As vendas totais do Carrefour Brasil (BOV:CRFB3) tiveram alta de 27,3% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2019. Incluindo a venda de gasolina, o grupo vendeu R$ 19,276 bilhões. Já o crescimento LfL (que considera as vendas de mesmas lojas sem gasolina) foi de 26%, um recorde para a série histórica do grupo.
A prévia de venda do 3T20 foi divulgada na noite desta terça-feira (27). As vendas mesmas lojas da rede, que também controla a bandeira de atacarejo Atacadão, cresceram 26,6%, segundo prévia operacional do período.
O Atacadão registrou R$ 13,545 bilhões em vendas, uma alta de 31,3%. Enquanto isso, o varejo do Carrefour sem gasolina somou R$ 5,213 bilhões. A explicação do grupo para o número elevado de crescimento do Atacadão é de que as decisões estratégicas tomadas para melhorar a competitividade da bandeira criaram uma dinâmica comercial positiva. “Ao mesmo tempo em que tivemos o retorno do crescimento das vendas para clientes B2B devido à redução das restrições de circulação no Brasil e reabertura de bares e restaurantes”, diz o grupo.
As vendas mesmas lojas da bandeira subiram 25,8%.
Quanto aos números do varejo, o grupo diz que as vendas de alimentos foram sustentadas pelos produtos de marca própria que ganharam importância em um ambiente de inflação alimentar. Além disso, o grupo aponta ganho de mercado no setor de hipermercados, graças às suas iniciativas de multicanalidade.
Alta no e-commerce alimentar
O Carrefour afirmou que o Atacadão lançou operações de e-commerce inicialmente em 4 cidades, mas que o serviço já está disponível em 23 cidades de 11 Estados do país.
O Carrefour apresentou crescimento total de GMV (volume bruto de mercadorias no e-commerce) de 72,5% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2019. Se o serviço de entrega rápida for considerado, essa alta chega a 86,1%. Se comparado com os dados do trimestre imediatamente anterior, o GMV, incluindo a entrega rápida, teve leve queda de R$ 918 milhões para R$ 895 milhões.
“O GMV se manteve virtualmente no mesmo nível do segundo trimestre, pico de pandemia da covid-19, e acima do período de Black Friday em 2019, no quarto trimestre. As vendas do marketplace cresceram 61,7% e representaram 21,6% do GMV total no terceiro trimestre”, diz o grupo na prévia de vendas publicada nesta noite.
O grupo afirma que, em setembro, 98,2% das entregas do varejo alimentar foram feitas sem atraso, com média de 1,6 dias. “As nossas iniciativas também se traduziram em novos clientes tanto para os canais online, quanto offline, uma vez que 70% dos clientes do e-commerce alimentar em setembro eram clientes novos ou inativos em nosso ecossistema”, afirma no texto.
No e-commerce alimentar a alta foi de 202,4%, incluindo o serviço de entrega rápidas. As vendas de não alimentares também continuaram crescendo, com alta de 69,1%.
Vale lembrar que o grupo também lançou recentemente o e-commerce do Atacadão em parceria com operadores de serviço de entrega rápida.
(Com Estadão)
VISÃO DO MERCADO
Credit Suisse
O resultado foi classificado como “excepcional” pelo Credit Suisse, que destacou dados da agência Nielsen segundo os quais a fatia de mercado do Carrefour subiu entre 1,3 e 1,9 ponto percentual. O banco afirmou que os resultados, aliados à incorporação de 30 lojas do grupo Makro nos próximos meses tornam as ações “bastante atraentes”.
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Para o analista de empresas, Luis Sales, o Impacto é Positivo. O Carrefour mostrou grandes avanços em termos de vendas, impulsionados pelo ganho de participação no mercado. No período, o grupo lançou o e-commerce do Atacadão e também uma grande aceleração da transformação digital nos outros braços, o que ajudou a alavancar suas vendas.
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O forte resultado pode ser explicado principalmente retomada da demanda de bares e restaurantes decorrente da reabertura gradual durante o período, além de uma manutenção no fluxo de clientes pessoa física e revendedores (pequenas mercearias/supermercados). Dessa forma, a companhia conseguiu apresentar também um crescimento em relação ao trimestre anterior, que já foi bastante robusto por conta do impacto positivo das medidas de quarentena implementadas no 2º trimestre.
Na nossa visão, os principais destaques positivos do relatório foram: (i) o Atacadão, com vendas no conceito mesmas lojas crescendo 25,8% A/A e ganho de participação de mercado de 1,3 p.p A/A; (ii) a recuperação do Banco Carrefour, com as vendas de cartão crescendo 16% A/A e ultrapassando o NuBank para se tornar o 5º maior banco do Brasil (em saldo de carteira concedido por meio de cartões de crédito); e (iii) a performance do digital, com venda online (GMV) crescendo 72,5% A/A, puxado principalmente pelo segmento alimentar (+202% A/A), enquanto o não-alimentar também foi sólido em +69% A/A. Além disso, o Atacadão lançou sua plataforma de e-commerce e já está presente em 23 cidades brasileiras.
Esperamos uma reação positiva do mercado, mas mantemos a nossa recomendação de Neutro para as ações do Carrefour Brasil (CRFB3) e preço-alvo de R$ 22,00 ao final de 2020. Embora o Atacadão deva continuar a apresentar resultados positivos à medida que a demanda de bares e restaurantes se recupere, acreditamos que o fim do auxílio emergencial pode ser um risco. Além disso, atualmente vemos as ações da companhia negociando a um múltiplo justo de 19x P/L 2021.
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