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Efeito Bolsonaro fez Ibovespa subir 5 mil pontos, mas perde força; Haddad pode levar índice a 60 mil, diz Nova Futura

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A primeira pesquisa da semana, feita pelo BTG/FSB, mostrando Jair Bolsonaro, do PSL, parando de crescer em 33% enquanto Fernando Haddad, do PT, sobe para 23%, e um empate técnico entre os dois no segundo turno deve desinflar parte do efeito positivo para o Índice Bovespa e o dólar da semana passada, afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Corretora. Silveira estima que o “efeito Bolsonaro” produziu uma alta de 5,1 mil pontos no Ibovespa, em função da percepção de que o candidato seria viável no segundo turno, podendo ganhar, inclusive, no primeiro. A onda de otimismo criada por essa percepção ganhou reforço com o impulso dado pelos sucessivos recordes batidos pelos índices acionários dos EUA, avalia o economia.

Ibovespa deveria estar caindo

Já nesta semana, com a acomodação de Bolsonaro e a subida de Haddad, é possível que boa parte desses 5,1 mil pontos do Ibovespa sejam devolvidos, acredita Silveira. Uma vitória de Haddad no segundo turno pode levar o Ibovespa para os 60 mil pontos, ou menos. Com esse placar, de 44% para o candidato do PLS e 40% para o petista, o Ibovespa deveria ficar entre 73 mil e 76 pontos, como resultado da ponderação de cada objetivo de Ibovespa em função do candidato vitorioso, pela sua probabilidade.

Se o mercado está colocando o Ibovespa nesse patamar, há duas hipóteses, diz Silveira: ou está apostando em uma melhora de Bolsonaro, não capturada pelas pesquisas, ou está levando em conta o cenário externo. O mesmo vale para o dólar, que deveria estar entre R$ 4,20 e R$ 4,50, bem acima da cotação atual.

Hoje, o Índice Bovespa está em queda, e às 12h20 apresentava perda de 0,60%, para 78.965 pontos. Já o dólar sobe 0,5%, para R$ 4,067 para venda no mercado comercial.

Inflação mais alta com dólar e mais pressão do petróleo

Os juros futuros estão em alta, acompanhando sinais de maior pressão do dólar sobre a inflação. Hoje, o IPC-Semanal da Fundação Getulio Vargas (FGV)  da semana de 15 a 22 de setembro  veio em alta substancial por conta dos combustíveis. O índice subiu de 0,19% para 0,32%, influenciado pela alta da gasolina, que saiu de 0,38% para 2,10%. Esse comportamento não deve mudar, já que o petróleo continua subindo com força no exterior, com o barril do tipo WTI sendo negociado em Nova York a US$ 72,10 e o tipo Brent de Londres a US$ 80 pela primeira vez desde 2014, observa Silveira.

Também no relatório Focus o mercado passou a projetar um IPCA mais alto para este ano, acompanhando a alta do dólar.

Mercado mais cauteloso no exterior derruba Dow Jones

Para ele, após vários pregões de otimismo, o mercado acionário parece ter dado ouvidos aos mais cautelosos. “As bolsas estão caindo com os ecos das disputas diplomáticas entre EUA e China, em torno da taxação das importações de produtos chineses nos EUA”, afirma Silveira. Hoje, entram em vigor as novas alíquotas de importação sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses. O governo chinês, por sua vez, acusou os Estados Unidos de abusar da força na área comercial, agindo como “valentão”, e abandonou a mesa de negociações.

Com isso, as bolsas americanas estão em queda, com o Índice Dow Jones perdendo 0,58%, o Standard & Poor’s 500, de 0,39% e o Nasdaq, 0,16%. Na Europa, o Índice Stoxx 600 cai 0,54%. E os juros dos títulos de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos estão em alta, de 0,02 ponto, a 3,08% ao ano.  “É uma semana carregada, com decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) sobre a política monetária na quarta feira”, afirma Silveira.

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