A economia da zona do euro se recuperou com muito mais força do que o esperado no terceiro trimestre depois da contração provocada pela pandemia nos três meses anteriores, mostraram dados preliminares da agência de estatísticas da UE, devido principalmente ao salto na Itália, França e Espanha.
Mas os preços ao consumidor continuaram a cair em outubro como esperado, estimou a Eurostat, pressionados pela queda dos custos de energia apesar dos preços mais altos de alimentos, álcool e tabaco.
A Eurostat informou que o Produto Interno Bruto nos 19 países que usam o euro saltou 12,7% entre julho e setembro na comparação com o trimestre anterior, após contração de 11,8% nos três meses anteriores. A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 9,4%.
Na base anual, no entanto, a produção econômica da zona do euro recuou 4,3%, depois de contração de 14,8% no segundo trimestre nesta base de comparação.
Os preços de energia despencaram 8,4% na comparação anual, compensando o aumento de 4,3% nos preços dos alimentos não processados.
Analise do Banco Central
A economia da zona do euro pode encolher menos do que o esperado neste ano, mas também é provável que sua recuperação seja mais rasa, mostrou pesquisa do Banco Central Europeu (BCE) com especialistas nesta sexta-feira.
A pesquisa trimestral realizada no início de outubro, antes de medidas de lockdown mais severas serem adotadas contra a pandemia, vê a economia encolhendo 7,8% neste ano, menos do a queda de 8,3% prevista em julho, e o crescimento do ano que vem em 5,3%, abaixo de uma estimativa anterior de 5,7%.
De fato, na quinta-feira o BCE indicou um afrouxamento ainda maior em sua reunião de dezembro, já que o medo de uma recessão de mergulho duplo aumenta e a única dúvida é a dimensão de sua ação.
A pesquisa agora vê uma inflação de 0,3% neste ano, abaixo do 0,4% previsto anteriormente, e em 2021 se espera que fique em média em 0,9%, menos do que o 1% previsto em julho – ambas bem abaixo da meta de quase 2% do banco.
Em 2025, considerado como “de prazo mais longo”, a inflação é vista em 1,7%, acima da última previsão de 1,6%, e a projeção de crescimento de prazo mais longo permaneceu em 1,4%.