Depois de liderar aquisições bilionárias e lançar o serviço de streaming Disney+, o diretor Kevin Mayer, da divisão de streaming da Disney (BOV:DISB34), parte para outra empresa, do outro lado do mundo.
No lugar de longas metragens e jogos esportivos, entram os vídeos de poucos segundos. Mayer está deixando a companhia do Mickey para se tornar presidente do TikTok, plataforma chinesa de vídeos curtos. Mayer também será o diretor de operações da ByteDance, empresa chinesa gigante e que é dona do TikTok. Ele irá reportar diretamente ao fundador e presidente Yiming Shang.
Para a empresa chinesa, o valor do diretor é a criação de grandes negócios globais, assim como a ampliação de portfólio dos produtos realizada na Disney. O aplicativo TikTok já teve 1,5 bilhão de downloads. Apenas em 2019, o aplicativo teve mais de 738 milhões de downloads, segundo a consultoria SensorTower.
A Bytedance é a startup mais valiosa do mundo, avaliada em 75 bilhões de dólares pela CB Insights, e quer expandir seus negócios em jogos e comércio eletrônico neste ano, além de fortalecer sua presença na área de redes sociais.
Em um comunicado divulgado pela TikTok, Mayer diz que está impressionado com o crescimento da chinesa nos últimos tempos. “Como todos os outros, eu fiquei impressionado ao ver a companhia criar algo incrivelmente raro com o TikTok – uma comunidade online global criativa e positiva – e estou animado para ajudar a liderar a próxima fase da jornada da ByteDance, à medida que a companhia continua expandindo o alcance de seus produtos em todas as regiões do mundo”, escreveu.
Carreira na Disney
Mayer é um diretor veterano da empresa do Mickey e até recentemente ocupava a diretoria da área internacional e de lançamentos direto para o consumidor. Sob sua gestão, a Disney lançou seu serviço de streaming Disney Plus e ESPN Plus, ainda não disponíveis no Brasil. Também liderou a integração da plataforma Hulu, que era da 21st Century Fox. No seu lugar ficará Rebecca Campbell.
O diretor chegou à Disney em 1993 para desenvolver as divisões de internet e interatividade da companhia. Ele deixou a empresa em 200, para se tornar presidente da empresa de mídia Clear Channel Interactive, foi para a consultoria LEK Consulting, e voltou para a Disney em 2005. Seu papel no conglomerado de mídia foi essencial na estratégia de expansão dos últimos anos, com grandes aquisições como o estúdio 21st Century Fox e a empresa de streaming BamTech.
Hoje, o Disney+ tem 55 milhões de assinantes no mundo. O número ainda é pequeno perto da rival Netflix, que chegou a 182 milhões de assinantes e ganhou 16 milhões de novos usuários só no primeiro trimestre, um recorde absoluto favorecido pelo isolamento social.
“Kevin teve um impacto extraordinário na nossa companhia nos últimos anos”, disse Bob Chapek, presidente que assumiu em janeiro deste ano. “Ele fez um trabalho magistral ao gerenciar e expandir nosso portfólio de serviços de streaming, ao mesmo tempo em que reuniu ativos criativos e tecnológicos necessários para lançar o altamente bem sucedido Disney+ globalmente. Tendo trabalhado ao lado de Kevin por muitos anos na equipe de diretoria sênior, eu sou enormemente grato pelo seu suporte e amizade e desejo a ele um tremendo sucesso daqui para frente”, afirmou.
Impacto da pandemia
No início do mês, a empresa de mídia sentiu outro grande impacto bilionário em seu negócio, por causa da pandemia do novo coronavírus. A empresa estima que, no trimestre que fechou, perdeu cerca de 1,4 bilhão de dólares no lucro de operações continuadas antes de impostos.
O maior prejuízo, de cerca de 1 bilhão de dólares em perdas no faturamento, foi sentido na divisão de Parques, Experiências e Produtos, já que parques e lojas estão fechadas, cruzeiros estão suspensos e eventos foram afetados. O faturamento dessa divisão caiu 10%, e o lucro, 58% no trimestre.
As perdas do trimestre reforçam a força da Netflix, que com um serviço de streaming ganhou número recorde de novos assinantes e ultrapassou a empresa do Mickey em valor de mercado.
Agora, com a saída do diretor de streaming e responsável pelo lançamento do Disney+, o impacto pode ser ainda maior.
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