PMI composto dos EUA sobe a 62,2 em abril, maior leitura desde 2009

A atividade fabril dos EUA aumentou no início de abril, mas os fabricantes lutaram cada vez mais para obter matérias-primas e outros insumos, já que a reabertura da economia leva a um boom na demanda doméstica.

A empresa de dados IHS Markit disse nesta sexta-feira que seu PMI de manufatura nos EUA aumentou para 60,6 na primeira metade deste mês. Essa foi a leitura mais alta desde que a série começou em maio de 2007 e seguiu uma leitura final de 59,1 em março.

A força dos setores de manufatura e serviços impulsionou a atividade empresarial geral. O índice de produção PMI composto instantâneo da pesquisa, que acompanha os setores de manufatura e serviços, recuperou-se para 62,2 em abril. Essa também foi a leitura mais alta desde que a série começou em outubro de 2009 e seguiu 59,7 em março.

Economistas ouvidos  previam que o índice subisse para 60,5 no início de abril. Uma leitura acima de 50 indica crescimento da manufatura, que responde por 11,9% da economia dos EUA.

Mais da metade dos adultos americanos já receberam pelo menos uma dose de vacina, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Um terço dos adultos dos EUA está totalmente vacinado, assim como 26% da população em geral.

Isso, junto com o pacote de resgate da pandemia COVID-19 de US $ 1,9 trilhão da Casa Branca, permitiu um reengajamento econômico mais amplo, desencadeando a demanda reprimida.

“A economia dos EUA está desfrutando de um forte começo para o segundo trimestre, disparando em todos os cilindros, pois afrouxando as restrições de vírus, um lançamento impressionante de vacinas, uma perspectiva mais brilhante e medidas de estímulo ajudaram a impulsionar a demanda”, disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da IHS Markit.

Mas a forte demanda está pressionando contra as restrições de oferta. A pandemia, agora em seu segundo ano, interrompeu a mão de obra nas fábricas e seus fornecedores, causando escassez que está aumentando os preços das matérias-primas e outros insumos.

A medida de preços pagos pelos fabricantes da pesquisa IHS Markit saltou para o nível mais alto desde julho de 2008. Ela atribuiu os preços mais altos de insumos à “grave escassez de fornecedores e aumentos acentuados nas taxas de transporte”.

O aumento contínuo dos custos de insumos é um dos muitos fatores que devem levar a inflação acima da meta de inflação de 2% do Federal Reserve neste ano. O presidente do Fed, Jerome Powell, expressou confiança de que as cadeias de suprimentos se adaptarão e se tornarão mais eficientes, evitando que os preços permaneçam mais altos por um período sustentado.

O aperto de matéria-prima é mais evidente na indústria automobilística, onde a escassez global de semicondutores forçou cortes de produção nas fábricas de montagem de veículos motorizados. De acordo com a IHS Market, a escassez de oferta estava causando atrasos de trabalho incompleto “de uma magnitude não superada por mais de sete anos.”

A medida de novos pedidos da pesquisa IHS aumentou e, como resultado, as fábricas impulsionaram as contratações.

A melhora na atividade também atingiu o setor de serviços, que foi desproporcionalmente impactado pela pandemia. O PMI do setor de serviços de flash IHS Markit saltou para 63,1, o maior desde o início da série em outubro de 2009, de uma leitura final de 60,4.

Ele disse que o crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da atividade econômica dos Estados Unidos, foi impulsionado pela “maior demanda dos clientes e pela reabertura de muitos negócios em meio ao afrouxamento das restrições”.

(Com informações da Reuters)