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Moody’s vê riscos na eleição que prejudicariam a recuperação da economia brasileira

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O Brasil vai realizar eleições gerais em outubro e escolherá um novo presidente, Congresso, governos e legislativos estaduais. Independentemente de quem vencer as eleições presidenciais, dada a atual perspectiva de polarização política, o próximo presidente enfrentará desafios para estabelecer uma relação de trabalho com o Congresso que
permita que ele ou ela governe efetivamente e leve adiante a retomada da economia. O alerta é da agência de classificação de risco Moody’s, em relatório divulgado hoje.

A Moody’s detalha os desafios de risco de crédito que a nova administração herdará e as possíveis implicações de dois cenários pós-eleitorais. O primeiro cenário, chamado de Política de Continuidade, seria de o novo presidente ser capaz de trabalhar com o Congresso e acelerar o ritmo hoje lento das reformas das contas públicas. O segundo, batizado de Política de Rompimento, implicaria em um governo que não consiga estabelecer uma relação funcional com o Congresso, frustrando sua capacidade de avançar nas reformas estruturais.

Expectativa de reforma parcial da Previdência e mudança no teto de gastos

“Nosso cenário base hoje não incorpora a aprovação de uma profunda reforma previdenciária, e esperamos que o teto de gastos seja modificado durante a próxima administração”, diz Gersan Zurita, vice-presidente sênior da Moody’s. “No entanto, também esperamos que um esforço de relacionamento com o Congresso levaria à aprovação de uma reforma da seguridade social, dando suporte ao ajuste fiscal e impulsionando a confiança do investidor”, explica Zurita.

No caso em que o novo governo for incapaz de retomar as reformas, os efeitos adversos da dinâmica fiscal resultarão na maior volatilidade do mercado financeiro e na redução da confiança do investidor, que pesarão na recuperação econômica do Brasil. Um círculo vicioso entre os desequilíbrios fiscal e macroeconômico levaria a um aumento da relação entre a dívida pública e o PIB mais rápido do que no cenário base da Moody’s.

Quanto aos governos regionais, a Moody’s espera um crescimento robusto da receita tributária em um cenário de continuidade das reformas, mas as melhorias na qualidade de crédito seriam limitadas por altos custos de pessoal e de previdência. Neste cenário, as condições de crédito provavelmente permaneceriam fortes, dando suporte aos
investimentos em infraestrutura um pouco acima da média histórica, de 3% do PIB do país.

Já uma ruptura da política de ajuste levaria a investimentos moderados. No entanto, a maioria dos emissores de dívida no setor de infraestrutura permaneceria bem posicionada para suportar períodos de maior volatilidade.

O perfil de crédito das empresas não financeiras provavelmente melhoraria em um cenário de continuidade de políticas de ajuste fiscal à medida que o Brasil se recupera de seus mais profundos anos de recessão na história.

Os emissores privados em geral também estão hoje mais bem preparados para navegar em um cenário de interrupção de políticas de ajuste do que em 2015, contando com maior liquidez e menor alavancagem. Mas os emissores cuja produção é voltada para o mercado local poderiam sofrer com um maior risco. A confiança dos consumidores também seria negativamente impactada.

Em um cenário de continuidade das reformas, a Moody’s espera uma recuperação gradual do crescimento do crédito, com riscos e rentabilidade estáveis. Já imaginando uma política de ruptura da política de ajuste fiscal, os custos de crédito aumentariam, mas a capitalização dos bancos permaneceria estável, enquanto a indústria de seguros continuaria a enfrentar a turbulência política e a estagnação econômica. Resumindo, a Moody’s acredita que o crescimento ganhará fôlego se a economia continuar a se recuperar e o risco político diminuir.

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