Com uma estratégia bem-sucedida na comercialização do açúcar destinado à exportação e do etanol voltado ao mercado doméstico, o Grupo São Martinho encerrou o primeiro trimestre desta safra 2020/21, em 30 de junho, com resultados melhores que os reportados no mesmo intervalo do exercício anterior. A empresa do segmento sucroalcooleiro encerrou o período com aumentos de 26,5% do lucro líquido, que alcançou R$ 115,7 milhões.
A partir de um aumento do fluxo de 78,9%, para R$ 299 milhões, e de uma redução da alavancagem (dívida líquida/Ebitda) de 1,61 para 1,47 na comparação entre os primeiros trimestres de 2020/21 e 2019/20 -, o grupo, em reunião do conselho agora presidido por Murilo Passos, decidiu tirar da gaveta um investimento de R$ 350 milhões para ampliar a cogeração de energia em sua principal usina, localizada em Pradópolis, no interior de São Paulo.
Do valor total, disse Venturelli, R$ 35 milhões deverão ser investidos ainda este ano e o restante será aportada em 2021 e 2022.
Conforme os dados divulgados, as usinas do grupo moeram 10 milhões de toneladas de cana entre abril e junho, entre matéria-prima própria (6,8 milhões de toneladas, alta de 9%), e entregue por fornecedores terceirizados (3,2 milhões de toneladas, aumento de 14,8%).
A partir desse volume total processado 10,8% superior ao registrado no primeiro trimestre da safra 2019/20, foram produzidas 596 mil toneladas de açúcar, um incremento de 36,7% na comparação anual, e 406 mil m3 de etanol, 6,3% mais. A receita líquida total obtida com o açúcar comercializado no país e no exterior subiu 124,9%, para R$ 577,3 milhões, ao passo que as vendas de etanol somaram R$ 358,8 milhões, com retração de 11,7%. Na cogeração de energia a receita caiu 4,3%, para R$ 64,7 milhões.
O CEO da empresa não pode fazer maiores elocubrações sobre o que os acionistas podem esperar da São Martinho neste e nos próximos trimestres, quando serão mantidas todas as ações adotadas para preservar a saúde dos funcionários em meio à índices ainda elevados de disseminação da covid-19. Mas adiantou que, nesse processo de ajuste de vendas o mix das unidades da empresa se tornou mais “açucareiro” e, assim, a oferta de etanol do grupo ficou – e ficará – mais equilibrada, em linha com um consumo que, até agora, não voltou ao nível do ano passado no país.