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Pré-Market: Só falta combinar com os deputados

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O Banco Central indicou que deve continuar cortando a taxa básica de juros no início do ano que vem, adotando a estratégia da “escadinha” e desacelerando mais uma vez o ritmo de corte, para 0,25 ponto, para então encerrar o ciclo de queda da Selic. Contudo, a condição sine qua non para uma continuidade do processo em 2018 é a aprovação das reformas econômicas, entre elas a da Previdência. E a frustração do governo em reunir um piso de pelo menos 290 votos até ontem deve pesar nos mercados domésticos hoje.

Coube ao vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur, dar a notícia de que “a conta não fechou” e que o presidente Michel Temer tem o apoio de 260 deputados a favor da reforma da Previdência. O número é menor que o esperado pelo próprio Palácio do Planalto e também está bem abaixo dos 308 votos necessários para aprovar o texto.

Sem reunir apoio suficiente, Temer decidiu fazer uma recontagem dos votos hoje, mas alguns aliados já teriam convencido ele de aguardar um pouco mais para marcar a data da votação da matéria e só definir quando houver maior certeza de que haverá os votos suficientes. Para Mansur, há condições de votar a pauta em dois turnos na Câmara até o dia 21 – um dia antes do início formal do recesso legislativo.

 Com isso, o governo descarta qualquer possibilidade de marcar o primeiro turno da votação das novas regras para a aposentadoria sem ter a segurança dos votos necessários. Temer está decidido em votar a reforma da Previdência ainda neste ano, mas o governo não deve assumir o risco e adotar a estratégia de pressionar os partidos que ainda não se posicionaram.

O fato é que está difícil entender o jogo político em Brasília. A decisão da Executiva Nacional do PMDB de fechar questão a favor da reforma da Previdência até pode influenciar outros partidos da base aliada de seguirem o exemplo, como foi o caso do PTB, mas a orientação às bancadas está longe de garantir um resultado favorável ao governo.

Isso porque o fechamento de questão pelas lideranças partidárias não deve incluir punições aos deputados dissidentes às vésperas de ano eleitoral. Logo, fechar questão pela reforma não garante, necessariamente, todos os votos das bancadas a favor da Previdência. Os casos mais emblemáticos são dos dois principais partidos da base aliada.

Os tucanos (PSDB) e o PSD – partido dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações) – ainda não se posicionaram sobre o assunto. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se esquivou dizendo que a bancada do DEM tem seguido a orientação do líder, sem precisar fechar questão.

Além de votos contrários, também se pode esperar ausências, com os parlamentares mais preocupados com a contagem de votos nas urnas das eleições de 2018. Por isso, o governo vai ter de trabalhar até o último minuto para conquistar votos e Temer promoverá nova rodada de reuniões para avaliar se é possível votar a matéria ainda neste ano. Para Maia, se houver expectativa de derrota, o melhor é não votar a reforma da Previdência.

Com isso, os investidores devem redobrar a cautela nos negócios locais, cientes de que a missão do governo, antes impossível, agora está mais difícil. O prazo apertado continua sendo um desafio a mais e encerrar o ano de 2017 sem a aprovação na Câmara da principal medida do governo para contornar as contas públicas turva o cenário para 2018.

Ainda assim, não é o momento para desfazer as apostas em relação ao que se espera para o ano que vem. Mas já é o caso de adotar uma postura mais defensiva, evitando maior exposição ao risco. Nesse sentido, perde consistência a reação dos mercados à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de derrubar os juros a um novo piso histórico.

Segundo o BC, o comportamento favorável da inflação e a recuperação gradual da atividade permitiram reduzir a Selic em mais 0,50 ponto, para 7%. Tal cenário contempla ainda “uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”, mas “o atual estágio do ciclo recomenda cautela”, no caso de uma “frustração” com as reformas e/ou de “reversão” do cenário externo favorável.

Lá fora, o sinal vindo dos mercados é positivo. As principais bolsas asiáticas encerraram a sessão em alta – exceto Xangai, seguindo os ganhos apontados pelos índices futuros das bolsas de Nova York, o que também favorece a abertura do pregão na Europa. O dólar ganha terreno, enquanto o barril do petróleo WTI caiu abaixo de US$ 56.

A agenda econômica doméstica traz indicadores antecedentes do mercado de trabalho e também o resultado de mais um Índice Geral de Preços, o IGP-DI. A previsão é de aceleração a 0,64%, o que reduziria a queda acumulada nos últimos 12 meses para -0,50%. Ambos os dados se referem ao mês de novembro e serão divulgados às 8h.

No exterior, merecem atenção a produção industrial na Alemanha em outubro e a última revisão na leitura do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no terceiro trimestre deste ano. No fim do dia, o Japão também informa a estimativa final do PIB do país no período. Já nos Estados Unidos, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego (11h30).

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