A Embraer (BOV:EMBR3) pode já ter sido punida o suficiente. Os American Depositary Receipts da empresa acumulam queda de cerca de 33% desde o pico no início deste ano, derrubados pelo que alguns investidores e analistas consideram como um valor muito baixo da oferta feita pela Boeing.
“As expectativas podem ter sido excessivas, particularmente dos analistas brasileiros”, disse Nicholas Heymann, da William Blair, em entrevista. A realidade é que os US$ bilhões oferecidos pela Boeing por 80% da divisão comercial da Embraer é um preço justo, disse ele.
No mês passado, o Morgan Stanley elevou a recomendação para a Embraer, ao apontar que as ações estão de volta ao valor registrado antes do anúncio do negócio entre as empresas, em 21 de dezembro. O Santander também elevou o preço-alvo de US$ 19 para US$ 21, em razão do seu limitado potencial de queda.
Em relatório de 13 de agosto, o Credit Suisse considerou um exagero a onda de venda ao reiterar sua recomendação outperform. As ações oscilaram um pouco desde então.
Supondo que o acordo entre as duas empresas seja fechado, analistas e investidores ainda estão tentando entender como será a “nova Embraer”. De acordo com a proposta, a empresa brasileira terá uma participação de 20% na joint venture de aeronaves comerciais com a Boeing e manterá suas operações de jatos executivos e de defesa.
A Embraer “é uma empresa significativamente diferente agora”, disse George Ferguson, analista da Bloomberg Intelligence em entrevista. “A venda deixa a Embraer com menos lucro e fluxo de caixa e será um desafio retornar aos níveis anteriores”.
“Esperamos que o acordo pendente continue a impulsionar as ações, dada a natureza transformacional da parceria”, disse o Credit Suisse.