A Caixa Econômica Federal, em menos de uma semana já processou mais de R$ 60 milhões em pagamentos digitais via QR Code.
Por meio de uma parceria com a Cielo, todos os clientes da Caixa podem usar os recursos armazenados no banco para fazer pagamentos via QR Code.
A medida foi anunciada como suporte principalmente para os beneficiários do ‘coronavoucher’, como ficou conhecido o Auxílio Emergencial anunciado pelo Governo Federal para minimizar os impactos econômicos do coronavírus.
Digitalização da Economia e Fim do Dinheiro físico
Os números da Caixa destacam uma tendência sem volta na economia: a digitalização e a diminuição da circulação de dinheiro físico.
Neste sentido o Banco Central do Brasil vai implementar no país dois sistemas, o PIX e o Open Banking, que devem reduzir ainda mais o uso do dinheiro.
Os sistemas são justamente uma resposta do BC a economia digital, tendência que ficou ainda mais latente com o Bitcoin e as criptomoedas.
“Eu acho que é um dos projetos mais importantes que nós temos esse ano. O PIX veio, na verdade, de uma necessidade, de uma demanda que as pessoas têm em geral, e tem sido bastante discutido entre os bancos centrais.
O mundo demanda um instrumento de pagamento que seja ao mesmo tempo barato, rápido, transparente e seguro. Se nós pensarmos o que tem acontecido em termos de criação de moeda digital, criptomoedas, ativos criptografados, eles vêm da necessidade de ter esse instrumento, com essas características, barato, rápido, transparente e seguro” destacou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Transações digitais na Caixa passam de R$ 2,16 bilhões
Ainda sobre as transações digitais que vêm sendo processadas pela Caixa, o banco destacou que o cartão de débito virtual da Caixa para o Auxílio Emergencial já somou mais de R$ 2,16 bilhões em transações digitais. E caso estas transações não tivessem sido feitas pelo modo digital, poderia haver falta de dinheiro físico para atender toda a população devido a alta demanda gerada pelo Auxílio;
Para se ter uma ideia da demanda pelo Auxílio Emergencial, o app que viabiliza o cadastro para receber o benefício do governo federal, está disponível tanto para iOS quanto para Android e. até o momento. acumula 92,9 milhões de downloads na soma de ambas as plataformas.
Enquanto isso, o Caixa Tem, app de Caixa para viabilizar os pagamentos digitais, foi baixado mais de 113,1 milhões de vezes.
Fim do dinheiro?
Dois fatos ocorridos recentemente também reforçam como o dinheiro físico vem se tornando obsoleto.
Em um deles, o Governo do Distrito Federal, aprovou a Lei 6582 que impede o uso de dinheiro físico no pagamento de serviços de transporte por aplicativo.
Segundo a Lei, que já foi aprovada pela Assembleia Legislativa do DF, os pagamentos, para este tipo de serviço, devem ser realizados apenas por meio eletrônico.
“§ 2º Fica vedado o pagamento de viagens em dinheiro, devendo as viagens realizadas pelos prestadores do STIP/DF ser pagas pelos usuários exclusivamente de forma eletrônica”
A Lei entrará em vigor em 120 dias e também estabelece outras medidas para empresas como Uber, 99 e outras que operam no ramo de transporte por app.
Já no Amazonas, pessoas estão enfrentando dificuldades para sacar o dinheiro que possuem no Banco, já que as instituições financeiras do Estado estão com falta de notas.
Há relatos de pessoas que ficaram até 6 dias sem acesso ao dinheiro que possuíam no Banco por conta deste problema.
Banco Central quer desestimular o uso do dinheiro físico
O próprio Banco Central pretende desestimular o uso do dinheiro físico.
Nesta linha, recentemente, Campo Neto destacou que as operações com dinheiro físico envolvem um custo muito alto, quando comparado ao dinheiro digital.
Segundo ele, o dinheiro físico precisa ser impresso, transportado, ter segurança, entre outros pontos que tornam seu custo operacional alto.
Por isso o BC também vem estimulando e desenvolvendo formas de pagamentos digitais no país.
“(Pix e Open Banking) vão ser uma ajuda muito grande também na forma de desintermediar essa necessidade de as pessoas terem dinheiro físico”, disse.
Por Cassio Gusson