A Agência Internacional de Energia (AIE) manteve inalterada sua projeção de queda para o consumo mundial de petróleo em 8,4 milhões de barris por dia (bpd) neste ano, em relatório mensal divulgado nsta quarta-feira, 14. A entidade, que tem sede em Paris, decidiu pela manutenção dos números uma vez que embora tenha diminuído a projeção para o terceiro trimestre, elevou a expectativa para os últimos três meses de 2020, sem alteração no horizonte anual, de 91,7 milhões de bpd.
“As perspectivas econômicas e a futura disseminação do vírus, ambas as principais influências na demanda de petróleo, permanecem incertos”, avalia a AIE, referindo-se ao novo coronavírus. “Uma segunda onda de casos de covid-19 e novas restrições de movimento estão agora desacelerando o crescimento da demanda”, destaca.
A projeção da entidade para demanda mundial de petróleo no terceiro trimestre foi reduzida em 140 mil de bpd, para 93,6 milhões de bpd, com fraqueza vista principalmente na América do Norte (incluindo México) e Índia. Já a expectativa para os três meses seguintes passou para 96,1 milhões de bpd, com leve alta de cerca de 100 mil de bpd.
“Isso certamente levanta dúvidas sobre a robustez da recuperação econômica prevista e, portanto, sobre as perspectivas de crescimento da demanda por petróleo”, reforça a AIE.
Para 2021, a entidade também manteve o cenário de recuperação do setor traçado há um mês. A AIE espera que a demanda global por petróleo cresça 5,5 milhões de bpd no próximo exercício, totalizando 97,2 milhões de bpd. “Em 2021, os números irão se recuperar apenas parcialmente, para os níveis vistos pela última vez em 2015”, avalia a Associação.
Oferta mundial de petróleo se reduziu em 600 mil de barris por dia (bpd) em setembro
A oferta mundial de petróleo se reduziu em 600 mil de barris por dia (bpd) em setembro, para 91,1 milhões de bpd, de acordo com a AIE. A queda, conforme relatório mensal da entidade, com sede em Paris, reflete o corte de produção nos Emirados Árabes Unidos e a manutenção dos fluxos de corte no Mar do Norte e no Brasil, mais do que compensando a recuperação vista nos Estados Unidos depois de o furacão Laura ter forçado fechamentos preventivos no mês de agosto.
O patamar da oferta de petróleo em setembro ficou, de acordo com a AIE, 8,7 milhões de bpd abaixo do nível apresentado pelo setor no término de 2019.
Já em outubro, a Associação lembra que a greve em petrolíferas na Noruega e o Furacão Delta, no Golfo do México, nos Estados Unidos, interromperam brevemente volumes substanciais de produção. “Quaisquer perdas provavelmente serão compensadas por ganhos adicionais na Líbia, caso seu cessar-fogo se mantenha, e se os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) produzirem conforme as metas acordadas”, explica a AIE. Em setembro, a produção da Opep+ teve queda de 410 mil bpd.
A Agência Internacional de Energia (AIE) elevou a projeção para a oferta de petróleo pelo Brasil neste ano, mas manteve a expectativa para 2021. Já do lado da demanda doméstica, a entidade, com sede em Paris, voltou a fazer ajustes para cima na projeção do próximo ano, porém, não alterou seu número para o atual.
A AIE espera que a demanda por petróleo pelo Brasil fique em 2,89 milhões de barris por dia (bpd) neste ano. Para 2021, a projeção da entidade teve ligeiro aumento, de 2,98 milhões para 2,99 milhões de bpd, conforme relatório mensal da Agência, publicado na manhã de hoje.
Em termos de produção, a AIE elevou a expectativa para a oferta de petróleo por parte do Brasil para 3,07 milhões de bpd – antes previa 3,05 milhões de bpd. Em relação a 2021, a estimativa foi mantida em 3,28 milhões de bpd.