A inflação continua se comportando bem neste fim de ano, com vários indicadores registrando queda, ou seja, deflação, e apontando para maior poder de consumo da população e juros baixos por mais tempo. Hoje, saiu o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) de dezembro, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que registrou deflação de 1,23%, queda maior que o -0,16% de novembro e que o 1,19% esperado pelo mercado. Foi a maior queda do IGP-10 desde sua criação, segundo a FGV. Com isso, o IGP-10, que coleta os preços de 11 de um mês a 10 do mês de referência, acumula alta no ano e em 12 meses de 7,92%.
Atacado puxa índice para baixo
O principal motivo para a queda mais acentuada em dezembro foram os preços no atacado, que representam 60% do índice. O IPA-10 fechou novembro com queda de 1,83%, ante -0,37% de novembro, acumulando 10,01% no ano e em 12 meses.
Segundo o Departamento Econômico do Bradesco, o principal vetor do movimento baixista foi o IPA Industrial, que recuou 1,82%, ante alta de 0,16% no mês passado.
As recentes baixas nas cotações do petróleo e a apreciação cambial refletiram-se em importantes recuos tanto em combustíveis, quanto em componentes do núcleo (que exclui indústria extrativa, combustíveis e produtos alimentares) – com destaque para produtos químicos, que registraram. Esse movimento confirma o recuo de custos aos produtores. Além disso, alimentos industrializados também contribuíram de maneira significativa para o número, com queda de 0,97%.
Já os preços agrícolas caíram 1,85%, um pouco menos que a baixa de 1,97% de novembro, sendo que os principais vetores foram milho e ovos. Já o tomate, que havia registrado forte alta na última divulgação, passou para deflação.
Deflação também no varejo
Também os preços no varejo, com peso de 30% no IGP-10, fecharam com deflação, com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) variando -0,09%, também refletindo – dentre outros fatores – o recuo dos preços de combustíveis ao consumidor final. O IPC-10, que havia subido 0,29% em novembro, fechou o ano com alta de 4,09%, mesmo percentual em 12 meses.
Já o Índice Nacional da Construção Civil (INCC, que representa 10% do índice) desacelerou de 0,35% em novembro para 0,12% este mês. No ano e em 12 meses, o INCC-10 acumula alta de 3,82%.
Segundo o Bradesco, diante desse resultado, para o IGP-M de dezembro, a expectativa é de deflação.