Na agenda desta semana, os destaques devem ser inflação no Brasil, com IGP-DI e IPCA de março. No exterior, haverá discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, ata da última reunião do FOMC e os índices de gerentes de compras, os PMIs, de serviços.
No Brasil, a semana será marcada pela continuação de discussões sobre o Orçamento de 2021 no Congresso. Na agenda de indicadores, teremos a divulgação de índices de inflação referentes a março, com IGP-M e IPCA fechado, além de vendas de veículos pela Fenabrave.
No cenário internacional, destaque para taxa de desemprego da Zona do Euro, dados de mercado de trabalho nos EUA, além da ata da última decisão do Comitê de Política Monetária do FED (FOMC), e de PMIs na China e economias desenvolvidas.
Segunda-feira (05/04/2021)
Nesta segunda-feira, além dos tradicionais Boletim Focus do BC, saem os PMIs e o índice dos gerentes de suprimentos de serviços dos EUA, que devem mostrar forte aceleração pela reabertura da economia americana e avanço nas vacinas.
À noite, na China, sai o PMI de serviços Markit de março, também com aceleração. Por aqui, o Tesouro faz seu leilão tradicional de papéis corrigidos pela inflação, as NTN-Bs.
🇨🇳Feriado do Festival Qingming
🇩🇪 Feriado de Segunda-Feira de Páscoa
🇬🇧 Feriado de Segunda-Feira de Páscoa
🇧🇷 IPC-Fipe (05h00)
🇧🇷 Índice IPC-S semanal (08h00)
🇧🇷 Relatório Boletim Focus (08h25) ⭐️
🇧🇷 Vendas de veículos Fenabrave (09h30)
🇺🇸 PMI composto e de serviço mensal (10h45) ⭐️
🇺🇸 PMI ISM não-manufatura mensal (11h00) ⭐️
🇺🇸 Variação nas encomendas á industria mensal (11h00)
🇨🇳 PMI composto e de serviços mensal (22h45) ⭐️
Terça-feira (06/04/2021)
Na agenda de Terça-Feira Terça é a vez do Brasil conferir o PMI de serviços, com expectativa bem ruim pelas restrições de circulação em março. Na Zona do Euro, saem a Confiança do Consumidor de abril e a taxa de desemprego de fevereiro.
🇪🇺 Taxa de desemprego mensal (06h00)
🇧🇷 PMI composto Markit mensal (10h00)
🇧🇷 Tesouro Nacional – leilão de títulos (10h30) ⭐️
🇺🇸 Oferta de emprego JOLTs mensal (11h30)
🇺🇸 Variação de estoques de petróleo API semanal (17h30)
Quarta-feira (07/04/2021)
No Brasil, a inflação será destaque. Também sai as vendas de veículos da Anfavea de março, já com o impacto negativo do isolamento social e o Índice de Commodities do BC.
Nos Estados Unidos, saem os dados de crédito ao consumidor, a balança comercial de fevereiro e como destaque do dia a ata da última reunião de política monetária do Fed, que deverá reforçar a postura mais cautelosa do banco central americano em um ambiente de inflação ainda baixa, apesar da aceleração da economia esperada para os próximos meses com o avanço da vacinação e o elevado grau de estímulos fiscais e monetários.
Na Zona do Euro, serão divulgados os PMIs de serviços de março que podem ter algum impacto dos novos fechamentos na Itália e na França.
🇩🇪 PMI composto e de serviço mensal (04h55)
🇪🇺 PMI composto e de serviço mensal (05h00)
🇬🇧 PMI composto e de serviço mensal (05h30)
🇧🇷 Índice IGP-DI mensal (08h00)
🇺🇸 Balança comercial mensal (09h30)
🇧🇷 Produção de veículos Anfavea mensal (10h00)
🇺🇸 Variação de Estoques de Petróleo EIA
(11h30) ⭐️
🇺🇸 FED – Ata da reunião FOMC (15h00) ⭐️
🇧🇷 Fluxo cambial semanal (14h30)
Quinta-feira (08/04/2021)
Nesta quinta-feira, no Brasil, o Tesouro fará seu leilão semanal de títulos. Na Alemanha saem as encomendas à indústria e, na Zona do Euro, os Preços ao Produtor, ambos de fevereiro. Nos EUA, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, participa de evento às 13h00 do Brasil. Ele deve atualizar as informações da ata do FOMC com os dados do Payroll. Também saem os pedidos semanais de seguro-desemprego americanos. Na China, à noite, saem as inflações ao consumidor ao produtor.
🇬🇧 PMI de construção mensal (05h30)
🇪🇺 Índice de preços ao produtor mensal e anual (06h00)
🇧🇷 Índice IPC-S semanal (08h00)
🇺🇸 Pedidos de seguro-desemprego (09h30) ⭐️
🇧🇷 Tesouro Nacional – Leilão de títulos (10h30) ⭐️
🇨🇳 Índice de preços ao consumidor mensal e anual (22h30)
🇨🇳 Índice de preços ao produtor anual (22h30)
Sexta-feira (09/04/2021)
O destaque da agenda de sexta-feira será o IPCA de março, que deve subir 1,0%, acelerando em relação ao 0,86% de fevereiro. Em 12 meses, o IPCA vai bater 6,2%, ante 5,2% em fevereiro. A inflação oficial bem acima da meta deste ano, de 3,75%, deve reforçar a especulação do mercado de uma subida mais forte dos juros em maio, de 1 ponto percentual, e não 0,75 como indicou o Copom. No mesmo dia, a primeira prévia do IGP-M de abril deve desacelerar de 1,95% em março para 1,41%. Nos EUA, sai a inflação ao produtor de março.
🇩🇪 Produção industrial mensal (03h00)
🇩🇪 Balança comercial mensal (04h00)
🇧🇷 Índice IGP-M mensal 1° prévia (08h00)
🇧🇷 IPCA mensal e anual (09h00) ⭐️
🇺🇸 Índice de preços ao produtor mensal e anual (09h30)
🇺🇸 Estoque no atacado mensal (11h00)
🇺🇸 Contagem de Sondas Baker Hughes (15h00)
Resumo do que passou…
Brasil
No Brasil, a semana foi marcada por números do mercado de trabalho, com divulgação do Caged de fevereiro, e da PNAD Contínua referente ao trimestre encerrado em janeiro, além do resultado da indústria de fevereiro e resultados fiscais do mesmo período.
A geração líquida de emprego formal (CAGED) surpreendeu positivamente em fevereiro, com avanços em praticamente todos os setores produtivos, na esteira da relativa normalização da atividade no início do ano e ainda influenciado pelo programa de manutenção de empregos formais (BEm). Já a taxa de desemprego, medida pelo IBGE, atingiu 14,2% no período de três meses até janeiro, e 14,6% em termos dessazonalizados. De acordo com nossas estimativas, a população ocupada total caiu 0,1% em janeiro ante dezembro do ano passado, enquanto a massa salarial real efetiva caiu 1,6% (mês/mês).
A piora da pandemia e o recrudescimento de medidas de restrição de mobilidade devem levar a uma redução no ritmo de recuperação das ocupações nos próximos meses, especialmente no setor informal. Mas o progresso da vacinação (e normalização gradual da atividade) tende a reverter o quadro no 3º trimestre.
Ainda em atividade, a produção industrial surpreendeu negativamente em fevereiro, recuando 0,7% (m/m). O resultado interrompeu uma sequência de nove variações positivas consecutivas na margem, com destaque negativo para a produção de veículos. Não obstante, continuamos a avaliar que a produção industrial tem sido sustentada por um processo de recomposição de estoques, e não prevemos problemas generalizados nas cadeias de suprimentos, o que corrobora nossa visão de que o declínio no curto prazo será muito mais suave do que o observado no 1º semestre de 2020.
No âmbito fiscal, tanto o déficit primário do governo central quanto o resultado do setor público consolidado vieram melhores do que o consenso de mercado em fevereiro, influenciados pelo nível ainda baixo de despesas discricionárias, diante da não aprovação do orçamento deste ano, e do caixa ainda fortalecido de governos regionais. O déficit primário do governo geral atingiu 9,26% do PIB no acumulado em 12 meses, enquanto a dívida bruta alcançou (finalmente) a marca dos 90% do PIB.
Não obstante, as discussões sobre a tramitação do orçamento de 2021 seguem como grande tema do quadro fiscal. Segundo o Tesouro Nacional, a peça orçamentária aprovada pelo Congresso gera problemas para o funcionamento do teto de gastos e representa retrocesso para o controle das contas públicas.
Após a aprovação da peça orçamentária para 2021 pelo Congresso, classificada como “inexequível” pelo próprio Ministério da Economia, o governo avalia alternativas para evitar a abertura de espaço para crime de responsabilidade fiscal. Apesar do cancelamento pelo relator de R$ 10 bilhões dos cerca de R$ 30 bilhões incluídos por ele na peça orçamentária, o Ministério da Economia defende o veto à emenda de relator para que as despesas obrigatórias possam ser recompostas dentro do teto.
Diante da dificuldade política das alternativas, espera-se que o Tribunal de Contas divulgue seu parecer sobre o assunto a qualquer momento, o que pode ajudar na decisão do Planalto.
Nesse contexto de desafios no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nessa semana mudanças em sua equipe ministerial. Por um lado, o movimento atendeu demandas de aliados do “centrão”, por meio da nomeação da deputada Flávia Arruda para a Secretaria de Governo, e da demissão do chanceler Ernesto Araújo. Em outra frente, substituiu General Fernando Azevedo do Ministério da Defesa para nomear o também general Braga Netto, que ocupava a Casa Civil. A troca foi vista como maneira de o presidente ter o comando das Forças Armadas mais alinhado a seu governo.
Mundo
No cenário internacional, o destaque ficou para o anúncio pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de seu mais novo pacote fiscal, com ênfase em infraestrutura e empregos. O pacote é a primeira fase de um plano econômico de duas etapas e deve ter custo de USD 2,25 trilhões. A Casa Branca propôs também aumentos tributários a serem aplicados gradualmente em 15 anos para custear o pacote. Congressistas republicanos e democratas questionam o plano, o que indica que ele terá dificuldades na tramitação no Congresso.
Na seara de indicadores, a confiança do consumidor registrou forte alta em março, impulsionado por melhores perspectivas sobre a situação atual e futura, diante do avanço da vacinação e gradual normalização da atividade. Na mesma linha, o ISM de manufatura registrou um salto no mês, atingindo o maior nível desde dezembro de 1983, influenciado pela aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhões e contínua recomposição de estoques. Já para os dados do mercado de trabalho referentes a março, que serão divulgados em dia de bolsas fechadas no Brasil, analistas esperam resultado positivo de criação de empregos após o forte resultado da folha de pagamentos do setor privado (ADP) no mês, impulsionado pela reabertura da economia.
A criação líquida de 517 mil vagas no setor privado ficou um pouco abaixo do esperado (550 mil), mas mostrou um movimento disseminado de criação de vagas nos setores pesquisados pela ADP. O destaque foi o setor de serviços, em especial o de hotelaria e lazer que registrou um saldo líquido de 169 vagas. Por porte de empresa, as pequenas e médias empresas registraram forte expansão de suas folhas de pagamentos: 174 mil e 188 mil, respectivamente. Esse avanço nas contratações reflete o abrandamento das restrições, causadas pela pandemia, em vários estados e o avanço célere da vacinação (2,4 milhões de vacinas por dia em março).
Já na Zona do Euro, destaque para a alta do Índice de confiança econômica, que atingiu em março o nível mais alto desde o início da crise pandêmica. A melhora reflete os primeiros efeitos do pacote fiscal de EUR 750 bilhões aprovado no ano passado, a despeito do recrudescimento de medidas de restrição de mobilidade diante do avanço do Coronavírus na região. Enquanto isso, a inflação da região, medida pelo CPI, registrou alta de 0,9%, influenciado pela alta de combustíveis, mas com núcleos sinalizando estabilidade.
Ainda na Zona do Euro, para combater a pandemia, o gabinete da chanceler Alemã, Angela Merkel, aprovou planos orçamentários do governo para este ano e o próximo, incluindo EUR 60 bilhões extras em dívida para 2021.
Enquanto isso, na China, o PMI do setor manufatureiro calculado pela Caixin caiu para 50,6 em março, de 50,9 em fevereiro, abaixo do consenso de 51,4. Por outro lado, o PMI oficial veio melhor do que o esperado, acelerando frente a janeiro – para 51.9. Já no setor de serviços, o resultado oficial indicou alta para 56,3 pontos, refletindo a força do consumo no país após a retirada das medidas de restrição a mobilidade e o rígido controle sanitário entre fronteiras internas. Portanto, não acreditamos que o resultado da Caixin sinalize que a recuperação da China está perdendo força.
(Fonte TC, Exame, XP)