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Guedes solicita ao FMI cooperação internacional em vacinação e diz que nova onda lança incerteza para o Brasil

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu nesta terça-feira em participação em reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) que haja cooperação internacional no processo de distribuição de imunizantes aos países em âmbito global, mencionando que o investimento de maior retorno global é garantir o acesso equitativo às vacinas e promover uma vacinação rápida.

Em comentários preparados para serem apresentados em reunião desta manhã, Guedes fez um apelo aos setores público e privado, bem como às organizações multilaterais e à cooperação bilateral, para que auxiliem no processo de financiamento e distribuição de imunizantes. Ele também ventilou a possibilidade do licenciamento voluntário de propriedade intelectual.

Incerteza e estresse para o Brasil

Paulo Guedes também admitiu que a nova onda de covid-19 “lança maior incerteza e estresse acima do normal para o cenário atual” da economia brasileira.

Ele, porém, destacou a resposta coordenada do governo brasileiro no combate aos efeitos econômicos da pandemia no ano passado e disse ter um “bom presságio para uma retomada rápida na atividade econômica à medida que as restrições impostas pela pandemia se dissipam”, citando o fato de que o impacto maior foi no setor informal da economia, que teria maior flexibilidade para se recuperar.

Guedes deu uma estocada no FMI e outros organismos multilaterais que previram quedas do PIB muito maiores do que a efetivamente registrada pelo Brasil no ano passado – projeções de queda de 8% a 9%, para um resultado efetivo de recuo de 4,1%. “A ação decisiva mitigou o impacto da pandemia e levou a revisões generalizadas de previsão de crescimento. O crescimento em 2020 surpreendeu positivamente algumas organizações internacionais, no entanto, não deveria ser totalmente inesperado”, comentou o ministro.

Segundo Guedes, a escala e força das respostas das economias de mercado avançadas e emergentes indicaram uma reversão da brusca desaceleração que se seguiu ao choque do segundo trimestre de 2020. “Estímulos fiscais adicionais nas principais economias avançadas e o progresso da vacinação sugere um crescimento global mais forte em 2021 do que o inicialmente esperado”, acrescentou. O FMI elevou de 3,6% para 3,7% a projeção de crescimento para o Brasil neste ano, movimento que ocorreu em magnitude diferentes para outros países.

O ministro destacou em seu discurso a retomada do auxílio emergencial por meio de emenda constitucional que buscou ancorar as contas fiscais, de modo a garantir melhora na dívida pública no médio prazo. “Entre outras medidas, quando certos gatilhos são acionados, os salários do setor público e as contratações são congelados no níveis federal, estadual e municipal. Amplo apoio parlamentar foi obtido para esta abordagem em que o auxílio emergencial foi acionado junto com regras mais fortes para controlar as despesas públicas”, disse. “Portanto, o suporte fiscal e a proteção da população vulnerável vieram ao lado de medidas para preservar a sustentabilidade das contas públicas”, acrescentou.

Guedes também fez referência ao processo de alta dos juros iniciado pelo Banco Central, que ele classificou como “normalização”. “O BC elevou a taxa básica de juros para garantir que a inflação e as expectativas sigam dentro da meta para o horizonte relevante para a política monetária. Mesmo com o recente aumento da taxa de juros, a política monetária permanece muito acomodatícia. Além disso, o setor financeiro, que estava muito bem posicionado quando a crise estourou, tem mostrado notável resiliência”, explicou o ministro, comentando que a inflação recente subiu por conta da alta de commodities e do câmbio.

Em sua análise sobre o Brasil, Guedes destacou ainda a continuidade da agenda de reformas estruturais e microeconômicas. “Em suma, a abordagem para impulsionar o crescimento sustentável e inclusivo no Brasil é tripla: intensificar a vacinação em massa, fornecer apoio fiscal de curto prazo juntamente com consolidação a médio prazo e prossecução das reformas pró-mercado”, sentenciou.

(Com informações da Reuters e Valor)

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