As vendas no varejo alemão caíram inesperadamente em julho, mostraram dados nesta quarta-feira, frustrando as esperanças de que os gastos das famílias na maior economia da Europa levariam a uma forte recuperação no terceiro trimestre do choque do coronavírus.
O governo da chanceler alemã, Angela Merkel, lançou desde março uma série de medidas de resgate e estímulo — financiadas com um empréstimo recorde de 217,8 bilhões de euros — para ajudar empresas e consumidores a saírem da crise.
O pacote de estímulo inclui um corte temporário no imposto sobre valor agregado (IVA) de 1º de julho a 31 de dezembro, no valor de até 20 bilhões de euros, para dar um impulso adicional à demanda doméstica.
Mas os números de vendas no varejo divulgados pelo Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha lançam algumas dúvidas sobre se as medidas estão funcionando. Algumas empresas não estão repassando o corte de impostos aos consumidores e os compradores em geral parecem estar se segurando.
As vendas no varejo caíram 0,9% no mês em termos reais em julho, após uma queda revisada de 1,9% em junho e um salto de 13,2% em maio, quando as autoridades aliviaram medidas de bloqueio no país.
A leitura ficou aquém da previsão da Reuters de um ganho de 0,5%, embora as vendas no varejo sejam um indicador volátil, muitas vezes sujeito a revisão.