Após uma semana de leve realização de ganhos pelos investidores da B3, em meio aos desdobramentos políticos e eventos importantes econômicos na China e Estados Unidos, o mercado se prepara para uma nova série de indicadores importantes a serem apresentados. No radar doméstico, o destaque fica para a esperada rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer pelo plenário da Câmara dos Deputados e a decisão do Copom sobre o novo patamar da taxa básica de juros. Na Bolsa, os investidores acompanham com atenção a largada da temporada de divulgação de balanços corporativos. Já a agenda externa terá reunião do BCE, além dos números do PIB no Reino Unido e nos Estados Unidos.
É amplamente esperado pelo mercado o início de uma desaceleração no ritmo de cortes na Selic pelo Comitê de Política Monetária. Na noite da próxima quarta-feira (25), o Banco Central deverá anunciar uma redução de 75 pontos-base na taxa básica de juros, recuando de 8,25% para 7,5% ao ano. Contudo, os investidores deverão observar com atenção o comunicado a ser apresentado, que trará novas indicações sobre os próximos passos da política monetária brasileira. Levando como base o último relatório Focus, do BC, a mediana dos economistas de mercado consultados espera que a Selic encerre este e o próximo ano a 7%.
Ainda na agenda doméstica, os investidores observam o resultado fiscal do governo central, previsto para quinta-feira (26). O número será divulgado após surpresa positiva da arrecadação do mesmo mês, que veio acima das expectativas. Uma arrecadação maior não representará aumento das despesas, mas poderá ser importante para que o governo reduza o déficit e caminhe em direção ao cumprimento da meta estabelecida para este ano, de R$ 159 bilhões.
Do lado da política, o centro das atenções fica para a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara dos Deputados. As expectativas são de que a peça seja apreciada pelos parlamentares na quarta-feira e o governo supere as ameaças mesmo em meio a um quadro mais desafiador em meio a uma agenda negativa, que agora envolve até mesmo a edição de uma portaria que altera a tipificação do trabalho escravo. Conforme noticiou a imprensa ao longo da semana, o governo hoje teme uma rebelião de membros da base aliada, o que pode comprometer o resultado. Embora corra poucos riscos de ver a formação de 342 votos contra si, o peemedebista sabe que o desempenho nesta votação dirá muito sobre sua capacidade para conduzir alguma agenda de reformas em novembro, apesar de serem searas completamente distintos.
Pelo radar corporativo, as empresas listadas na B3 dão início à temporada de divulgação de balanços referentes ao exercício do terceiro trimestre. Ao menos 20 companhias prestarão contas com seus acionistas entre os dias 23 e 27 de outubro. Entre os destaques aparecem Vale (VALE3), Usiminas (USIM5), Ambev (ABEV3) e Santander (SANB11), com o pontapé inicial sendo dado pela Fibria (FIBR3).
No exterior, após um novo dia de alta dos juros e dos yields dos treasuries norte-americanos, em meio à aprovação do orçamento de 2018 pelo Senado, o mercado continua na expectativa pelo nome a ocupar a presidência do Federal Reserve. Por lá, as falas da atual chairwoman da autoridade monetária local, Janet Yellen, proferidas na noite desta sexta-feira, poderão repercutir na abertura dos mercados na segunda-feira (23). A agenda de indicadores americana da próxima semana é extensa e destaca o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, a ser divulgado na sexta-feira (27), às 10h30 (horário de Brasília). O indicador deve trazer novas sinalizações sobre o nível de recuperação da maior economia do mundo e interferir nos rumos das decisões de política monetária do Fed.
Ainda na pauta externa, destaque para a agenda de divulgação de PMIs (Purchasing Managers’ Index) nos Estados Unidos e na Europa, na terça-feira (24), para os dados do PIB do Reino Unido, na quinta-feira às 6h30. Também no velho continente, destaque para a reunião do Banco Central Europeu, que deve manter os juros inalterados. Por fim, atenções também para os desdobramentos da tensão entre Espanha e Catalunha, as eleições no Japão e eleições legislativas na Argentina.
Fonte: Infomoney