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Semana terá Copa, repercussão do Datafolha, dólar, varejo, serviços, juros nos EUA e Europa

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A pesquisa eleitoral do Datafolha, que traz neste domingo as intenções de voto para presidente da República, e as decisões dos principais bancos centrais do mundo sobre trajetória dos juros e seus impactos nos mercados de dólar e juros devem ser os focos de atenção dos investidores nesta semana, que promete continuar agitada. Na agenda econômica doméstica, os destaques ficam com as pesquisas de varejo e serviços, que o IBGE divulga entre quarta-feira e quinta-feira, e o índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), na sexta-feira, todos relativos ao mês de abril. Sem esquecer do pontapé inicial da Copa do Mundo da Rússia, que apesar de não ser um evento econômico poderá significar uma pausa nas tensões políticas.

Num cenário marcado por tensão e alta volatilidade, os agentes econômicos estarão em alerta também ao comportamento do Ibovespa, que cai 16,6% em dólar no ano, refletindo a forte saída de investidores estrangeiros em maio e neste mês. Os efeitos da alta do dólar e da greve dos caminhoneiros sobre a inflação e a atividade serão acompanhados de perto na primeira prévia do IGP-M de junho e no Boletim Focus, com novas projeções dos principais indicadores econômicos, ambos divulgados na segunda-feira, e também na quinta-feira com o IGP-10, já relativo à variação dos preços no mês de junho. Na semana passada, o IPCA, indicador usado pelo Banco Central em suas metas de inflação, subiu mais que o esperado, mas ainda está longe da meta.

Como o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que os juros não vão subir apenas por causa do dólar, mas pela inflação, um repique nos preço que ameace a meta deste ano ou do próximo poderá preocupar os investidores e justificar a puxada nos juros da semana passada.

Pesquisa mostra Bolsonaro e Marina na frente em cenário sem Lula

Em semana marcada pelo início da Copa do Mundo, a repercussão da última pesquisa Datafolha e a movimentação dos partidos e dos pré-candidatos à Presidência da República devem dominar a pauta na política. A incerteza deve continuar elevada. Os aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, devem manter a estratégia de sua candidatura, mesmo ainda preso, por conta da manutenção de sua liderança nas intenções de voto. Com isso, a disputa deverá contar ainda com recursos judiciais para o registro da candidatura, além dos recursos normais relacionados ao fim da prisão.

No lado do governo, persistem as dificuldades de projetar um nome para disputar o segundo turno, agravadas pela rejeição recorde do presidente Michel Temer, de 82%, segundo o DataFolha. O número reflete desde a greve dos caminhoneiros, as  revisões (para baixo) de crescimento do PIB, até as recentes investigações da Polícia Federal envolvendo a família do presidente.

Principal rival do PT nas últimas eleições, o PSDB continua com seu pré-candidato, Geraldo Alckmin, não se mostrando competitivo, ainda mais agora, com projeções de Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) disputarem o segundo turno, segundo a pesquisa, em um cenário sem a candidatura Lula.

Perspectivas para a economia têm revisão para pior

Diante dos impactos da greve dos caminhoneiros, pressões sobre o dólar e indefinição no cenário eleitoral, bancos e consultorias já estão revendo estimativas para o crescimento do PIB deste ano, que eram de 3% há alguns meses, para perto de 1,5%. Também revisam para pior as principais variáveis da economia. As projeções para o dólar variam de R$ 3,60 a R$ 4,20 e já se fala até em possível alta da Selic nos próximos meses, o que reduziria ainda mais o crescimento.

De olho nas decisões de política monetária nos EUA e na Europa

Parte dessa piora do dólar e dos juros é provocada pelo cenário externo, e pela perspectiva de alta dos juros americanos e menor crescimento na Europa. Por isso, lá fora, os destaques da semana são a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que definirá o novo patamar dos juros na quarta-feira. Na quinta-feira, será a vez do Banco Central Europeu (BCE) decidir sobre os juros na região e também se começará a retirar os subsídios via recompra de títulos dados aos bancos. A decisão do BCE ocorre no momento em que há turbulências políticas na Itália, com um governo contrário ao euro, e na Espanha, com um novo governo socialista.

Na avaliação da maioria dos bancos e consultorias, o Fed deve voltar a subir a taxa básica de juros em 0,25%, atingindo o intervalo 1,75% a 2% ao ano. “Além disso, teremos a divulgação das projeções dos integrantes da instituição para juros, desemprego, PIB e inflação”, enfatiza a equipe da Rosenberg Associados em relatório a clientes.

Analistas estimam novas altas para os juros americanos

Segundo esses analistas, a atenção do mercado vai estar toda direcionada à projeção de juros. “Em março, a expectativa era de alta de 0,75% em 2018, contudo, os dados mais recentes levaram o mercado a apostar em mais altas para o ano, o que eleva o temor de ritmo mais intenso do que o se esperava no começo do ano”, ressalta a Rosenberg, lembrando que isso tem influenciado a turbulência recente sobre os mercados emergentes. “Além disso, o BCE pode dar mais indícios acerca do encerramento do programa de compra de ativos, pré-programado até o final deste ano”, completa a equipe da Rosenberg.

Para os economistas do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depec) do Bradesco, na quarta-feira o Fed deverá optar pela elevação, pela segunda vez no ano, da taxa de juros, para 2%. “Em nossa visão, o forte crescimento da atividade, em condições de pleno emprego e elevação de salários, deverá levar a mais duas altas subsequentes de juros neste ano e duas em 2019, finalizando o ciclo de normalização da política monetária em 3%”, destacam em relatório.

BCE poderá retirar estímulos de forma gradual no último trimestre

Na Área do Euro, de acordo com os analistas do banco, a expectativa de convergência da inflação à meta levará o BCE a sinalizar o início do fim do programa de compra de ativos em setembro. “Acreditamos que a retirada dos estímulos ocorrerá de forma gradual no último trimestre”, avaliam, destacando que as surpresas negativas de curto prazo com a atividade reduzem a probabilidade de alta nos juros antes do segundo semestre de 2019.

Na agenda externa, a equipe do Depec-Bradesco ressalta ainda eventos não econômicos, como a reunião entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte no dia 12, a reunião do cúpula do G-7, a votação do Brexit no Parlamento inglês e possíveis avanços nas negociações comerciais entre EUA e China.

De olho na conjuntura e nos movimentos do BC no câmbio

Analisando os acontecimentos da semana passada, o Depec-Bradesco destaca que os últimos indicadores já evidenciam efeitos da paralisação dos caminhoneiros e reforçam um cenário de retomada lenta da atividade. A equipe lembra que o BC, em resposta à rápida depreciação da moeda brasileira e ao fortalecimento do dólar em escala global, optou por intensificar suas intervenções no mercado cambial, e que serão ofertados US$ 20,0 bilhões adicionais até o final da semana que vem.

“O montante total de swaps ofertados até o dia 15 de junho será, salvo intervenções adicionais, de US$ 24,5 bilhões; além disso, o presidente do BC destacou que não utilizará a política monetária para controlar a taxa de câmbio e que as próximas decisões de juros serão pautadas por projeções, expectativas de inflação e o balanço de riscos”, escrevem os economistas.

Varejo, serviços e IBC-Br devem ter melhora na variação mensal

O Depec-Bradesco projeta ligeiro crescimento do indicador de atividade econômica do Banco Central, o IBC-Br, relativo a abril, refletindo não só a expansão já registrada na indústria, “mas também o melhor dinamismo no comércio e, em menor escala, em serviços”.

“Em abril, apesar do maior número de dias úteis, a ausência da Páscoa traz para baixo a variação interanual do comércio. Na margem (variação mensal), esperamos evolução positiva; já a Pesquisa Mensal de Serviços e o IBC-Br também devem mostrar um bom desempenho na variação mensal — últimos números benignos antes dos efeitos da greve, em maio”, estima a Rosenberg Associados.

Também a equipe do BNP Paribas espera alguma melhora nesses indicadores. “Na quarta-feira, esperamos crescimento ligeiramente positivo nas vendas reais mensais do varejo (+ 0,5%)”, dizem os analistas em relatório a clientes. Para o IBC-Br de abril, a estimativa do banco francês é de alta. “A economia se mostrou positiva em 2017, e acreditamos que a tendência será continuar indo para a frente; no entanto, as divulgações de dados recentes foram mais brandas do que o esperado”, escrevem os economistas, acrescentando que o consumo “deve ser importante impulsionador do crescimento do PIB” e estimando uma expansão de 2,0% em 2018,

Risco eleitoral piora a percepção dos preços dos ativos

Alvaro Bandeira, economista-chefe da ModalMais, enfatiza em seu comentário que a semana anterior foi marcada por forte tensão em todos os mercados de risco no mundo, com ativos mostrando forte volatilidade — mas com Dow Jones e Nasdaq fechando com bom desempenho. “No segmento doméstico, tivemos ainda estresse na área política e econômica, com os investidores assimilando que o risco eleitoral piora a percepção dos preços dos ativos”, escreve o economista.

Soma de fatores negativos faz mercados realizarem lucros

Na avaliação de Bandeira, os investidores se anteciparam à Copa do Mundo na tomada de decisão sobre suas estratégias. O risco eleitoral piorou a percepção sobre o real valor dos ativos e a greve dos caminhoneiros, provocando desabastecimento em todos os níveis, acelerou as decisões de saída, levando os mercados a realizaram lucros com força. “Como pano de fundo, surgiu a previsão de que pode haver um segundo turno das eleições entre Bolsonaro e Ciro Gomes, ambos com posturas radicais contra os mercados, pela tributação de fortunas e suspensão das privatizações”, analisa.

Dólar e juros em alta, segundo Bandeira, quase chegaram a simular um ataque especulativo que, de resto, já tinha acontecido anteriormente na Argentina e na Turquia. “Juntando isso com indefinições sobre sistemática de preços de combustíveis na Petrobras, e exposição de empresas e instituições ao dólar, o segmento Bovespa foi perdendo sistematicamente zonas de suporte”.

Quadro é de tensão e pode se complicar ainda mais

Para o economista-chefe da ModalMais, o quadro presente “é de larga tensão”, e não há como prever onde a situação pode ir parar. “Uma coisa é certa: os analistas estão mudando suas projeções de indicadores para números bem piores; parece possível prever que o Bacen pode controlar por algum tempo a escalada do dólar, como fez mais para o final da semana mas, se as pressões forem mais fortes e mais longas, a situação pode se complicar”, alerta.

Lembra ainda que o cenário externo não ajuda, marcado por disputas comerciais, relações conflituosas sobre Brexit no Reino Unido, sanções impostas à China, Europa, México e Canadá e expectativa de mudanças nas políticas monetárias de países desenvolvidos, o que afeta o fluxo para os países emergentes.

Análise técnica: limite na faixa dos 70.000 pontos

“Na semana, ficou clara a migração de recursos de emergentes para títulos de desenvolvidos”, enfatiza Bandeira. Mas acrescenta que, apesar disso, “podemos ter boas notícias no final de semana da reunião do G-7, e também do possível encontro entre Trump e Kim Jong-Un, da Coreia do Norte”.

“Estamos precisando de boas notícias no ambiente doméstico, sem as quais vamos seguir descolados para pior do resto dos mercados”, alerta o economista da Modal. “Do ponto de vista da análise técnica, não podemos perder a faixa de 70.000 pontos, sob pena de o mercado cair ainda mais”, conclui.

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