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Pré-Market: Proclamação da reforma

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As mudanças no primeiro escalão do governo começaram ontem, dando o sinal verde para a votação da reforma da Previdência em breve no Congresso, o que deve animar os mercados domésticos nesta véspera de feriado. O pontapé inicial dado pelo tucano Bruno Araújo, que pediu demissão do Ministério das Cidades, aumentou a pressão pela saída de outros ministros do PSDB e deu início à reforma ministerial, que deve ser concluída até dezembro.

Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que a reforma ministerial começou e o presidente Michel Temer já considera mudanças mais amplas, substituindo inclusive os ministros que serão candidatos nas eleições de 2018. As decisões serão tomadas com base nos votos que o governo pretender reunir para aprovar as novas regras para a aposentadoria ainda neste ano, satisfazendo, principalmente, o Centrão, que reivindica mais espaço no Executivo.

Nesta semana de pausa nas votações no Congresso, Temer vai aproveitar para conversar com líderes da base aliada e costurar a troca de cadeiras em ministérios, resultando no desembarque do PSDB do governo. Só que ainda não se sabe qual será o impacto da saída dos tucanos, em meio ao racha no partido, e se de fato ainda haverá tempo hábil para colocar o projeto da Previdência em votação.

Afinal, o novo texto sobre as regras para a aposentadoria ainda precisa ser apresentado, analisado e, depois, seguir para o plenário da Casa, onde será submetido à votação duas vezes. Considerando-se os feriados nesta semana e no início da próxima, os deputados terão apenas oito dias úteis para aprovar a matéria e encaminhá-la ao Senado.

Apesar do prazo enxuto, o mercado financeiro trabalha com a expectativa de que Temer deve pagar a conta pelo apoio político dos partidos que o mantiveram no poder ao arquivar as duas denúncias contra ele e aprovar uma versão light da reforma da Previdência. Os pontos mais viáveis, sobre a idade mínima e a equiparação de valores, devem ser mantidos.

O problema é que na prática, esse plano de voo pode não funcionar. Jogam contra o governo a situação política ainda sensível de Temer, diante de outras pautas importantes que precisam do aval do Congresso e estão relacionadas ao Orçamento de 2018, e a pressa em votar uma medida tão polêmica como a reforma da Previdência ainda neste ano (mês).

Afinal, ninguém acredita que os deputados irão aceitar votar o tema durante o ano eleitoral. Nesse embate, o toma-lá-dá-cá pode deixar Temer e o mercado reféns.

Enquanto monitoram o cenário político em Brasília, os negócios locais também recebem os dados de atividade na China e aguardam desdobramentos sobre a reforma tributária nos Estados Unidos. A indústria e o varejo chinês perderam tração em outubro, com crescimentos abaixo do esperado, mas que ainda assim mostram uma expansão econômica em ritmo sólido.

A produção industrial chinesa cresceu 6,2% no mês passado, em base anual, ante previsão de +6,3% e após aumento de 6,6% em setembro, ao passo que as vendas no varejo avançaram 10% em outubro, no ritmo mais lento do ano e menos que a estimativa de +10,5%. Já os investimentos em ativos fixos cresceu 7,3% nos dez primeiros meses de 2017, conforme o previsto.

Esses números sustentam as commodities lá fora, mas não garantiram uma sessão de ganhos na Ásia. As perdas observadas nos índices futuros das bolsas de Nova York contaminam os negócios, afetando também a abertura do pregão na Europa. Nas moedas, o dólar mede força frente aos rivais, atento ao noticiário sobre o corte de impostos às empresas e às famílias pretendido pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Mais indicadores de peso serão conhecidos ao longo da manhã, desta vez na Europa. Entre os destaques, estão a produção industrial na zona do euro em setembro e a leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) da região no terceiro trimestre deste ano, além do índice ZEW de sentimento econômico na Alemanha e da inflação no Reino Unido.

Ainda no exterior, tem o índice de preços ao produtor (PPI) norte-americano em outubro. Mas o foco lá fora está em uma conferência que acontece em Frankfurt e que reúne os presidentes dos bancos centrais dos EUA (Fed), Janet Yellen; da zona do euro (BCE), Mario Draghi; da Inglaterra (BoE), Mark Carney; e do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda.

No Brasil, as vendas do varejo devem voltar a crescer em setembro, após interromperem em agosto cinco resultados positivos. A previsão é de alta de 0,3% no comércio, desconsiderando-se as vendas de automóveis e de material de construção. Já na comparação com um ano antes, o varejo deve ter se expandido pelo sexto mês seguido, em +5%.

Os números oficiais serão divulgados às 9h pelo IBGE. Na safra de balanços, a temporada de resultados trimestrais das empresas chega hoje ao fim com os números contábeis de BR Malls, Cemig, Copel, Natura e Sabesp. Ontem à noite, a Petrobras anunciou um lucro líquido de R$ 266 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 16,4 bilhões em igual período do ano passado.

Ainda assim, o desempenho da estatal petrolífera no período ficou abaixo do esperado, devido às provisões para perdas na Justiça e às despesas extraordinárias com a adesão ao programa de regularização tributária (Refis). Já a Oi registrou lucro com as operações no Brasil pela primeira vez desde 2015, enquanto os ganhos da JBS caíram de mais de 60%.

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