Tudo sobre dividendos, juros sobre capital próprio e muito mais

Ao investir em ações na bolsa de valores, você se torna sócio de empresas e participa da distribuição dos lucros.

Uma empresa de capital aberto, listado na B3 por exemplo, pode destinar seu lucro para reinvestir no próprio negócio, adquirir participações ou novas empresas, constituir reservas, recomprar suas próprias ações ou distribuir uma parte em dividendos aos acionistas.

No mercado brasileiro, é mais comum as empresas pagarem dividendos do que recomprar suas ações.

Esse pagamento de proventos podem ser de cinco tipos:

Dividendos: É um provento pago normalmente pelas companhias com ações listadas na bolsa de valores.

Juros Sobre Capital Próprio (JCP): É bem parecido com dividendo mas mudando a forma de ser contabilizado pela empresa, ficando como despesa antes de registrar o lucro líquido.

Direito de Subscrição: O acionista tem direito de comprar mais ações antes de quem ainda não é investidor quando a empresa decidir emitir novas ações.

Bonficação: A empresa paga provento dando ações adicionais ao acionista com base do seu número de ações.

Além desses quatro, existe a distribuição extra de proventos, chamado de extraordinário.

Os dividendos são parcelas dos resultados líquidos apurados por empresas sociedade anônima (S/A) que elas destinam aos seus sócios, que são, no caso de empresas listadas, os acionistas, detentores de suas ações listadas em bolsa.

Quando uma empresa encerra seu ano fiscal, divulgando suas demonstrações financeiras, caso a empresa tenha obtido lucros, parcelas desses lucros irão, invariavelmente, para seus sócios e acionistas, através de dividendos ou juros sobre capital próprio.

De acordo com o artigo 202 da Lei 6.404/76 (Lei das S/As), que regula esse tema, o estatuto social determinará a porção mínima dos lucros que devem ser distribuídos.

Muitas empresas, no entanto, adotam um percentual mínimo de 25%, mas existem outras que adotam percentuais menores ou maiores, e não há um limite mínimo exato estabelecido por lei.

DIVIDEND YIELD

Ao mostrar a relação entre os dividendos distribuídos e o preço da ação, o Dividend Yield é um indicador muito importante para os investidores.

O Dividend Yield não deve ser o único fator a considerar no momento de comprar ações, mesmo que você esteja interessado em montar uma carteira com foco na distribuição de dividendos, mas entender o que é Dividend Yield é essencial para os investidores que procuram empresas que são boas pagadoras de dividendos.

Dividend Yield mostra a relação entre os dividendos pagos e o valor de cada ação. Quanto maior o Dividend Yield, maior é o valor distribuído pela empresa, em relação ao valor que o acionista paga pela ação.

Ao mesmo tempo, quanto menor o Dividend Yield, menor é o valor distribuído pela empresa, em relação ao valor que o acionista paga pela ação.

Para calcular o Dividend Yield o investidor precisa dividir o valor pago em dividendos pelo preço individual da ação antes da distribuição dos dividendos: Dividend Yield (DY) = Dividendos pagos por ação / Valor da ação x 100

Existe muita confusão na hora de mostrar o valor do DY. A fórmula para se calcular o DY pode consistir apenas na divisão dos valores pagos por ação pela empresa nos últimos 12 meses pela atual cotação das ações da companhia ou a soma do percentual do DY dos últimos doze meses usando como base o valor da ação no dia “data com” de cada provento.

É importante acompanhar não só o valor do DY, mas também acompanhar a procedência dos dividendos para saber se o pagamento é rotineiro, ou se advém de fatores pontuais. Vale destacar que o DY nunca deve ser visto como uma garantia de lucros futuros e muito menos deve ser avaliado isoladamente.

O dividend yield pode sofrer influência de diversos fatores, incluindo preço das ações, base de dividendos pagos nos últimos meses, dividendos extraordinários e Payout – Porcentagem do lucro líquido que a empresa destina para o pagamento de dividendos, geralmente na casa de 25%.

Vantagens e desvantagens dos dividendos

A principal vantagem de investir em empresas boas pagadoras de dividendos é que você ganha um valor periodicamente, decorrente da distribuição de dividendos.

Além de poder ganhar com valorização da ação da empresa na bolsa, visto que boas pagadoras de dividendos são empresas mais consolidadas, que apresentam boa gestão e saúde financeira, o investidor tem opção de reinvestir o dinheiro recebido via dividendo e aumentar seu patrimônio investido.

Outra vantagem do dividendo é a isenção do Imposto de Renda. O recebimento de dividendos não é tributado, ou seja, não é cobrado Imposto de Renda sobre ele. Porém, a Declaração Anual do Imposto de Renda é obrigatória.

Geralmente, uma desvantagem com empresas que pagam bons dividendos é que já estão em estágio mais consolidado e podem não valorizar muito as ações.

Reinvestir os dividendos recebidos comprando mais ações é uma forma muito poderosa de se beneficiar dos juros compostos e aumentar seus lucros.

Os dividendos, quando são gerados e tem origem em operações de empresas saudáveis, com um fluxo de caixa robusto, que apresentam crescimento e métricas de rentabilidade elevadas, e principalmente, quando são reinvestidos na compra de mais ações, são ferramentas poderosas para construção de patrimônio e renda passiva no longo prazo.

Conheça as datas Importantes dos dividendos das empresas listadas na B3

A agenda de dividendos é a previsão de quando as empresas pagarão os dividendos. A data deve ser prevista porque o pagamento de dividendos só acontece se a empresa gerar lucro líquido de fato. Conheça as datas importantes:

Data da aprovação: A empresa anuncia a quantidade de dividendos a ser paga, com as datas ex-dividendos e de pagamento. É a data em que o Conselho de Administração da empresa anuncia a quantia que será paga em dividendos por ação, a data de ex-dividendos e também a data do pagamento dos proventos.

Normalmente as empresas realizam reuniões com seus conselhos de administração para decidirem quanto e quando pagarão de proventos referente aos resultados obtidos em um trimestre ou exercício, e muitas vezes os conselheiros levam em conta, antes de fazer a aprovação ou decidir o valor, o estatuto da empresa, bem como a situação financeira da mesma.

Data com: É a data limite para o investidor comprar a ação e ficar com direito de receber os dividendos. Na reunião do conselho, a empresa define qual data servirá como base acionária para o pagamento dos dividendos. Todo investidor que possuir ações em custódia no fim do dia da “data com” irá receber automaticamente os proventos.

Data ex-dividendos: É a data em que as ações não negociam mais com o direito ao recebimento de dividendos, e sendo assim, aqueles que comprarem nessa data, após as ações estarem “ex”, não farão jus ao recebimento dos proventos.

Geralmente essas datas são informadas logo quando a empresa faz a deliberação e o anúncio do pagamento dos proventos. É importante ressaltar também que na data “ex dividendos” o valor dos dividendos é descontado do preço da ação

Data de pagamento: É a data em que são depositados os dividendos na conta do investidor, e que de fato ocorre o pagamento desses recursos. Terão direito a esse pagamento todos os investidores que estiverem com ações em custódia no fim do dia da “data com”. Cada empresa define a forma e o prazo de pagamento.

Como receber dividendos mensais

Quando passam a investir em dividendos, muitos acionistas enxergam uma forma de obter uma renda passiva. No entanto, como as empresas possuem períodos diferentes para o pagamento dos proventos, é preciso organização para poder receber dividendos mensais.

As duas ações que pagam dividendos mensalmente são a BBDC4, do Bradesco, e a ITUB4, do Itaú.

Quando a empresa distribui proventos mensais, a forma mais comum é através de juros sobre capital próprio (JCP).

No Ibovespa, existem ações que pagam dividendos regularmente fazem parte de diversos setores como consumo, financeiro, bancário, industrial, saúde, siderurgia, etc.

Os Planos de Reinvestimento de Dividendos (PRD) são uma forma organizada que as empresas criaram para seus acionistas reinvestirem os dividendos recebidos.

O TheCap fez uma tabela legal mostrando as empresas do Ibovespa que pagam dividendos mensais e regularmente:

Fonte The cap – Sujeito a alteração