Março não tem sido um bom mês para o Bitcoin e nem para o mercado global. Ambos mostraram fragilidade e sucunbiram a três eventos recentes: o anúncio da Arábia Saudita de cortar os preços do petróleo e aumentar a produção, o crescimento da epidemia do Coronavírus nos EUA e a recente decisão do FED americano de cortar os juros a quase zero.No caso do Bticoin, uma queda acima de 13% levou a criptomoeda a US$ 4.600 valor observado no Bear Market de 2018.
Antes do anúncio do organismo americano o Bitcoin apresentava uma alta de 14,33%, chegando a US$ 5.940 e dando um alívio para trader e holders depois da forte queda de 45%, contudo, após o anúncio do Governo Americano de cortar os juros e injetar ainda mais dinheiro na economia, por meio de um programa de flexibilização quantitativa de US$ 700 bilhões, levou o mercado global a novas quedas, mostrando que investidores continuam extremamente preocupados com o impacto econômico de longo prazo dos efeitos que o Coronavírus vem realizando na economia.
No caso do Bitcoin o anúncio do FED demorou a impactar o valor da criptomoeda, porém o impacto foi sentido e, no momento da escrita o BTC registra mais de 13% de desvalorização sendo negociado a US$ 4.661. Investidores temem que a economia global entre em colapso assim como ocorreu na crise dos subprimes, que inclusive, teria levado a criação do BTC. Ironicamente agora, a criptomoeda ‘luta’ para manter seu valor juntamente em meio a outra crise global.
“A última vez que o Fed fez este movimento foi durante a crise financeira de 2008. Nas últimas duas semanas, eles fizeram dois cortes separados que totalizaram 1,5% e nos trouxeram taxas de juros de 0% ”, resumiu o cofundador da Morgan Creek Digital Anthony Pompliano no Twitter, indicando um cenário não tão otimista para a economia do mundo.
Investidores apontam que este será um grande teste para o Bitcoin pois a crise do Coronavírus nos EUA deve se agravar nesta semana na medida em que novos casos, e mortes, forem divulgadas, obrigando o Governo a tomar medidas ainda mais drásticas como fez a China. No caso da Europa, nações como Itália e Espanha também devem obrigar os demais países do continente a rever polícias de saúde pública.
Embora analista digam que o Bitcoin é um ativo não correlacionado é certo que grandes eventos com impacto na economia global também influenciam no preço do criptomoeda, como mostrou os fatos recentes. Desta forma o preço do Bitcoin deve recuar ainda mais no curto prazo, podendo até mesmo ser negociado abaixo de US$ 4 mil novamente.
“Atualmente os bulls não são capazes de sustentar os níveis mais altos, o que sugere que as vendas ainda não terminaram, desta forma é provável que a volatilidade permaneça alta nos próximos dias. Embora ainda seja cedo para afirmar qualquer coisa tendo em vista a turbulência no mercado global, acredito que o valor do Bitcoin está perto do fundo. Contudo, se o preço cair abaixo de US $ 3.803,58 então os bears estarão totalmente no comando e podem levar o preço para níveis ainda mais baixos., destacou o analista do Cointelegraph, Rakesh Upadhyay.
No Brasil, segundo dados do Cointrademonitor, o Bitcoin está sendo negociado a R$ 24.8398, com 8% de desvalorização.
Por Cassio Gusson