O crescimento do setor de serviços do Brasil perdeu um pouco de força em novembro, diante dos contínuos temores relacionados ao coronavírus, mas ainda assim a atividade registrou a primeira expansão do emprego desde fevereiro, ajudada por crescimento dos novos trabalhos, apontou nesta quinta-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
Entretanto, o otimismo para os próximos 12 meses diminuiu e houve forte aumento nos custos de insumos, levando o PMI de serviços a cair a 50,9 em novembro, de 52,3 em outubro, quando havia marcado máxima em nove meses.
Embora esse resultado indique apenas uma taxa marginal de expansão, o índice permaneceu acima da marca de 50, que separa crescimento de contração, pelo terceiro mês seguido.
“A pandemia de Covid-19 pesou sobre a economia de serviços, com o aumento na atividade sendo marginal e mais fraco do que em outubro. Temores de nova alta nos casos de Covid-19 e as restrições associadas que pode trazer restringiram o otimismo das empresas”, avaliou a diretora econômica da IHS Markit, Pollyanna De Lima.
A pesquisa aponta que o aumento na atividade de negócios refletiu expansão das novas encomendas e a reabertura de algumas unidades, embora o desempenho dos fornecedores de serviços tenha sido contido pela pandemia de Covid-19.
Novembro marcou o quarto mês seguido de aumento nos novos trabalhos, sustentado por números maiores de turistas, conquista de novos clientes e melhora da demanda.
Os novos negócios para exportação registraram em novembro o primeiro aumento até agora em 2020, ainda que em ritmo leve, e todo esse cenário possibilitou a criação de empregos no setor pela primeira vez em nove meses.
Por outro lado, os custos de insumos aumentaram ainda mais em novembro e no ritmo mais forte desde setembro de 2016, diante da depreciação do real no ano e de preços mais altos de combustíveis, equipamentos de proteção individual e outros.
Em resposta, os preços cobrados pelos fornecedores de serviços brasileiros também foram elevados em novembro. Entretanto, a diferença entre as taxas de inflação de insumos e dos preços cobrados foi a maior em quase quatro anos, o que sugere que as empresas continuaram a absorver grande parte dos custos adicionais, segundo o IHS Markit.
As expectativas de aprovação de reformas e de uma vacina para o coronavírus sustentaram a confiança, mas temores com uma segunda onda de infecções pesaram sobre o sentimento.
A desaceleração do crescimento tanto na indústria quanto no setor de serviços se traduziu em um aumento mais lento da produção do setor privado brasileiro em novembro. Assim, o PMI Composto caiu a 53,8 no mês passado, de 55,9 em outubro.