O Banco do Brasil (BOV:BBAS3) divulgou hoje seu resultado no primeiro trimestre com um lucro líquido ajustado (sem eventos especiais) de R$ 4,2 bilhões. Segundo o banco, trata-se do maior resultado nominal em um trimestre na história do BB. O valor é 40,3% maior se comparado ao primeiro trimestre de 2018, de R$ 3,0 bilhões e 10,5% superior ao resultado do quarto trimestre de 2018.
O banco estatal informou também que serão distribuídos R$ 1,6 bilhão em forma de juros sobre o capital próprio (JCP) no trimestre, o que representa um crescimento de 93,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2018.
Segundo o BB, o resultado foi influenciado pelo crescimento do crédito com foco nas linhas com melhor relação risco/retorno e manutenção da qualidade da carteira e pela especialização do atendimento somado ao avanço da estratégia digital com impactos positivos no desempenho das rendas de tarifas, bem como no controle das despesas.
Carteira de crédito cresceu 0,8%
A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 684,1 bilhões e cresceu 0,8% em 12 meses, número baixo se comparado a outras instituições. A carteira de pessoas físicas orgânica ampliada cresceu 9,0% em 12 meses (R$ 16,0 bilhões), fruto do desempenho positivo em crédito consignado (R$ 5,0 bilhões) e da alta de 7,1% do financiamento imobiliário (R$ 3,2 bilhões). O banco destaca a linha Empréstimo Pessoal, que cresceu 85,9% em comparação a março de 2018 e alcançou R$ 8,5 bilhões, resultado da estratégia de crescimento de crédito em operações mais rentáveis.
A carteira de crédito ampliada de pessoa jurídica caiu 3,7% em 12 meses. Considerando a dinâmica das carteiras por segmentação de cliente, a principal redução ocorreu com Grandes Empresas (13,0%) ou R$ 15,7 bilhões. Parte dessa queda se refere a liquidação antecipada de operações no segmento de Grandes Companhias (Large Corporate).
No caso das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), com faturamento anual de até R$ 200 milhões, destaque para o crescimento de 22,1% (R$ 5,0 bilhões) nas linhas de capital de giro e recebíveis, fruto da estratégia de aplicação em linhas com melhor relação risco retorno, de prazos mais curtos e com uso de garantias e recebíveis. O saldo para clientes Governo cresceu R$ 3,5 bilhões na comparação com março do ano passado.
A carteira rural ampliada apresentou desempenho positivo de 4,4% na comparação anual (R$ 7,1 bilhões), com destaque para a carteira de FCO Rural (R$ 3,9 bilhões), Investimento Agropecuário (R$ 2,8 bilhões) e Pronaf (R$ 731 milhões). Considerando o desembolso nos nove primeiros meses da safra 2018/2019 o crescimento foi de 3,3% (R$ 1,9 bilhão) na comparação com o mesmo período da safra 2017/2018, estima o banco.
O banco destaca a participação na Agrishow onde mais de R$ 2,3 bilhões em intenções de negócios foram acolhidas, crescimento de 156% em relação à 2018.
Reação do Mercado
No início da tarde desta quinta-feira, as ações do Banco do Brasil operam com valorização de 0,55% a R$ 50,87
O BTG Pactual, em relatório divulgado na manhã de hoje, avalia que tem sentimentos mistos em relação ao balanço do Banco do Brasil. O destaque positivo fica para melhoria do mix de empréstimos, uma tendência que deve continuar a ajudar na linha de cima e o controle de OPEX, que é esperado que os ganhos sejam muito mais fortes devido à taxa de impostos muito menor.
Além disso, os analistas destacam que o resultado final foi mais forte do que o esperado, o que, coloca o banco no caminho certo para atingir o alto nível de seu guidance. O BTG se mantém otimista em relação aos bancos brasileiros em 2019, e apesar do nosso rating neutro nas ações do BB, o viés sobre as ações é definitivamente positivo.
Para a Mirae Asset, apesar do fato de por ser uma instituição estatal e não ter a dinâmica de seus pares do setor privado, ainda assim mostrou bom números e com um indicador de inadimplência (acima de 90 dias) melhor do que os outros bancos. Esta relação caiu de 3,63% para 2,59%.