O Itaú BBA substituiu a ação da fabricante de bebidas Ambev (ABEV3) pela da mineradora Vale (VALE3) em sua carteira recomendada internacional Brazil Buy List para este mês. Em relatório enviado aos clientes, a Itaú Corretora diz que os analistas do setor esperam uma recuperação mais lenta da geração de caixa (medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o Lajida ou Ebitda) do que o esperado par a cerveja no Brasil no primeiro trimestre, pejudicada pelas condições climáticas adversas.
A temperatura no primeiro trimestre foi a mais baixa desde 2013, quando os volumes da Ambev caíram 8%. O Itaú diz que ainda acredita que a Ambev pode superar o índice até o fim do ano, mas resolveu realizar os lucros e incluir a Vale, que estaria em um melhor momento no curto prazo.
Para o Itaú, a Vale está no caminho certo para se tornar uma empresa mais previsível e flexível, e lembra que a mineradora divulgou recentemente uma política de dividendos mínimos (30% do Ebitda menos os investimentos recorrentes) que é “clara e transparente”. A Vale também está melhor posicionada que os concorrentes internacionais pela qualidade superior de seu minério de ferro e pela capacidade de elevar a produção sem grandes investimentos. O banco acredita que os fatores positivos podem compensar uma eventual venda de ações dos fundos de pensão, que se preparam para embolsar parte dos lucros após a reestruturação da empresa. O Itaú estima um preço justo para a Vale de R$ 54,00.
Com as mudanças, a Brazil Buy List do Itaú ficou com Petrobras PN (PETR4), Gerdau PN (GGBR4), Banco do Brasil ON (BBAS3), Tim Participações ON (TIMP3), Cyrela ON (CYRE3), Cemig PN (CMIG4), Azul PN (AZUL4), Tegma ON (TGMA3), Iochpe Maxion ON (MYPK3) e Vale ON (VALE3). Desde setembro de 2014, a lista de ações do Itaú acumula ganho de 108%, para 44% do Índice Bovespa, segundo a corretora.