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A população se uniu contra a vacina. Primeiro com humor e pequenas piadas. Porém, logo depois, discursos inflamados foram proferidos contra a obrigatoriedade da vacina. Grandes manifestações surgiram, com uma pauta difusa: eram contra a vacina obrigatória, aplaudiam o exército e criticavam a imprensa. Jornalistas foram vaiados e impedidos de trabalhar. O governo acabou voltando atrás, afirmou que a vacina não seria obrigatória, o que causou um surto da doença, matando mais de 6 mil pessoas em quatro anos.
Mas vamos parar de falar da Revolta da Vacina contra a Varíola em 1904. A situação do Brasil de hoje é muito diferente, não é mesmo?
Entretanto, a saúde continua como um tema muito importante em seus investimentos.
Lá fora, a luta contra a Covid-19 afetou também o setor de saúde. Muitos projetos e estudos foram paralisados conforme todos os recursos e atenção foram dedicados ao desenvolvimento de uma cura. Dessa pandemia, a saúde mundial sai com duas tendências para os próximos anos:
1 – Avanços na telemedicina. Será cada vez mais comum o uso da tecnologia. Atendimentos via vídeo, pré-consulta via celular, entre outras. Ponto para empresas de tecnologia.
2 – Estímulo à prevenção. A população aprendeu a lavar as mãos e ter cuidado com grupos de risco. Empresas de higiene e limpeza devem sair lucrando.
Aliás, a pandemia traz resultados inesperados. O site Etsy, feito para pequenos produtores, artistas e artesãos venderem seu peixe, dobrou seu faturamento entre 2019 e 2020. O motivo? Máscaras. Elas são 11% de tudo o que o site vendeu neste ano. Tem de todo tipo. Das engraçadinhas às exageradas.
E por aqui? A saúde do Brasil se revela em um raio-X. Da mesma forma que alguns ossos são mais grossos nas pontas, os investimentos por aqui estão concentrados para população de baixa renda, com injeções de capital governamentais, ou em hospitais-butique e similares. A parte mais fina é onde muitos podem ganhar dinheiro. Vamos ver quem está se movendo para merecer um espaço em seus investimentos?
Uma coisa é clara: as empresas ligadas à saúde no Brasil passam por uma grande consolidação. Todos os grandes grupos estão indo às compras. São aquisições e mais aquisições que criam gigantes da saúde. Agora, será que o comprimido ficará grande demais para seu investimento engolir? Analise comigo alguns casos.
Vamos começar com o que pode ser a maior IPO do ano, a da Rede D’Or (RDOR3). Somente em 2020 a rede comprou 6 hospitais:
- Paraná Clínicas – PR
- Hospital América Mauá – SP
- Hospital Central de Guaianases – SP
- Hospital São Carlos – CE
- Hospital Aliança – BA
- São Lucas Hospital de Clínicas – RJ
Apenas para adquirir o Hospital Aliança a rede gastou um bilhão de reais. Se tudo der certo, a empresa estreará como uma das dez maiores da bolsa. Interesse não falta.
No setor de planos de saúde, o destaque é a Notredame Intermédica (GNDI3), que também aposta em aquisições para crescer. Em pouco mais de um mês comprou o plano de saúde Serpram, de Minas Gerais, e o grupo Hospital do Coração, de Londrina, no Paraná. E já avisou: tem mais dez empresas na fila para serem compradas, principalmente no Sul do país.
Vamos ver algumas outras empresas que querem cuidar da saúde de seus investimentos.
Dasa (DASA3)
A brasileira Dasa é uma das cinco maiores empresas de medicina diagnóstica do mundo e se espalha cada vez mais. Só neste ano, adquiriu a rede argentina de diagnóstico Maipú, o laboratório Santa Luzia, de Santa Catarina, e a consultoria em planos de saúde Gesto. Além disso, copatrocina a vacina contra a Covid, a Covaxx, da Coreia do Sul. Assim, a empresa se reforça aqui dentro e se prepara para seus voos internacionais.
Fleury (FLRY3)
“Não quero ser plano de saúde e não quero ser hospital. Tudo o que está no meio do caminho eu acredito que posso ajudar” – esse é o posicionamento do presidente da Fleury, Carlos Marinelli.
Isso passa pela abertura de clínicas, de um serviço mais popular de análises e pelo desenvolvimento de uma plataforma de compartilhamento de dados com médicos e planos de saúde. Segundo seu presidente, a ideia é transformar o Fleury no marketplace da saúde. Para 2021, a empresa promete – adivinhe – novas aquisições.
Sobre essa empresa, veja também uma outra matéria especial: Fleury (FLRY3) – o importante é ter saúde. https://br.advfn.com/jornal/2020/11/fleury-flry3-o-importante-e-ter-saude
Hapvida (HAPV3)
Impulsionada pela pandemia, a Hapvida pretende desdobrar suas ações, barateando seu preço e permitindo mais negócios. Ela também busca crescer via aquisições, como da operadora Premium Saúde.
Vamos sair dos laboratórios e falar de uma distribuidora e rede de farmácias.
Dimed (PNVL3)
A Dimed, dona da rede de farmácias Panvel, também aposta na diversificação. Comprou a Tacchimed, do Rio Grande do Sul. O grupo inclui um plano de saúde e dois hospitais, nas cidades de Bento Gonçalves e Carlos Barbosa. Sim, tem uma cidade chamada Carlos Barbosa no Rio Grande do Sul.
A diversificação também passa pela abertura de um novo tipo de loja, mais voltado para a classe C, e de um novo centro de distribuição na Grande Curitiba. Com ele, a empresa pretende abastecer novas lojas no Paraná e em São Paulo.
A empresa também investe na energia solar, na Grande Porto Alegre. A nova usina tem capacidade de produzir mais de 1 milhão e meio de Kilowatts/hora e abastecerá 25 farmácias da Panvel. É a terceira usina de energia solar da Panvel no Rio Grande do Sul.
Na bolsa, a empresa se prepara para migrar para o Novo Mercado, o que pode atrair mais investidores.
Hypera (HYPE3)
Dona de marcas como Adocyl, Finn, Atroveran, Doril, Maracugina e, principalmente, do terror de muita infância: Merthiolate.
A marca vem passando por um carrossel de emoções. Por um lado, alguns ex-dirigentes são investigados pela lava-jato – que, por sinal, não acabou –; por outro, a justiça aprovou o acordo com o Corinthians, e seu estádio passa a se chamar Neo Química Arena. Se por um lado o faturamento dobrou no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, por outro o lucro líquido no mesmo período caiu 25%. Se por um lado comprou a família de remédios Buscopan, por outro teve que vender sua marca Neocopan, para atender às exigências do Cade. E, na comparação entre os terceiros trimestres de 2020 e 2019, o lucro líquido da empresa cresceu 29%.
E você, o que acha do setor de saúde? Comenta aí.
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