A pandemia da COVID-19 teve mais de duas milhões de mortes fatais e impactou a vida de todos no planeta.
Aviões foram impedidos de decolar, fronteiras foram fechadas e o desemprego aumentou conforme governos foram forçados a implementar procedimentos de “lockdown” para mitigar a propagação do vírus.
Como consequência, a economia global passou por uma queda. Em resposta, bancos centrais imprimiram dinheiro e o injetaram ao sistema para impulsionar o preço de ativos.
A pandemia da COVID-19 acelerou inúmeras tendências pré-existentes, incluindo o trabalho remoto, o ensino domiciliar, o nacionalismo, a aquisição de cripto, o isolamento social e a desconfiança em governos e instituições.
A saga Robinhood vs. GameStop da semana passada botou lenha na fogueira de algumas dessas tendências, pois uma nova geração de usuários da internet perdeu a confiança no governo e no atual sistema financeiro.
O futuro é descentralizado
O atual sistema financeiro tradicional está sendo abalado pelas finanças descentralizadas (DeFi). Os sistemas de “back-end” do século XX não acompanham o volume de trabalho do século XXI.
No mundo digital, a nova geração simplesmente não aceita soluções que não sejam rápidas, ininterruptas, globais e sem atrito.
Balaji Srinivasan, previsor de tecnologia, afirma que já temos livros, músicas, correio e jogos digitais. Ouro digital e as finanças digitais vêm a seguir. “Regulações reduziram o avanço da internet para as finanças, saúde e educação, mas não podem impedi-lo. Estados inteligentes irão adotá-lo.
Assim como a internet tornou possível transformar softwares de desktop em serviços de internet, cripto possibilita que cada vez mais produtos se tornem protocolos. O primeiro exemplo disso é a disrupção das fintechs do setor DeFi.
O ciclo de alta (“bull run”) cripto de 2021 está ajudando a acelerar essas tendências. Conforme novos usuários criam contas em corretoras cripto e realizam suas primeiras aquisições de criptoativos, a transição para uma economia blockchain descentralizada começou.
Cripto retira a necessidade de contato em pagamentos
Cédulas, sejam elas feitas de papel, polímero ou algodão e linho — como é o caso do dólar americano — podem conter diversas doenças. Isso foi confirmado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em comentários recentes ao jornal The Telegraph.
Além disso, um estudo realizado na Alemanha descobriu que o coronavírus pode sobreviver em cédulas, moedas e na parte plástica exterior de caixas eletrônicos por vários dias.
Yang Dong, diretor do Departamento de Pesquisas sobre Blockchain na Universidade de Renmin na China, afirmou que isso significa que é hora de apresentar o yuan digital.
“Empresas e pessoas estarão mais propensas a usar mídias de transações sem contato direto, incluindo criptoativos, em um curto período de tempo, e essa tendência rapidamente irá resultar na aderência por usuários. Moedas digitais aproveitar essa oportunidade para acelerar sua distribuição e aplicação”, afirmou Dong em uma entrevista ao jornal local China Daily.
Um ponto de inflexão para criptoativos
A maioria das transações na China já é realizada digitalmente com o uso do WeChat Pay ou AliPay.
Mas conforme Robert Van Aert, consultor de blockchain na China, contou à Brave New Coin que os aspectos de “governança social” de uma criptomoeda governamental — que pode ser utilizada em um sistema social de créditos — poderiam ajudar a vigiar cidadãos de quarentena.
No restante do mundo, o foco na melhoria da higiene pessoal torna o dinheiro virtual em uma proposta atraente.
Conforme o vírus se espalha e cidadãos estão de quarentena, cédulas não estão sendo usadas. Na China, cédulas foram desinfetadas com luz ultravioleta e fornos de alta temperatura, além de estarem sob um período de quarentena de 14 dias em países como Hungria e Estados Unidos.
Se essa tendência continuar e impulsionar o amplo desgosto por dinheiro físico, é provável que a indústria de cartões de crédito se beneficie com isso, assim como empresas de pagamento como PayPal e bancos emissores de cartões.
A maior processadora de pagamentos do mundo lança serviços cripto
Em 21 de outubro de 2020, PayPal anunciou que iria lançar um novo serviço, permitindo que usuários comprem, armazenem e vendam criptoativos. Em uma publicação que anunciava o lançamento da nova funcionalidade, PayPal explicou o motivo dessa decisão:
A migração para pagamentos digitais e representações digitais de valor continua a acelerar, direcionada pela pandemia da COVID-19 e pelo crescente interesse em criptomoedas por bancos centrais e clientes.