A inadimplência de consumidores junto a distribuidoras de energia elétrica no Brasil cresceu em setembro após quatro meses consecutivos de retração, embora tenha se mantido bem abaixo de um pico registrado em abril, mostraram dados do Ministério de Minas e Energia nesta terça-feira.
Os pagamentos das contas de luz têm sido monitorados pelo governo desde o início da crise causada pela pandemia de coronavírus, em meados de março, em meio aos impactos negativos de medidas de combate à doença como quarentenas sobre a renda da população.
Entre 1° e 25 de setembro, a inadimplência verificada no setor elétrico foi de 3,05%, contra 0,79% em agosto, no primeiro avanço registrado no índice desde abril.
A inadimplência tocou máximas de 9,84% em abril, primeiro mês inteiramente sob impacto de quarentenas em Estados e municípios, para cair a 4,24% em maio, a partir de quando seguiu em trajetória de redução.
Em janeiro e fevereiro, antes da pandemia chegar ao Brasil, a inadimplência verificada havia sido de 5,15% e 3,80%, ainda de acordo com o boletim.
Desde março, a inadimplência acumulada é de 5,04%, o equivalente a quase 4 bilhões de reais, acrescentou o ministério.
Em meio aos atrasos de pagamentos e à redução do consumo, os ministério de Minas e Energia e da Economia costuraram junto a um grupo de bancos liderado pelo BNDES um empréstimo de cerca de 15 bilhões de reais para apoiar o caixa das distribuidoras, que deverá ser pago em cinco anos, com repasse dos custos às tarifas dos consumidores.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) chegou a suspender por 90 dias cortes de fornecimento por inadimplência para consumidores residenciais e serviços essenciais a partir de março, mas a possibilidade de suspensão já foi retomada, exceto para clientes de baixa renda, que devem ser beneficiados até o final do ano.