As ações da Petrobras (BOV:PETR4) derrubaram o Índice Bovespa nesta quinta-feira, ao perderem mais de 14% após a estatal anunciar que reduziria o preço do diesel em 10% e o congelaria por 15 dias, para tentar parar com a greve dos caminhoneiros, que paralisou vários setores da economia e ameaça as operações da própria empresa. A decisão foi vista como um sinal de que a Petrobras pode voltar atrás em sua política de reajustes de preços de acordo com as cotações internacionais do petróleo, o que garante o bom desempenho da companhia.
As ações preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras caíram 13,71% enquanto as ordinárias (ON) perderam 14,55%. Juntas, essas ações responderam por 36% dos negócios da bolsa, que somaram R$ 16,5 bilhões, acima da média do ano, de R$ 11 bilhões. por dia. Os papéis contribuíram com 1.200 pontos de queda para o Índice Bovespa, que perdeu 745 pontos hoje, para 80.122 pontos, ou 0,92%. Ou seja, Petrobras anulou parte do ganhos de outros papéis e devolveu parte dos ganhos das últimas semanas, que puxaram uma recuperação do índice após os resultados acima do esperado no primeiro trimestre.
Além de Petrobras, também Eletrobras ajudou a derrubar o mercado, com quedas de 6,51% no papel PNB e de 4,51% nos ON, depois que a Câmara dos Deputados desistiu de votar o projeto que permitia sua privatização. Banco do Brasil, outra estatal, teve queda de 3,06% em sua ação ON.
Já o destaque de alta foi de BRF, com 6,40%, apesar de todos os impactos da greve dos caminhoneiros na empresa, que depende de soja e milho para alimentar as aves e de transporte para os produtos vendidos, que são perecíveis. O papel ON da BRF subiu 6,40% com a especulação de que Pedro Parente, que hoje é presidente do Conselho da Empresa, poderia deixar a presidência executiva da Petrobras e assumir a fabricante de alimentos.
Outras altas do Ibovespa foram Suzano Papel ON, 6,02%, Braskem PNA, 5,57%, Weg ON, 4,44% e Lojas Renner ON, 3,24%.