O ministro de Minas e Energia em exercício, Paulo Pedrosa, defendeu que a privatização da Eletrobras (BOV:ELET6) vai elevar o nível de eficiência e trazer dinamismo à empresa. Pedrosa participou hoje (20) de workshop de energia promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.
Segundo o ministro, o objetivo do governo não é arrecadar com a venda, mas possibilitar a competição da empresa em um setor elétrico hoje altamente competitivo. “O antigo modelo esgotou. As estatais estão em situação dificílima. A Eletrobras perdeu R$ 175 bilhões em 13 anos. A Eletrobras não tem investido, a sua participação no setor caminha para ser irrelevante”, disse ele.
A Eletrobras ainda é a maior elétrica do Brasil, responsável por 32% da geração e quase metade das linhas de transmissão do sistema integrado, que transfere energia de uma região para outra do país. Para Pedrosa, o sucesso do leilão das quatro usinas hidrelétricas operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), realizado no mês passado, trouxe otimismo. “Sem esse leilão da Cemig, não teríamos a condição de avançar também na Eletrobras”, disse.
O ministro afirmou que a incapacidade de o governo federal injetar recursos na empresa reduz o seu poder de competição. Além disso, de acordo com ele, esgotou-se a capacidade do país de financiamento pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 0,5% para a geração de energia.
Quanto à tarifa de energia aos consumidores, Pedrosa admitiu a possibilidade de aumento. “Mas não adianta ter energia barata e encargos enormes pagos por fora. Teremos um preço justo, transparente, da energia”, afirmou.
Segundo ele, o modelo de cotas ilude a sociedade, pois apresenta a cota a baixo preço, que pode ser encarecido devido ao risco hidrológico associado.