As 12 ações preferidas das corretoras para janeiro

Queda dos juros, inflação sob controle, maior crescimento da economia brasileira e empresas mais saudáveis, com dívidas menores e maiores lucros, além de um cenário externo de crescimento moderado e juros baixos, animam os analistas de ações neste ano de 2018. As projeções para o Índice Bovespa variam, de 85 mil pontos no caso da Socopa Corretora e do BB Investimentos a 90 mil pontos na Bradesco Corretora, com ganhos de 9% a 15%, respectivamente em relação ao recente recorde de 77.891 pontos.

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São retornos relativamente baixos em relação aos mais de 20% dos dois anos anteriores, mas bem acima dos juros básicos, que devem cair para 6,75% ao ano em fevereiro e continuar assim até dezembro. Essa menor rentabilidade da renda fixa é um dos fatores apontados pelos analistas para a alta da bolsa, com o aumento dos investimentos de fundos de pensão e pessoas físicas. A fatia desses investidores ainda é muito pequena, 17% e 20% do volume negociado, em um mercado acionário dominado totalmente pelos estrangeiros, com 50% do volume.

O principal risco ainda é a parte fiscal do país, que segue bastante complicada, e que por sua vez depende da eleição presidencial para que esse cenário benigno se prolongue. Como diz Dalton Gardiman, economista-chefe da Bradesco Corretora, o mercado trabalha com uma alta da bolsa de dois anos, enquanto o banco acredita que este ano pode marcar um ciclo de crescimento que pode durar até cinco anos dependendo do próximo presidente e do ajuste fiscal. E aí o índice pode superar os 100 mil pontos. Ou, como diz a Guide Investimentos, é a partir de 2019 que o cumprimento das metas fiscais se tornará ainda mais difícil com o aumento do déficit da Previdência.

Sinais da retomada nas carteiras de ações

A retomada do crescimento está presente na carteira de janeiro da maioria das corretoras, conforme levantamento feito pelo Portal do Pavini. Além de Petrobras (PETR3) (PETR4), maior empresa brasileira ligada a um insumo fundamental para o crescimento, há empresas de consumo como BR Foods (BRFS3) e Raia Drogasil (RADL3). Também ligados ao consumo, mas via crédito, estão os bancos, como Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3). E indiretamente, CSN (CSNA3), fornecedora de aço para fábricas de automóveis e bens duráveis e ainda com uma fatia em mineração com sua mina de Casa de Pedra. Infraestrutura e logística aparecem com CCR (CCRO3), Rumo (RAIL3) e Gerdau (GOAU4). E a B3 (BVMF3) com o crescimento do próprio mercado de capitais, que deve manter o ritmo forte de aberturas de capital do fim do ano passado e os volumes negociados altos.

Mas o risco político pode influenciar bastante o mercado, provocando maiores oscilações. Essa volatilidade começará cedo, com a votação no dia 24 da apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do tríplex do Guarujá no Tribunal Regional Federal da 4º Região, que pode tornar o líder das pesquisas inelegível. Há ainda a votação da reforma da Previdência, que deve ser retomada em 19 de fevereiro, após o Carnaval, e a instabilidade dos mercados mundiais, com a Coreia do Norte e seus mísseis e o instável Oriente Médio.

Um pouco de cautela

Por isso, corretoras como a Planner também escolheram ações mais defensivas, como as exportadoras Fibria Celulose (FIBR3) ou a Vale (VALE3) ou os próprios bancos, como Itaú Unibanco (ITUB4). A expectativa, porém, é que a disputa pela Presidência não comprometa o crescimento do país neste ano, mas pode afetar a tendência dos próximos, o que será antecipado pelo mercado de ações. O Bradesco estima uma chance de 20% de o ajuste fiscal não avançar, o que poderia levar o Índice Bovespa de volta para os 50 mil pontos. Mas a maior probabilidade é de continuidade, com 80%.

Abaixo, as ações mais citadas pelas corretoras e as carteiras de cada instituição.