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Bradesco Corretora vê Ibovespa em 90 mil pontos no fim de 2018; confira as indicações

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Os analistas da Bradesco Corretora estão muito otimistas com a bolsa neste ano de 2018. Em relatório enviado aos clientes, a corretora do segundo maior banco privado do país diz que espera que o Índice Bovespa atinja 90 mil pontos em dezembro, o que implica em um potencial de valorização superior a 20% em relação aos 76 mil pontos atuais. “Chegamos neste número atribuindo 80% de chances do cenário de ajuste fiscal ter continuidade após as eleições (o que poderia levar o Ibovespa aos 100.000 pontos) e 20% do ajuste fiscal ser interrompido (neste caso, o Ibovespa poderia ir para os 50.000)”, diz a corretora.

Segundo os analistas, o valor das ações também parece atrativo para o investidor, pois o principal índice da bolsa brasileira está refletindo em seus preços um crescimento de lucros até meados de 2019, enquanto a Bradesco Corretora espera que o atual ciclo de crescimento tenha duração de cinco anos.

PIB e lucros

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a recuperação dos lucros das empresas ainda são os principais temas do investimento em ações neste ano, avalia o banco em seu relatório. O consenso do mercado vem revisando para cima o PIB e as previsões de crescimento de lucros. “Ainda vemos riscos tendenciosos para o lado positivo”, diz o banco. “Esperamos que o crédito ganhe tração e impulsione a aceleração do PIB, enquanto a massa salarial real pode perder importância relativa como direcionador do crescimento”, prevê a corretora. Em um cenário de forte crescimento de lucros, a corretora dá preferência a segmentos e empresas cíclicas, ou seja, que acompanham as ondas da economia, sendo que os setores que se destacam como tendo alta sensibilidade ao ciclo são as varejistas e industriais.

Juros em baixa também vão ajudar

O comportamento da curva de juros é o segundo tema de investimento da corretora. A curva de juros brasileira se elevou consideravelmente desde maio, com a alta das taxas para os prazos mais longos, quando o estresse político teve um pico. Considerando a diferença entre os vencimentos para 2027 e 2019, o adicional no longo prazo passou de 1,10 ponto percentual em 17 de maio para 3,20 pontos agora. “Em nossa opinião, o declive atual reflete os riscos fiscais e políticos existentes”, avalia a corretora.

Setores ganham com juros longos menores

Portanto, acreditam os analistas do Bradesco, o cenário de ajuste fiscal contínuo deve mitigar os riscos fiscais e políticos e reduzir a inclinação da curva de juros nos próximos 12 meses, reduzindo especialmente as taxas de longo prazo. Os setores que se beneficiam das taxas em queda incluem: shopping centers, concessões rodoviárias, empresas do setor elétrico e pagadores de dividendos elevados.

Estatais ainda dão caldo

A Bradesco Corretora avalia também que ainda se encontra valor em empresas estatais. Mas a convicção sobre a atratividade das empresas públicas é menor do que em setores cíclicos e outros, uma vez que ainda não é tão fácil identificar os objetivos dos candidatos presidenciais em relação a essas companhias. Como resultado, os analistas recomendam exigir um preço em relação ao potencial das empresas mais atrativo e indicadores mais claros para essas empresas, buscando nomes mais expostos ao ciclo atual de crescimento.  “De um modo geral, pensamos que a valorização das ações de empresas públicas é potencialmente atraente”, afirma o relatório, que acrescenta que “comparando setores, preferimos as empresas estatais no setor bancário em relação à empresas de utilidade pública, já que são mais cíclicas”.

Riscos da eleição e do ajuste fiscal

Nas últimas cinco eleições presidenciais (1998, 2002, 2006, 2010 e 2014), a volatilidade do índice de ações brasileiro aumentou nos seis meses anteriores ao pleito. “Se o passado for um bom padrão para o futuro, devemos esperar um aumento substancial da volatilidade do mercado de ações brasileiro ao longo de 2018”, diz a corretora. Os movimentos deverão ser mais pronunciados, à medida em que se tenha convicção de quem serão os candidatos mais competitivos na disputa.

A corretora lembra também que o ajuste fiscal não acabou. Citando conversas com investidores estrangeiros, a Bradesco Corretora diz que o cenário base deles parece não ter um ajuste fiscal implementado até o final do ano de 2018. Neste contexto, o governo teria três potenciais direcionadores positivos: (i) o acordo de transferência de direitos do pré-sal com a Petrobras, que poderia somar R$ 60 bilhões em receitas; (ii) os depósitos voluntários no Banco Central, que poderiam reduzir materialmente o estoque de dívida bruta; (iii) o projeto de lei 314/2017, para permitir ao Banco Central devolver títulos do Tesouro equivalentes a R$ 150 bilhões, ou 2,3% do PIB, reduzindo o estoque de dívida.

Crescimento de 2% e juros subindo antes de dezembro

A corretora vê fatores que podem reduzir o otimismo, como uma perspectiva de crescimento de 2,0% para PIB durante este ano, abaixo dos 2,6% do consenso de mercado. Para os analistas, há limitações para que uma onda de investimentos possa ocorrer já em 2018. Além disso, é improvável que o consumo das famílias suporte um crescimento muito maior do PIB, dada a sua natureza muito menos volátil, afirma o economista-chefe da corretora, Dalton Gardimam. Essas limitações começam com as incertezas eleitorais, que devem continuar a adiar as decisões de investimento das empresas.

As questões da oferta de financiamento também farão parte em um contexto de redução de participação do BNDES no mercado de crédito (a fonte de financiamento mais tradicional para investimentos corporativos, além dos lucros retidos), bem como a falta de poupança doméstica.

Juros em 7,75% em dezembro

A Bradesco Corretora acredita também que os juros podem voltar a subir antes do esperado pelo mercado, que trabalha com 6,75% em dezembro deste ano. “Esperamos que o Banco Central comece a elevar a taxa básica já em 2018”, avalia Gardimam. A Selic terminaria o ano em 7,75%. Ele ressalta que, embora essa seja uma visão divergente entre os economistas (que não projetam altas), a curva de juros está precificando atualmente a Selic exatamente em 8%.

Apetite por iPhones, não caminhões, pode acelerar inflação

A explicação para essa volta dos juros seria que, juntamente com os riscos decorrentes das eleições, a inflação pode acelerar mais cedo do que o esperado por outros motivos. Por exemplo, o consenso do mercado de que há uma grande capacidade ociosa na economia que impediria a inflação de se acelerar neste ano. “Nós lançamos dúvidas sobre essa suposição, uma vez que grande parte do excesso de capacidade está concentrado em setores estimulados artificialmente por medidas intervencionistas (alocação de capital ineficiente)”, diz o economista. “Simplificando, fábricas de caminhões não produzem iPhones”, exemplifica, lembrando que a recuperação econômica atual vem do maior consumo e não desses setores com maior capacidade ociosa. Ainda assim, avalia Gardimam, qualquer preocupação neste front não é imediata e os dados de inflação devem ficar bem-comportados por um tempo: “projetamos inflação (medida pelo IPCA) de 4,2% em 2018”.

Dólar estável

Gardimam e sua equipe não veem grandes ameaças no cenário externo e esperam que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) siga subindo os juros moderadamente. Isso garante uma certa tolerância dos investidores com relação aos problemas do Brasil e permite ao país seguir tranquilo nas suas contas externas. A corretora lembra que as dívidas de empresas, bancos, governo e famílias nos EUA correspondem a 350% do PIB americano e qualquer aumento maior dos juros teria um impacto muito forte na economia. Para o Brasil, o impacto desse cenário externo sobre o real e o dólar seria de neutro para positivo. Mas há que se considerar os efeitos da eleição presidencial. Mesmo assim, a corretora projeta um dólar de R$ 3,40 no fim de 2018.

Efeitos em cada setor

A Bradesco Corretora fez uma análise por setor das perspectivas para 2018. Começando com o setor bancário, a retomada do crescimento do crédito será o tema principal. “Os bancos brasileiros enfrentam o desafio de manter os elevados retornos em meio ao cenário de taxas de juros mais baixas, enquanto outras melhorias na qualidade dos ativos devem contribuir”, dizem os analistas Rafael Frade e Renato Chanes. Além disso, durante 2018 devem ocorrer discussões mais profundas sobre bancos digitais em todos os países latino-americanos.

A carteira de crédito dos bancos poderia alcançar um crescimento mais forte do que o esperado, o que seria bem-vindo para enfrentar as pressões sobre os resultados da intermediação financeira, dizem os analistas. O cenário base contempla um crescimento de 4% no crédito no mercado, sendo 3% no Banco do Brasil, 6% no Itaú e 8% no Santander Brasil. Mas há o risco de novas empresas em dificuldades.

As ações preferidas pela Bradesco Corretora entre os bancos são as do Banco do Brasil (BBAS3), com preço-alvo de R$ 40,00, e do ABC Brasil (ABCB4), com preço-alvo de R$ 22,00.

Serviços Financeiros

Em serviços financeiros, a corretora espera resultados melhores. A bolsa B3 continuará a se beneficiar de uma atividade mais intensa no mercado de capitais, enquanto o atual cenário de competição para os adquirentes de cartões de crédito provavelmente persistirá. Embora os lucros das seguradoras possam ser impactados por taxas de juros mais baixas, elas podem ter melhor desempenho operacional em 2018, dizem os analistas Rafael Frade e José Cataldo.

Uma recuperação mais forte das condições macroeconômicas e um possível cenário político mais favorável poderiam beneficiar a B3 mais rapidamente do que outros nomes, enquanto as seguradoras poderiam ter um melhor desempenho operacional. Mas se a recuperação for mais lenta ou o cenário político for negativo, isso poderia se refletir na desaceleração da melhoria do mercado de capitais e vendas no varejo. Neste caso, a empresa de resseguros IRB seria menos afetado

As indicações desse segmento são B3 (BVMF3), com preço-alvo de R$ 26,00, IRB (IRBR3), com R$ 39,00, e a corretora Wiz (WIZS3) com R$ 17,00.

Bebidas, de olho na Copa do Mundo

Os analistas da Bradesco Corretora estão com uma visão positiva sobre o crescimento do volume de cerveja no Brasil em 2018, graças às condições favoráveis para o consumidor, impulsionadas por um crescimento maior da economia e a Copa do Mundo na Rússia. “Também estamos otimistas pelo lado dos custos, uma vez que a taxa cambial deve permanecer com pouca apreciação, beneficiando as empresas de bebidas com alta exposição ao dólar por importações de matérias-primas”, dizem os analistas Gabriel Lima e Ricardo França. Eles recomendam compra de Ambev (ABEV3) com preço-alvo de R$ 24,00.

Alimentos, bom para carnes

O setor de proteínas, provavelmente, terá condições favoráveis no próximo ano, acredita a Bradesco Corretora, especialmente as empresas domésticas de carne bovina. Elas devem apresentar margens saudáveis graças à forte oferta de gado no país, que deve durar mais dois anos. O segmento de frango também deve ir bem, pelos custos mais baixos dos grãos e a oferta insuficiente do produto. Para as empresas mais expostas aos mercados domésticos (BRF, Camil e M. Dias Branco), a confiança do consumidor pode surpreender positivamente e levar a uma demanda mais forte do que o esperado, dizem os analistas Gabriel Lima e Ricardo França. Para as empresas com maior exposição aos mercados internacionais (Minerva e Marfrig), surpresas positivas viriam da abertura de novos mercados para a carne brasileira, como a Coréia do Sul e Japão, e a depreciação do real superando os premissas do cenário base, com o dólar acima de R$ 3,28.

As empresas indicadas são BR Foods (Sadia e Perdigão) (BRFS3) com preço-alvo de R$ 55,00, e Camil (CAML3), com R$ 12,00.

Agronegócio

A Bradesco Corretor espera que as empresas de agronegócios SLC, Terra Santa e Brasil Agro tenham rendimentos fortes neste ano, já que a perspectiva de produtividade é favorável, mesmo com o clima mais seco durante o início da safra 2017/18 em importantes estados produtores. Mas a corretora espera preços de grãos estáveis, uma vez que: (i) a safra 2017/18 deverá ser novamente de estoques de milho em níveis recordes; (ii) os Estados Unidos provavelmente aumentarão a produção de soja; e (iii) o abastecimento de algodão deve aumentar, dado que os agricultores de todo o mundo estão aumentando a área cultivada (+12% a.a, de acordo com o USDA).

Os produtores de açúcar e etanol provavelmente registrarão menores receitas, uma vez que os preços globais diminuíram 30% em dólar, para US$ 14 cents/pound, impedindo as empresas de manter os mesmos hedges de preços como na safra anterior. Do lado positivo, a corretora acredita que os preços globais do açúcar doméstico têm um forte potencial positivo, uma vez que o Brasil (aproximadamente 20% da produção global) deve mudar sua produção para o etanol, reduzindo a produção de açúcar.

A corretora recomenda a compra da São Martinho (SMTO3), com preço-alvo de R$ 20,00.

Educação e saúde

A corretora do Bradesco espera um crescimento menor da receita em 2018, refletindo os baixos aumentos de preços em 2017 e o crescimento insuficiente dos volumes. As condições de preços estão relacionadas à baixa inflação em 2017 e não à falta de poder de barganha das empresas. Enquanto isso, o crescimento do volume mostra diferentes tendências em todas as indústrias.

Na indústria farmacêutica, não está claro se a recente aceleração do volume pode durar ou se está relacionada a questões extraordinárias em 2017, como os saques das contas inativas do FGTS e o maior poder de compra individual. Os serviços de saúde continuam dependentes das melhorias no mercado de trabalho, o que influencia a compra dos planos de saúde e a demanda por outros serviços, como diagnósticos. Para a educação, o FIES e a demanda ainda em recuperação devem reduzir o crescimento do número de matrículas.

Por tudo isso, a expectativa é de uma certa pressão de margem na maioria das indústrias, exceto diagnósticos, por diferentes motivos. Os produtores farmacêuticos experimentam uma forte concorrência nas categorias de genéricos e “similares”. Os varejistas de medicamentos também enfrentam pressão competitiva, pois muitos players retomam atualmente seus planos de expansão. Finalmente, as empresas de educação devem ser afetadas pelo efeito do FIES, bem como por despesas pré-operacionais, exceto por histórias de recuperação, como Anima e Estácio.

A corretora recomenda Qualicorp (QUAL3), com preço-alvo de R$ 42, e Ser Educacional (SEER3), também com preço-alvo de R$ 42,00.

Shopping centers

As empresas de shoppings no Brasil, em geral, estão registrando uma recuperação de vendas, refletindo a maior atividade econômica e o crescimento das vendas no varejo, segundo a Bradesco Corretora. Os centros comerciais de alto nível mostraram uma recuperação substancialmente mais rápida, que beneficiaria a Iguatemi ainda mais, por exemplo. A corretora espera também uma reciclagem de ativos, particularmente a alienação de ativos não essenciais de algumas empresas listadas, facilitada pelos apetites dos estrangeiros e pelos fundos imobiliários, favorecidos pelos juros mais baixos. Esta tendência deve ajudar empresas como a BRMalls a elevar a qualidade dos seus ativos, minimizando os riscos de diluição do resultado operacional.
Uma recuperação econômica mais rápida permitiria que os descontos aos inquilinos (que variam entre 5% e 8% da receita das operadoras) sejam eliminados mais rapidamente. O risco estaria nas incertezas da eleição presidencial e na volatilidade dos juros. Os analistas Luiz Maurício Garcia e Renato Chanes gostam dos centros comerciais voltados aos públicos de renda mais elevada e/ou ativos dominantes em sua região, já que os padrões de consumo da população de maior renda continuarão a se recuperar mais rapidamente.

Os analistas seguem cautelosos com empresas de propriedades comerciais, já que tanto a BR Properties quanto a São Carlos apresentam uma exposição significativa ao mercado do Rio de Janeiro, ainda mais propenso aos inquilinos. Como resultado, a vacância no Rio de Janeiro pode chegar a 50% em breve. Eles recomendam Iguatemi (IGTA3), com preço-alvo de R$ 44,00, e BR Malls (BRML3), com preço de R$ 16,00.

Construção Civil

Apesar das dificuldades da Caixa Econômica Federal de cumprir as exigências do Índice de Basileia e da sustentabilidade do FGTS, a Bradesco Corretora continua confiante no setor de segmento de habitação popular. Quase 80% do bônus demográfico são compostos por famílias com renda mensal enquadrada no programa federal Minha Casa, Minha Vida e, por ser um segmento sem necessidades feitas sob medida, permite ganhos de escala, favorecendo grandes players, como MRV e Tenda. O FGTS também deve garantir os recursos para o setor.

Os favoritos são a Tenda (TEND3), com preço-alvo de R$ 26,00, e MRV Engenharia (MRVE3), com preço-alvo de R$ 17,00.

Transportes e Bens de capitais

Para o setor de transportes, a corretora vê o segmento aéreo como a mais atraente, pela recuperação econômica, oferta/demanda reduzida, além de taxa de câmbio e preços do petróleo estáveis. As ações da Gol são as preferidas, pois a empresa investiu consistentemente no desenvolvimento de produtos, o que se traduziu na posição de liderança entre as viagens corporativas, com uma participação de mercado superior à 30%. Portanto, a retomada das viagens corporativas poderia expandir as margens operacionais da Gol para algo em torno de 11% em 2018, a partir de 9% em 2017.
Programas de fidelidade, como Smiles (SMLS3) e Multiplus (MPLU3), também devem se beneficiar desta perspectiva positiva. Smiles é o nome preferido no setor, tendo em vista o foco no segmento de viagem e a forte governança corporativa.
Também esperamos eventos importantes para o setor de infraestrutura de transporte. O governo federal e o governo do estado de São Paulo estão trabalhando em vários projetos (por exemplo, rodovias, aeroportos, ferrovias e mobilidade urbana), totalizando mais de R$ 100 bilhões em investimentos.

O Congresso também aprovou quatro medidas importantes para acelerar os investimentos em infraestrutura: (i) a Lei nº 13.448/2017, que estabeleceu os parâmetros legais para a renovação antecipada das concessões rodoviárias e ferroviárias e do processo de re-licitação; (ii) a Medida Provisória nº 779/2017, que estabeleceu os termos para renegociação dos pagamentos das taxas de concessão de aeroportos; (iii) a Medida Provisória nº 800/2017, que definiu as condições que permitem que as concessionárias de rodovias solicitem renegociação de seus planos de investimento originais; e (iv) o Decreto 9.048/2017, que determinou a renovação antecipada de concessões portuárias.

As empresas preferidas no setor são Gol (GOLL4), com preço-alvo de R$ 18,00, Randon (RAPT4), com R$ 8,00 e Rumo (RAIL3), com R$ 18,00.

Siderurgia

A corretora do Bradesco continua a ter uma visão positiva para o setor, com suporte para os preços do aço em termos globais. Particularmente na China, vários índices tem mostrado recentemente que a atividade econômica pode estar desacelerando, mas a corretora não espera qualquer ruptura maior no setor siderúrgico e projeta que a produção registre avanço entre 0% e 2% no ano de 2018.

No Brasil, a melhora do ambiente macroeconômico deve beneficiar as indústrias direcionadas pelo consumo (como a indústria automobilística e de linha branca) de forma mais intensa do que setores como construção civil/infraestrutura, o que se traduz em demanda mais saudável e perspectivas de preços melhores para os aços planos em relação aos aços longos.

Com relação ao minério de ferro, o cenário global mais favorável para as siderúrgicas (melhorando os níveis de utilização de capacidade de produção e margens mais fortes) deve ajudar a manter os preços do minério de ferro na faixa de US$ 55 a US$ 65 a tonelada em 2018.

As ações preferidas do banco são Usiminas PNB (USIM5), com preço-alvo de R$ 12,00, e Duratex (DTEX3) com R$ 13,00.

Petróleo, Petrobras

A corretora do Bradesco estima que os preços do petróleo fiquem na casa dos US$ 60 em 2018, com os cortes da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e um aumento moderado da oferta de gás de xisto nos EUA equilibrando o mercado. “Esperamos que o acordo da Opep e de alguns países não membros que foi renovado recentemente (30 de novembro) amplie os cortes de produção de petróleo até o final de 2018 para suportar preços acima de US$ 55”, dizem os analistas Filipe Gouveia e Ricardo França.
A política de reajustes de preços da Petrobras deve persistir em 2018, influenciando as importações e o fornecimento na distribuição de combustível. A Petrobras implementou com sucesso sua política de preços domésticos de combustíveis em 2017, que se baseia na paridade dos preços internacionais, além de uma margem de segurança, embora tenha sido necessário algum ajuste para evitar que suas refinarias perdessem uma maior participação de mercado nas importações. No entanto, os importadores mostraram resistência e provavelmente continuarão a ser uma importante fonte de combustíveis para os distribuidores no próximo ano. Este será ainda mais o caso se a recuperação econômica do Brasil aumentar, aumentando o consumo de combustível e a demanda dos distribuidores.

A corretora recomenda compra de Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$ 20,00.

Varejo mais forte

A corretora diz que espera que 2018 seja um bom ano para o setor varejista no Brasil, com tendência ascendente para o crescimento das vendas e pressão descendente sobre os custos operacionais e financeiros. Isso significa um ambiente favorável para a expansão da margem, além de um retorno ao crescimento da receita para muitos varejistas. Um retorno ao crescimento do crédito também significa um fator positivo para categorias de maior valor, como eletrônicos e viagens.  Os analistas Richard Cathcart e Flávia Meireles acreditam que os varejistas – particularmente os revendedores maiores e listados – estão saindo da recessão do Brasil em uma posição mais forte do que em 2014, em função principalmente da redução de custos e melhorias nos processos internos.

Isso significa que a alavancagem operacional dos varejistas pode surpreender no lado positivo – ou seja, o crescimento das vendas pode levar a uma maior expansão de margem do que os investidores atualmente esperam. Isso provavelmente levaria a múltiplos de avaliação mais elevados, além de níveis de lucro absolutos mais altos. Ainda não está claro se 2018 será um ano de recuperação gradual ou um boom para o consumo, de modo que os gastos de varejo poderiam facilmente surpreender tanto no lado positivo como negativo.

Os analistas preferem Via Varejo (VVAR11), com preço-alvo de R$ 28,00, e CVC (CVCB3), com preço de R$ 48,00.

Telecom e Tecnologia

Para Vivo e Tim, a Bradesco Corretora espera que o setor brasileiro de telecomunicações siga se recuperando em 2018, principalmente impulsionado pelo segmento móvel, que deve continuar com adições líquidas pós-pagas e receitas por usuários em crescimento. Além disso, a Vivo e a TIM devem continuar a se beneficiar das posições enfraquecidas da Oi e da Nextel, e essas empresas devem levar alguns anos para reorganizar as operações, isso se realmente puderem reestruturar seus balanços. “Esperamos que o setor móvel brasileiro cresça 3,7% em 2018 (vs. 2,5% em 2017 e -3,4% em 2016)”, dizem os analistas Fred Mendes e Flávia Meireles.

No caso de tecnologia, Linx e TOTVS devem ser beneficiadas pela perspectiva econômica mais positiva. Os clientes que adiaram investimentos em software por vários anos devem levar a um melhor crescimento de receita para ambas as empresas em 2018, especialmente relacionado a novas vendas. No entanto, as receitas recorrentes devem permanecer sob pressão, refletindo o índice IGP-M negativo (até meados de 2018), combinada com o churn (taxa de rotação dos clientes) ainda alto. A pressão dos custos também deve ser menor por causa da inflação mais baixa e dos acordos coletivos favoráveis.

Já para a Valid, o ano de 2018 deve ser um ponto de virada, já que os volumes estavam estáveis enquanto a empresa fortaleceu suas operações. “Esperamos que a Valid renove os contratos de concessão de identificação com estados importantes sem ações desfavoráveis significativas”, diz a Bradesco Corretora.

A TIM (TIMP3) é a única empresa indicada, com preço-alvo de R$ 13,00.

Setor elétrico e Saneamento

Para os analistas Francisco Navarrete e Ricardo França, as eleições brasileiras de 2018 serão os principais direcionadores sobre como ações das empresas de serviços públicos domésticas irão se comportar no próximo ano. Para empresas do setor elétrico mais do que qualquer outro setor, a história recente nos diz que as mudanças para políticas populistas podem causar resultados negativos. O cenário base é que o Brasil continuará caminhando pela rota técnica positiva pavimentada por um novo grupo de reguladores nomeados pelo Ministério de Minas e Energia – na agência de planejamento de energia (EPE), no operador nacional do sistema elétrico (ONS), na Câmara de Comercialização (CCEE) e pelo pessoal técnico experiente da agência reguladora (ANEEL).
Sobre o setor de energia elétrica em 2018, a corretora vê um cenário: (i) negativo para geradoras, mas isso já está no preço: é esperada hidrologia volátil durante a estação chuvosa de dezembro a abril (provavelmente abaixo da média), pressionando as geradoras, mas não o suficiente para desencadear um racionamento de energia oficial; (ii) cenário positivo para as distribuidoras que ainda não reflete no preço: a demanda de eletricidade pode se recuperar em um ritmo mais rápido do que o esperado (por exemplo, a demanda de outubro/novembro teve crescimento de  3,3%/2,8%, respectivamente, em relação ao ano anterior); e (iii) os retornos atraentes para os projetos transmissão devem permanecer: apesar do aumento da concorrência, a racionalidade vencerá e, atendendo às necessidades brasileiras de R$ 60 bilhões a 80 bilhões de investimentos nos próximos 5-7 anos, haverá espaço para que as transmissoras cresçam.

As preferidas da corretora são as empresas de saneamento pois não só as revisões tarifárias foram colocadas para trás como (i) o abastecimento de água não é uma preocupação (a condição hidrológica é ruim apenas para o setor elétrico); (ii) a geração de fluxo de caixa pós-revisão tarifária deve começar a se reverter em dividendos (Copasa e Sanepar principalmente), uma vez que os estados reivindicam dividendos de suas empresas públicas para reforçar os caixas; e (iii) potencialmente, um novo órgão de supervisão regulatória federal em saneamento poderia ser implementado em breve, ajudando a conter potenciais questões políticas relacionadas as empresas e seus reguladores.

As eleições, porém, podem trazer volatilidade. Os acionistas de Sanepar observarão atentamente as eleições para governador do estado com um olhar atento à candidatura potencial de um ex-governador estadual que manteve as tarifas da água congeladas no passado. Em Minas Gerais, os investidores pensam que as eleições poderiam ser um direcionador positivo, principalmente porque a situação financeira delicada do estado poderia ser ajudada com o aumento dos dividendos da Copasa ou mesmo pela venda de ativos.

Em relação ao cenário de longo prazo para o saneamento, as oportunidades maciças de investimento permanecem com base nas melhorias necessárias do Brasil em coleta/tratamento de esgoto (R$ 500 a 700 bilhões de investimentos são necessários nos próximos 15-20 anos).

As empresas preferidas são Copasa (CSMG3), com preço-alvo de R$ 57,00, Sanepar (SAPR4), com R$ 110,00 para a unit (recibo de ações) e Energisa (ENGI11), com R$ 26,00 de preço-alvo.

 

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