O Banco do Brasil divulgou nesta quinta-feira o balanço financeiro do quarto trimestre e também do exercício de 2019.
No 4T19, o lucro líquido ajustado foi de R$ 4,6 bilhões, resultado 20,3% superior ao 4T18. O resultado do trimestre foi influenciado pelo aumento da margem financeira bruta associado à redução com as despesas liquidas de provisão de credito.
Os resultados dependem das condições de mercado, do desempenho econômico do país e dos mercados internacionais, os quais podem impactar o desempenho efetivo daqueles previstos em nossas estimativas.
No 4T19, as despesas de pessoal elevaram-se em função da efetivação das despesas adicionais previstas na proposta de reforma estatutária da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi). A contribuição do banco é retroativa a todo o ano de 2019 e já estava contemplada nas projeções corporativas.
No comparativo 2019/2018, o crescimento do lucro líquido ajustado foi de 32,1%, com destaque para o aumento da margem financeira bruta, associado à redução da despesa líquida de PCLD e o comportamento das receitas com prestação de serviços crescendo nominalmente acima das despesas administrativas
O crescimento do RSPL Mercado de 15,4% para 17,7% na comparação com o 4T18 e de 13,9% para 17,3%, na visão acumulada em doze meses, reforçam o compromisso de aumento da rentabilidade.
Em 12 meses, o lucro líquido foi de R$ 17,8 bilhões, valor 32,1% maior comparado com 2018. Na visão societária, sem os ajustes de eventos extraordinários, o resultado acumulado alcançou R$ 18,2 bilhões, alta de 41,2% e RSPL de 17,6%.
Crédito
A carteira de crédito classificada PF cresceu 8,9% em relação a dezembro/18 (+R$ 17,4 bilhões), fruto do desempenho positivo em crédito consignado (+R$ 10,2 bilhões) e em empréstimo pessoal (+R$ 3,3 bilhões).
O crescimento dos negócios de varejo, que englobam os segmentos de PF e MPME, atingiram 41,1% de participação no total da carteira, ante 36,7% em dezembro/18.
A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 680,7, redução de 2,6% em 12 meses.
A carteira MPME alcançou R$ 64,5 bilhões, crescimento de 8,5% em 12 meses. Já a carteira de crédito classificada PJ atingiu R$ 197,5 bilhões, 10,9% menor se comparado a dezembro de 2018.
A redução pode ser explicada principalmente pela dinâmica da carteira atacado, onde tem se observado uma migração para mercado de capitais. O BB tem atendido a este segmento por meio de seu banco de investimento, na distribuição de operações no mercado de capitais.
O crédito rural apresentou queda de 1,0% em relação a dezembro de 2018 (-R$ 1,7 bilhão), redução de R$ 5,6 bilhões na Comercialização Agropecuária, compensada pelo aumento na carteira de FCO Rural (+R$ 2,0 bilhões) e Investimento Agropecuário (+R$ 2,3 bilhões). A participação de mercado alcançou 64,4%, mesmo nível de dezembro de 2018.
Qualidade do Crédito
O índice de inadimplência com mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada alcançou 3,27% em dezembro, queda de 20 bps em relação ao trimestre anterior. Ao desconsiderar o efeito de caso específico o índice seria de 2,54%.
A despesa com Risco de Crédito reduziu 4,6% em relação ao 3T19, alcançando R$ 4,8 bilhões no 4T19. Na visão acumulada, queda de 2,4%.
A despesa de Líquida, que considera a Recuperação de Crédito, reduziu 9,6% na comparação com o 3T19, impactada positivamente pelo aumento de 4,9% na Recuperação de Crédito (+R$ 83,7 milhões). A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 680,7 bilhões, redução de 2,6% na comparação com dez/18.
Índice de Basileia
Em dezembro de 2019, o índice de Basileia foi de 18,6% e o índice de capital nível I de 13,5%, sendo 10,02% de capital principal, estável em relação a dezembro/18. Seguindo a Declaração de Apetite e Tolerância a Riscos e o Plano de Capital, para janeiro de 2022, a meta é manter no mínimo 11% de Índice de Capital Principal.
Estratégia Digital
O número de clientes nativos digitais, que começaram o relacionamento com o Banco, através de canais digitais, apresentou crescimento de 56,0% em 12 meses. Destes clientes, 83,1% tem até 40 anos. Este crescimento reforça o compromisso do Banco com a ampliação do volume de negócios, com novos clientes (principalmente o público jovem).
Para 2020
O BB descontinuou, para efeito das projeções corporativas, os indicadores de Despesa de PCLD líquida, Carteira de Crédito Pessoa Física e Carteira de Crédito Pessoa Jurídica.
Para 2020, estes indicadores foram substituídos por:
– Carteira de Crédito Negócios Varejo: composta pelas carteiras Pessoa Física e MPME;
– Carteira de Crédito Atacado PJ: formada pela carteira de grandes empresas (com faturamento superior a R$ 200 milhões), incluindo o crédito agroindustrial.
Estas alterações têm como objetivo alinhar os novos indicadores à Estratégia Corporativa, bem como destacar o foco do Banco nos negócios de crédito varejo.
– PCLD Ampliada: Composta pela despesa de PCLD líquida da recuperação de crédito, descontos concedidos e a imparidade.
“Entretanto esta alteração visa alinhar o conceito às melhores práticas de mercado, de forma a evidenciar os seus componentes de forma granular, permitindo o acompanhamento das linhas separadamente. Importante notar ainda que a imparidade era componente da Margem Financeira Bruta e, a partir do 1T20, passará a compor a PCLD ampliada”, diz o comunicado. A projeção para o resultado líquido fica entre R$18,5 a R$20,5 bilhões.