O dólar comercial fechou essa sexta-feira, em baixa de -1,51% sendo cotado a R$ 5,485 para venda e a R$ 5,484 para compra, o menor nível desde 25 de fevereiro.
A decisão do Banco Central de subir os juros em ritmo mais forte, ofuscada na quinta-feira pelo exterior negativo, acabou tendo mais impacto no mercado de câmbio hoje. Operadores relataram entrada de fluxo externo, com a visão de que o BC pode elevar os juros em até 1 ponto porcentual em maio. Com isso, o dólar acumulou queda de 1,34% na semana, a segunda consecutiva de baixas. Mas no ano ainda sobe 5,3%.
O efeito da surpresa com o Comitê de Política Monetária (Copom) foi sentido na quinta apenas na abertura do pregão, pois os juros longos americanos passaram a subir e diluíram o impacto no real, observa o Cleber Alessie, da corretora Commcor.
Nesta sexta, passada a piora externa da quinta-feira, os ativos domésticos, especialmente o real, encontram espaço para precificar o Copom surpreendentemente mais ‘hawkish’ (mais duro), ou seja, defendo juros mais altos.
Na curva de juros futuras, os investidores já embutem chance de corte de até 1 ponto porcentual em maio. Este efeito mais forte da perspectiva de altas de juros tende a ser limitado pela frente se o Congresso não andar com a agenda de reformas, alerta Alessie.
A economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, destaca que a surpresa com o Copom e as intervenções extraordinárias do BC ajudaram o real ter um desempenho um pouco melhor que seus pares, mas esta situação pode não perdurar. “O agravamento da pandemia e o elevado risco fiscal percebido continuam pesando sobre a moeda”, alerta em sua carta semanal.
A consultoria internacional TS Lombard elevou a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, de 4% para 5% ao final deste ano. Para o economista responsável por Brasil da TS, Wilson Ferrarezi, a visão é que o BC quer agir de forma mais agressiva agora na elevação dos juros para evitar ter que ser forçado a fazer isso de forma ainda mais forte lá na frente, comenta em relatório.
Para Ferrarezi, a pressão inflacionária gerada pela disparada do dólar está por trás das recentes intervenções extraordinárias do BC no câmbio, mesmo em dias que o real estava ganhando força. Como o temor de mais medidas populistas de Jair Bolsonaro está ajudando a impedir melhora mais forte do real, Ferrarezi avalia que o BC resolveu ser mais agressivo em suas elevações de juros, buscando segurar o dólar.
Na mínima, o dólar chegou a R$ 5,451, e na máxima a R$ 5,550. No futuro, o contrato para abril estava sendo negociado em baixa de 1,5% a R$ 5,4765, por volta das 17h10.
Acompanhe as altas e baixas do dólar nos últimos dias:
Data | Compra | Venda | Variação | Variação |
01/03/2021 | 5,5996 | 5,6006 | -0,087 | -0,0049 |
02/03/2021 | 5,6655 | 5,666 | 1,168% | 0,0654 |
03/03/2021 | 5,6633 | 5,6643 | -0,03% | -0,0017 |
04/03/2021 | 5,6572 | 5,6582 | -0,108% | -0,0061 |
05/03/2021 | 5,6825 | 5,6835 | 0,447% | 0,0253 |
08/03/2021 | 5,7778 | 5,7783 | 1,668% | 0,0948 |
09/03/2021 | 5,7909 | 5,7924 | 0,244% | 0,0141 |
10/03/2021 | 5,6516 | 5,6526 | -2,498% | -0,1448 |
11/03/2021 | 5,5423 | 5,5428 | -1,943% | -0,1098 |
12/03/2021 | 5,5587 | 5,5597 | 0,305% | 0,0169 |
15/03/2021 | 5,639 | 5,6395 | 1,435% | 0,0798 |
16/03/2021 | 5,6181 | 5,6191 | -0,362% | -0,0204 |
17/03/2021 | 5,5856 | 5,5861 | -0,587% | -0,033 |
18/03/2021 | 5,5685 | 5,5695 | -0,297% | -0,0166 |
19/03/2021 | 5,4843 | 5,4853 | -1,512% | -0,0842 |
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