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Você sabia que o e-mail do príncipe nigeriano ainda rende aos golpistas por volta de 700 mil dólares por ano?

“Ah, mas eu sou muito esperto para cair nesses golpes”.

Superconcordo. Estou certo de que você pode evitar 99% das armações que existem por aí. Mas o fato é que Bernie Madoff enganou alguns dos maiores investidores dos Estados Unidos, então não custa aprendermos alguns cuidados a mais.

Primeiro, uma curiosidade. Em 1900, o Reino Unido juntou essas regiões:

  • Califado de Socoto
  • Reino de Oió
  • Reino de Benim

E as batizou de Nigéria do Norte e Nigéria do Sul. Mais tarde, uniu os dois países, até sua independência, em 1960. Desde então a Nigéria é uma república. Ou seja, se há alguém que era príncipe da Nigéria e não é mais, é ele: Príncipe Charles.

Agora, vamos falar da época de hoje. Por todos os lados você vê anúncios, vídeos e memes prometendo mundos e fundos. Certo, ninguém vai clicar naquele anúncio que diz “Milionário revela segredo do Bitcoin”. Mas e aquela oportunidade que falaram no grupo da família? O que você faz?

E por que isso acontece? Durante toda a história da humanidade, grandes mentes escreveram tratados e mais tratados sobre ética e moral. Aristóteles, Platão, Maquiavel, Sartre e tantos outros.

Mas vamos, por ora, reduzir “o porquê acontece” em uma máxima de um grande pensador brasileiro…

“Porque Malandro é Malandro e Mané é Mané.” – Bezerra da Silva

Agora que tiramos “o porquê” do caminho, vamos estudar o “como” acontece. Temos duas notícias ruins e uma boa.

Primeira ruim: os juros estão baixos. Ou seja, os investimentos de sempre, dos grandes bancos, não valem mais a pena. Todos nós procuramos alternativas para fazer o dinheirinho render. E, se render rápido, melhor. Veja o vídeo da conversa do Tramujas com Jorge Felisberto:

=> Parece cocaína, mas é daytrade. Momento com Jorge Felisberto

A segunda má notícia é que, quando um golpe fica conhecido, os trapaceiros inventam outro.

A boa notícia é que os elementos são os mesmos.

Todas as músicas do mundo são compostas com sete notas.

Todos os quadros do mundo são pintados com as três cores primárias mais o preto e o branco.

Todos os livros do mundo são escritos com 26 letras.

O desafio é identificar esses elementos. Para isso, nada melhor que buscar a ajuda de um profissional. Apresento a vocês o Conde Victor.

Victor Lustig

Conde Victor, na verdade, era um golpista norte-americano chamado… bom, ninguém sabe. Quando foi preso, encontraram 40 passaportes e documentos de identidade em sua posse. Como ele contava uma história diferente todo dia, a polícia escolheu um nome qualquer para o processo seguir em frente.

Mas vamos voltar a 1925.

A França saiu da Primeira Guerra, passou por dificuldades, envolveu-se na Guerra do Rife. Os cidadãos estavam atrás de qualquer saída para melhorar a vida. Uma das ideias nos jornais sugeria que o governo parasse de gastar dinheiro para manter a Torre Eiffel e investisse em saúde.

Conde Victor leu as notícias e foi trabalhar. Mandou fazer papel timbrado com o selo do governo, alugou uma sala de reuniões em um hotel caro e convidou donos de ferros-velhos ao redor de Paris.

O governo, dizia ele, iria vender a Torre Eiffel ao sucateiro ou consórcio de sucateiros que pagasse mais e tivesse disposto a desmontá-la. Para evitar clamor popular, a licitação e tudo mais deveriam ser sigilosos. Foram várias reuniões, com Victor observando todos os participantes. Descobriu que um deles, André Poisson, queria algo mais que o metal: a fama por desmontar a Torre.

Victor chamou André de lado, disse que estava cansado de trabalhar por migalhas e que esquecesse a licitação, as capacidades técnicas… se Victor recebesse um agrado, um troco para a cervejinha com croissant, para o camembert das crianças, André sabia como era.

Conde Victor recebeu a propina, a primeira parcela da venda, e sumiu. Apostou que André estaria envergonhado demais para procurar a polícia. Acertou.

Como nenhuma notícia sobre “O Trouxa que Comprou a Torre Eiffel” apareceu, Victor fez a única coisa razoável.

Foi vender a Torre de novo.

Dessa vez, um dos empresários avisou a polícia. Victor fugiu, foi pego em outra armação e eventualmente publicou seus segredos. Vamos a alguns deles:

1 – Não se deixe levar pelos detalhes

Um bom golpista sabe a hora de acelerar e a hora de ir devagar. Não é porque um site é bem montado, com uma página de perguntas e respostas enorme, que o negócio é confiável. Estude a maneira como as coisas funcionam. Quem sabe o que é e o que faz um formador de mercado nunca vai cair em conversas tipo “tem um pessoal aí com um esquema para derrubar o preço da ação tal, quer entrar?”. Essa era uma das poucas coisas que poderia ter derrubado Elizabeth Holmes, da Theranos.

Para quem não conhece: Elizabeth esteve à frente de uma das mais recentes fraudes, a Theranos. Com apenas uma ou duas gotas de sangue, ela prometia diagnosticar dezenas e dezenas de doenças. Atraiu muitos investidores de nome, passou a usar o mesmo blusão preto do Steve Jobs, tornou-se a favorita de muitos, até descobrirem a armação. O produto final da Theranos fazia uma fração do que inicialmente prometido… com máquinas dos concorrentes.

Demoraram para descobrir por que Elizabeth usava e abusava do “segredo comercial” e sua empresa de fachada era altamente segregada. Equipes não falavam entre si, um departamento não sabia do outro. Assim, nem dentro da empresa sabiam do tamanho da roubada em que estavam se metendo. Mas os cientistas de verdade sabiam. Sabiam que certos exames destruíam as plaquetas de sangue, outros exigiam maior quantidade para separar elementos, e por aí vai.

Mas muitos ficaram calados. Quem sabe Elizabeth descobrira um milagre, não é? Afinal, o ser humano é projetado para acreditar em boas notícias, em avanços espetaculares. Muitas vezes, aceitamos tudo sem ligar o “desconfiômetro” nem escutar quem realmente conhece do assunto.

2 – Cuidado com seus grupos

O golpista deve afirmar ser da mesma religião ou opinião política do alvo. Bernie Madoff fez isso. Sua empresa de investimentos cresceu conforme ele enganava líderes e expoentes de uma religião. No começo, essas pessoas achavam que estavam lucrando, e recomendavam o Madoff para outros líderes e expoentes da religião.

O mesmo vale para a família. Pergunte ao seu parente quem o indicou para aquele “Whats cheio de insiders”. Então, cuidado com quem usa muito a religião ou a política. A B3 fez uma pesquisa com os novos investidores da Bolsa entre abril de 2019 e abril de 2020, para saber como eles aprendem a investir. A pesquisa era de resposta múltipla, você poderia marcar quantas opções quisesse. 73% dos entrevistados cravaram influenciadores e YouTube. 45% usam plataformas digitais e 31% recorrem a amigos.

Se você está nessa maioria, vale ter alguns cuidados. Primeiro, não fique com uma opinião só. Vá atrás de outras visões, informações. Cuidado principalmente com quem diz “ninguém sabe, mas…”, “isso vazou só para algumas pessoas”. Use o bom senso. Aquele seu primo não consegue nem manter um emprego decente, quem iria o convidar para um “grupo de insiders no WhatsApp”?

Outro cuidado: é tentador entrar num grupo de amigos para falar de ações, tomar uma cervejinha, juntar o dinheiro e investir. Mas o melhor é pegar esses amigos e formar um clube de investimento de verdade, com o apoio de um banco ou financeira, escrever um estatuto, regras, tudo direitinho. Uma das grandes vantagens do clube de investimento é seu limite de 50 pessoas. Isso evita o “se cada um trouxer um amigo, vamos ter mais dinheiro para investir”. Grupos que começam assim logo se tornam outra coisa: pirâmide.

Procure seu banco ou financeira, monte oficialmente seu clube de investimento e só depois junte os amigos para falar de ações, tomar uma cervejinha, juntar o dinheiro e investir.

Então é isso. Cuide bem do seu dinheiro, visite os canais da ADVFN, mas também fale com seu gerente, leia, pesquise muito. Seu dinheiro vai agradecer.

E ele agradece também se você conferir o vídeo da Tay sobre essa abordagem que fizemos durante a leitura anterior. Curta, compartilhe, comente e ótimo$ investimento$!

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