O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) caiu 6,5 pontos em março, para 89,5 pontos, menor nível desde setembro de 2017 (88,5 pontos). Com o resultado, a média do primeiro trimestre de 2020 terminou 1,1 ponto inferior à média do trimestre anterior. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 2,2 pontos e inverteu a tendência ascendente iniciada em agosto do ano passado.
“A pandemia de coronavírus impactou significativamente a confiança empresarial em março, levando o ICE à maior queda desde a recessão de 2008-09. Houve piora expressiva das expectativas em todos os setores, especialmente no Comércio e em Serviços, enquanto a percepção sobre a situação corrente piorou relativamente pouco. Ainda assim, segmentos que vinha evoluindo favoravelmente no ano, como a Indústria e a Construção, acusaram o baque e sinalizam redução do nível de atividade no mês. Enquanto persistirem os impactos da pandemia no país nos próximos meses, o cenário de confiança em queda deve se manter”, afirma Rodolpho GuedonTobler, economista da FGV IBRE.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
O índice que retrata a situação corrente dos negócios (ISA-E) recuou 0,8 ponto em março, para 91,7 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) cedeu 14,9 pontos, a maior queda desde outubro de 2008, passando de 102,6 pontos, zona de neutralidade, para 87,7 pontos, zona de pessimismo. Além disso, neste mês, o IE-E fechou abaixo do ISA-E, algo que não acontecia desde setembro de 2015.
A confiança de todos os setores integrantes do ICE recuaram em março. As maiores quedas ocorreram nos setores de Serviços e Comércio, com recuos de 11,6 e 11,7 pontos, respectivamente, seguidos da Indústria e Construção, com variações negativas de 3,9 e 2,0 pontos. Todos os setores foram influenciados principalmente pela deterioração das expectativas, com destaque às do Comércio, que despencaram 24,3 pontos. Em médias móveis trimestrais, todos os setores também recuaram no mês.
Difusão da Confiança
A confiança recuou em 40 dos 49 segmentos que integram o ICE (82% do total), um número bem superior aos 21 do mês anterior (43%). A disseminação de alta dos segmentos se mostrou desanimadora nos quatro setores, com destaque para o Comércio e o setor de Serviços, em que a alta da confiança não ocorreu em nenhum segmento.