Os juros básicos estão baixos (3,75% ao ano) e podem ficar ainda menores nos próximos meses. Porém, indiferente à baixa rentabilidade, o programa de compra e venda de títulos públicos pela internet, o Tesouro Direto, registrou o cadastramento de 349.727 novos participantes em março, de acordo com relatório mensal divulgado pela Secretária do Tesouro Nacional (STN).
Ao todo, esse segmento somou 1,213 milhão de investidores ativos, de um total de 6,512 milhões de investidores cadastrados no sistema.
Em março, de R$ 3,018 bilhões em compras de títulos públicos pelo Tesouro Direto, a maior parte dos novos aportes foi para o Tesouro Selic (47,18%), enquanto 33,24% foram para Tesouro IPCA e uma fatia menor para Tesouro Prefixado (19,57%). Mas no geral, o programa apresentou resgate líquido de R$ 780,90 milhões no mês de investidores mais antigos.
“Muitos investidores avessos ao risco, que viram suas cotas negativas em Fundos DI ou Fundos de Crédito de Curto Prazo migraram para Tesouro Selic em março. Mas também estamos vendo um fluxo para Tesouro IPCA em abril, porque as taxas subiram para níveis que não observamos há bastante tempo”, afirma Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest.
Ele argumentou que na atual crise causada pela pandemia de covid-19, o público de varejo também percebeu a importância de ter uma reserva financeira considerada segura. “Formar uma reserva de emergência é fundamental para momentos como esse”, diz.
Quanto ao patamar atual das taxas, Macedo contou que o Tesouro IPCA com vencimento para 2025 promete taxa real de 4,28%, mais a inflação aferida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período. Já no vencimento de Tesouro IPCA para 2035, a taxa real é de 4,38% ao ano. “Antes dessa crise, essas taxas estavam entre 2% e 3% ao ano”, compara.
Perfil dos novos investidores
Segundo os dados publicados, o perfil dos novos investidores é formado principalmente por homens (69,55%) em comparação com a participação de 30,36% do público feminino.
Pela idade, 35,98% possuem entre 26 e 35 anos; 29,97% entre 16 e 25 anos; 20,44% entre 36 e 45 anos; 8,01% entre 46 e 55 anos; 3,76% entre 56 e 65 anos; 1,55% entre pessoas com mais de 66 anos e 0,29% entre pessoas até 15 anos de idade.
Pela distribuição geográfica, 57,05% dos novos investidores são da região Sudeste; 16,13% do Sul; 13,99% do Nordeste; 8,66% do Centro-Oeste e 4,17% do Norte.
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