar em valores.
Segundo fontes disseram à Reuters, a proposta incluiria 800 milhões de reais em capital novo para a empresa de energias renováveis, e o ofertante compraria a fatia de 16 por cento que a Light tem na Renova. A compra permitiria que a Light deixasse o bloco controlador da Renova, que também é formado pela Cemig e pela RR Participações. As units da Renova fecharam em alta de 5,96 por cento na véspera, cotadas a 7,47 reais.
(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)