O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, de 9,25% para 8,25% ao ano. Este é o menor nível desde julho de 2013, quando os juros subiram de 8,00% para 8,50% ao ano. A decisão foi unânime e veio dentro do esperado pelo mercado financeiro.
Esta também foi a oitava baixa seguida da Selic. A redução dos juros começou no fim do ano passado, com dois cortes de 0,25 ponto percentual, derrubando a taxa de 14,25% para 13,75% ao ano.
A decisão mostra que o BC decidiu manter a aceleração no ritmo de redução da taxa de juros em meio às previsões de que a retomada do crescimento da economia brasileira pode demorar mais para acontecer e aos sinais de desaceleração da inflação.
A previsão dos economistas das instituições financeiras é de que a taxa básica de juros continue a recuar nos próximos meses e chegue a 7,25% ao ano no final de 2017 – o menor patamar da história.
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Em comunicado divulgado após a reunião do Copom, o Banco Central indicou que o processo de corte da taxa básica de juros da economia continuará no futuro.
O BC informou que, no cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio estimadas pelo mercado, suas projeções para a a inflação recuaram para em torno de 3,3% para 2017 e elevaram-se para aproximadamente 4,4% para 2018.
“Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2017 em 7,25%, cai para 7,0% no início de 2018 e eleva-se para 7,5% ao final do ano [que vem]“, acrescentou o Copom. Em julho, o Banco Central estimava que a trajetória de juros que poderia alcançar 8% ao ano no fim de 2017.
O Copom avaliou, porém, que pode reduzir o ritmo de corte dos juros no próximo encontro do Copom, marcado para 24 e 25 de outubro.
“Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária [ritmo de corte dos juros]“, informou.
Acrescentou que o processo de redução dos juros “continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação“.
A instituição informou ainda que, no cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, suas projeções de inflação recuaram para em torno de 3,38% para 2017 e 4,18% para 2018. Esse cenário supõe trajetória de juros que alcança 7,25% ao final de 2017 e mantém-se próxima desse patamar até o final de 2018.
Mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, entre outubro de 2012 e abril de 2013, a Selic foi reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado que o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.
O objetivo do corte da taxa básica é estimular a economia. A taxa Selic é usada nas negociações de títulos públicos Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros do mercado. Ao aumentar o índice, o Banco Central torna o crédito mais caro e segura o excesso de demanda dos consumidores. Com juros menores, os níveis de produção e consumo em um cenário de baixa atividade econômica podem ser retomados, já que o crédito fica mais acessível, mas o controle da inflação fica enfraquecido.