A XP Inc. (XP) comprou participação majoritária na fintech Fliper, sua segunda aquisição desde a listagem em bolsa, em dezembro. O valor da operação não foi revelado.
A Fliper tem um aplicativo para consolidação de contas de corretoras e bancos, unindo em uma mesma tela as informações de um usuário em diferentes instituições financeiras — um app construído no conceito de “open banking”.
Com os números consolidados, o usuário consegue identificar, por exemplo, suas principais fontes de rendimento e seus maiores gastos.
“Quando criamos a Fliper, queríamos usar tecnologia e inovação para resolver um problema que ainda não tinha solução no mercado financeiro. A essência do negócio é ser um agregador ou GPS financeiro”, diz Renan Georges, um dos fundadores da fintech, criada em 2017.
A Fliper tem hoje 65 mil usuários ativos, que somam cerca de 85 mil contas de investimento e bancárias com R$ 7 bilhões em carteira.
A fintech já tinha acordo com alguns escritórios de agentes autônomos ligados à XP – caso da Acqua Investimentos, um dos maiores da rede. A lógica é que, com a carteira total em mãos, o assessor de investimento consiga orientar melhor seu cliente em sua composição de portfólio. Com a sociedade com a XP, esse negócio ganha escala. A XP tem atualmente cerca de 2 milhões de clientes e R$ 385 bilhões sob custódia. “A XP coloca duas turbinas de avião no negócio”, diz Georges.
Apesar dessa possibilidade para o cliente, a Fliper não será absorvida pela XP. A fintech continuará com gestão independente, sob comando dos três fundadores. Atualmente, o serviço é gratuito, sem geração de receita no aplicativo – a companhia pretende começar a estabelecer faixas diferentes de serviços e cobrança em algumas delas. Uma possibilidade futura, por exemplo, é utilizar os dados e inteligência artificial para dar dicas de consumo – identificando produtos e serviços que o cliente mais utiliza e indicando lugares e opções com o mesmo perfil mas menor custo.