O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda a prorrogação da suspensão temporária das cobranças dos pagamentos de dívidas, uma das primeiras medidas anunciadas para mitigar a crise causada pela covid-19, ainda no fim de março. A suspensão das cobranças – conhecida no setor financeiro como “standstill” – foi concedida por seis meses, portanto, o prazo termina daqui a uma semana, no fim do mês. A ideia é prorrogar a suspensão apenas para os setores econômicos mais atingidos pela crise, como as operadoras privadas de aeroportos, disse uma fonte que acompanha as discussões e pediu para não se identificar.
No fim do mês passado, em balanço sobre as medidas adotadas desde março, o BNDES informou que, com o “standstill”, deixou de cobrar R$ 12,4 bilhões do setor privado. Foram beneficiadas 28,5 mil médias, pequenas e microempresas e 492 grandes empresas. O banco de fomento deixou de receber outros R$ 3,9 bilhões em dívidas devidas por Estados e municípios. Procurado, o BNDES não comentou sobre a possibilidade de prorrogação.
As operadoras privadas de aeroportos são candidatas naturais a serem contempladas com a medida porque o transporte aéreo foi uma das atividades mais castigadas pela pandemia. Em palestra num seminário transmitido pela internet no mês passado, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, já havia dito que o banco estava discutindo uma “segunda pernada” na suspensão de pagamentos para setores que precisam de “tratamentos secundários”, e citou especificamente os aeroportos.
Nem mesmo para as empresas de menor porte deverá haver prorrogação irrestrita. A avaliação interna do BNDES é que não necessariamente essa seria a melhor forma de continuar dando um alívio para os pequenos negócios. Outras medidas adotadas pelo governo na área de crédito, como o Pronampe, operado pelo Banco do Brasil (BB), e o Peac, operado pelo BNDES, trouxeram opções de empréstimos com juros menores do que os cobrados em financiamentos antigos.
“É melhor tomar crédito novo ou postergar o crédito cujas taxas são lá de trás?”, questionou a fonte ouvida.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte Isto é Dinheiro