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As ações da Didi Chuxing saltaram mais de 6% depois que a gigante chinesa de caronas fez sua estreia pública na quarta-feira (30).
As ações da empresa começaram a ser negociadas a US$ 16,65 por ação, quase 19% acima do preço de oferta da empresa de US$ 14 por ação.
A capitalização de mercado da empresa saltou para quase US$ 80 bilhões. Didi foi avaliado mais recentemente em US$ 62 bilhões após uma rodada de arrecadação de fundos em agosto, de acordo com dados do PitchBook. A avaliação na primeira negociação de quarta-feira é mais baixa do que os US$ 100 bilhões que alguns haviam previsto. Ainda assim, está entre os maiores IPOs dos EUA na última década.
A cotação de Didi na Bolsa de Valores de Nova York ocorre no momento em que a demanda por serviços de carona dispara junto com a queda de casos de Covid-19 e o lançamento de vacinas. As contrapartes americanas da empresa, Uber e Lyft, disseram que serão lucrativas em uma base ajustada até o final deste ano, graças à recuperação.
A oferta também representa um ganho financeiro para o Uber, que detém 12,8% das ações da Didi após adquirir os negócios do Uber na China. O Vision Fund da SoftBank detém 21,5%. A Apple também investiu US$ 1 bilhão na Didi em 2016.
Didi relatou uma perda abrangente de US$ 2,54 bilhões em US$ 21,63 bilhões em receita no ano passado, mas teve um ligeiro lucro de US$ 95 milhões em receita de US$ 6,44 bilhões no primeiro trimestre de 2021. (Parte da lucratividade da empresa no primeiro trimestre pode ser creditada a ganhos em investimentos de US$ 1,9 bilhão relacionados a cisões e desinvestimentos.)
Em comparação, o Uber perdeu US$ 6,77 bilhões em US$ 11,14 bilhões em receita no ano passado, e perdeu US$ 108 milhões em receitas de US$ 2,90 bilhões no primeiro trimestre de 2021.
Entre 2019 e 2020, a receita de Didi encolheu quase 10% enquanto a pandemia de Covid atingiu duramente a China no ano passado. No entanto, antes da pandemia, a receita cresceu 11% entre 2018 e 2019. Além disso, a receita se recuperou no primeiro trimestre, pois a recuperação da pandemia está em pleno andamento, com crescimento de 107% no primeiro trimestre em relação ao trimestre do ano anterior.
A Didi, que foi fundada em 2012, disse em seu prospecto de IPO que tem 493 milhões de pilotos ativos anuais e 41 milhões de transações diárias em média. Ela começou a se expandir internacionalmente em 2018 e a empresa agora opera em 14 países fora da China, com Brasil e México sendo os maiores contribuintes, de acordo com uma nota de pesquisa da Loop no início deste mês. Parte dos recursos arrecadados com o IPO também irá para o aumento de sua presença nos mercados internacionais.
Além do tradicional aviso de carona, Didi investe fortemente em tornar os táxis autônomos uma realidade. A empresa obteve recentemente aprovação para testar veículos autônomos em Pequim.
Didi também enfrenta uma investigação antitruste em algumas das maiores empresas chinesas. O regulador de mercado da China, a Administração Estatal de Regulamentação do Mercado, está investigando se Didi usou alguma prática competitiva que expulsou injustamente concorrentes menores, informou a Reuters. Também está investigando o mecanismo de preços da empresa.
Didi havia alertado em seu prospecto de IPO que se reuniu com os reguladores no início deste ano. A empresa avisou que eles podem estar sujeitos a penalidades, pois os órgãos reguladores podem não ficar satisfeitos com os resultados da inspeção.
“Não podemos garantir que as autoridades reguladoras ficarão satisfeitas com nossos resultados de auto-inspeção ou que não estaremos sujeitos a qualquer penalidade com relação a quaisquer violações de antimonopólio, concorrência desleal, preços, propaganda, proteção de privacidade, segurança alimentar, qualidade do produto, impostos e outras leis e regulamentos relacionados. Esperamos que essas áreas recebam maior e contínua atenção e escrutínio dos reguladores e do público em geral no futuro”, disse a empresa em seu prospecto.
A Didi juntou-se a várias outras empresas que abriram o capital na quarta-feira, incluindo a empresa de triagem biométrica CLEAR, a empresa de publicidade digital Taboola e a empresa de segurança cibernética SentinelOne.
