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Indicadores da indústria têm recuo em setembro, mas CNI diz que queda estancou

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O setor industrial amargou resultados negativos no mês de setembro, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em comparação com agosto, todos os indicadores registraram recuo, tais como faturamento, utilização da capacidade instalada, emprego, horas trabalhadas e massa salarial. Os dados integram a pesquisa Indicadores Industriais, que foi divulgada nesta quarta-feira (1º).

O faturamento da indústria caiu 0,9% de um mês para o outro, na série livre de influências sazonais. Este é o segundo mês consecutivo de queda no indicador. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o faturamento está 2,9% abaixo do registrado no mesmo período de 2016. A situação, segundo a CNI, revela dificuldade da indústria para manter uma trajetória firme de crescimento, mas, por outro lado, indica que o ritmo de queda foi paralisado. “Não estamos descendo ladeira”, resume o economista da confederação Marcelo Azevedo.

O número de empregados na indústria caiu 0,1%. O economista da CNI argumenta que a indústria está demonstrando dificuldade em produzir e garantir postos de trabalho, por isso as demissões continuam ocorrendo, mas avalia que esse processo se dá, agora, em menor intensidade do que o que vinha sendo registrado.

Na comparação do acumulado no ano até setembro de 2017 e igual período de 2016, a queda chega a 3,4%. Segundo a CNI, a massa salarial real caiu 1,2%. No acumulado do ano de janeiro a setembro, a massa salarial está 2,4% abaixo do mesmo período de 2016. Já o rendimento médio real caiu 2,2% em setembro frente a agosto, mas o acumulado no ano até setembro é 1,1% maior que o registrado em igual período de 2016.

Tendo em vista esse período mais largo, Azevedo explica a diferença entre os resultados obtidos nos índices massa e rendimento pelo fato de, “por mais que, individualmente, cada um dos empregados esteja ganhando mais, o que tem efeito na inflação, a massa paga é ainda menor”. Ele acrescenta que a massa menor expressa que menos pessoas estão sendo pagas.

As horas trabalhadas na produção recuaram 0,1% em setembro frente a agosto. Nos últimos três meses, as mudanças não foram bruscas. O índice havia crescido 0,2% em julho e 0,1% em agosto. As horas trabalhadas recuam 2,7% frente a setembro de 2016 e caem 3% na comparação do acumulado entre janeiro e setembro de 2017 com igual período do ano anterior.

A indústria operou, em média, com 77,5% da capacidade instalada em setembro, na série livre de efeitos sazonais, uma queda de 0,2 ponto percentual na comparação com agosto. A utilização dessa capacidade de 2017 é idêntica ao que foi visto em 2016. Quanto a CNI compara o dado com a média para o período janeiro-setembro da série entre 2003 e 2015, a queda é de 4,2 pontos.

Apesar dos números negativos neste mês, a CNI afirma que a trajetória é de melhora, pois a sequência de quedas nos índices não se verifica mais. Azevedo expõe que, embora setembro tenha registrado variações negativas, elas não foram intensas. “Os indicadores todos que estamos avaliando mostram que está havendo estabilidade no crescimento. Isso significa que a gente parou de cair, mas ainda em um patamar lá embaixo, por isso há muito o que ser feito para crescer”, afirma.

Até o fim do ano, ele espera que setores como a indústria de transformação alavanquem o resultado e gerem um saldo positivo no crescimento industrial em 2017.

Depois, para o economista, é preciso garantir que, passada a recessão, seja recuperado o patamar de crescimento registrado pelo Brasil antes da crise econômica. “O dever de casa”, segundo ele, inclui qualificar trabalhadores, garantir energia e infraestrutura, além de preços acessíveis de insumos, entre outros itens.

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