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Índice de preços ao produtor subiram 1,31% em junho

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Em junho de 2021, os preços da indústria subiram 1,31% frente a maio. O acumulado no ano atingiu 19,11%, o maior para este mês na série histórica iniciada em 2014. O acumulado em 12 meses também foi recorde, chegando a 36,81%.

Em junho, 18 das 24 atividades tiveram alta de preços, contra 17 do mês anterior.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

Em junho de 2021, os preços da indústria subiram 1,31% frente a maio, superando a variação entre maio e abril (0,99%). As quatro maiores variações foram nas atividades de indústrias extrativas (8,71%), produtos de metal (2,80%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,60%) e minerais não-metálicos (2,50%). As maiores influências foram: indústrias extrativas (0,60 p.p.), outros produtos químicos (0,19 p.p.), produtos de metal (0,08 p.p.) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (0,07 p.p.).

acumulado no ano atingiu 19,11%, contra 17,56% em maio/2021, e foi recorde da série, para os acumulados até junho. Entre as atividades com as maiores variações estão: indústrias extrativas (60,76%), refino de petróleo e produtos de álcool (39,68%), outros produtos químicos (33,00%) e metalurgia (32,17%). Os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (3,34 p.p.), indústrias extrativas (3,34 p.p.), outros produtos químicos (2,64 p.p.) e alimentos (2,21 p.p.).

acumulado em 12 meses foi de 36,81% contra 35,85% no mês anterior. As quatro maiores variações foram em: indústrias extrativas (115,55%), refino de petróleo e produtos de álcool (76,64%), metalurgia (55,25%) e outros produtos químicos (53,89%). Os setores de maior influência foram: alimentos (7,60 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (5,87 p.p.), indústrias extrativas (5,44 p.p.) e outros produtos químicos (4,29 p.p.).

A variação de 1,31% em relação a maio repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 0,71% em bens de capital; 1,56% em bens intermediários; e 1,01% em bens de consumo, sendo que 2,03% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 0,81% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A influência das categorias econômicas sobre o resultado do mês foi: 0,05 p.p. de bens de capital, 0,92 p.p. de bens intermediários e 0,35 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,11 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo duráveis e 0,23 p.p. nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado no ano (19,11%), houve variação de 9,27% em bens de capital (com influência de 0,67 p.p.), 26,01% de bens intermediários (14,49 p.p.) e 10,65% de bens de consumo (3,94 p.p.). Este último resultado foi influenciado em em 0,56 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 3,38 p.p. pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Na comparação junho 2021/junho 2020, os preços da indústria subiram 36,81%, com as seguintes variações: bens de capital, 16,03% (1,26 p.p.); bens intermediários, 49,46% (26,68 p.p.); e bens de consumo, 23,22% (8,87 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 1,05 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 7,82 p.p.

Indústrias extrativas: depois de dois meses consecutivos com variações negativas na comparação mês contra mês imediatamente anterior, os preços do setor variaram, em média, 8,71%. Com isso, o acumulado no ano saiu de 47,88%, em maio, para 60,76%, em junho. Por sua vez, no acumulado em 12 meses, observou-se também uma aceleração de maio para junho — de 105,71% para 115,55% — sem que tenha alcançado os resultados de março (136,25%) e abril (125,48%). Apesar da apreciação do real, os preços dos produtos da área do petróleo ou da mineração acompanharam as elevações do mercado externo.

O setor teve a variação mais intensa nas três perspectivas da análise e exerceu a maior influência na variação frente ao mês anterior (0,60 p.p., em 1,31%), a segunda maior no acumulado no ano (3,34 p.p., em 19,11%) e a terceira maior no acumulado em 12 meses (5,44 p.p., em 36,81%).

Alimentos: na comparação com maio, os preços do setor variaram, em média, -0,05%, primeiro resultado negativo desde dezembro de 2020 (-1,05%). Com isso, o acumulado no ano sofreu um recuo, passando de 8,65%, em maio, para 8,60%. No acumulado em 12 meses, todavia, a variação é de 31,08%, maior que a do mês anterior (30,18%), mantendo-se assim acima dos 30%, como tem sido desde setembro de 2020 (32,51%). O setor exerceu a quarta maior influência no acumulado no ano (2,21 p.p., em 19,11%) e a maior sobre o acumulado em 12 meses (7,60 p.p., em 36,81%).

Ainda na comparação com maio, todos os produtos em destaque usam o leite como matéria-prima. Com a seca observada no país, a captação nas bacias leiteiras tem sido limitada, o que faz com que o produto suba de preços, influenciando toda a cadeia industrial posterior. Apesar desse aumento, entre as influências, destacam-se dois produtos – “açúcar VHP (very high polarization)” e “resíduos da extração de soja” – cuja variação negativa fez com que a influência dos quatro produtos destacados tenha sido de -0,52 p.p., em -0,05%.

A queda dos preços desses dois produtos está em linha com a apreciação do real (4,9%, em relação a maio; 2,2% no acumulado no ano; e 3,2% nos últimos 12 meses), mas também sofreu influências externas, como a chegada da safra de soja argentina no mercado mundial.

A influência nas perspectivas de longo prazo, razão pela qual se dá o destaque do setor na análise, é notadamente positiva nos quatro produtos mais influentes, tanto no acumulado no ano quanto no acumulado em 12 meses, sendo comuns as carnes bovinas frescas ou refrigeradas, as carnes e miudezas de aves congeladas e o óleo de soja em bruto. No acumulado no ano, se destaca o açúcar VHP e nos 12 meses, os resíduos da extração de soja.

Refino de petróleo e produtos de álcool: frente a maio, os preços de junho variaram, em média, 0,18%. Com isso, o acumulado no ano chegou a 39,68% e, em 12 meses, a 76,64%. Neste caso, houve uma redução em relação ao mês anterior (106,57%), mas assim mesmo foi a terceira maior variação nesta perspectiva. O destaque dado ao setor se deve aos resultados de mais longo prazo. Em termos de variação, foi a segunda tanto no acumulado no ano quanto no dos últimos 12 meses. Já na influência, foi a primeira no acumulado no ano, 3,34 p.p., em 19,11%, e a segunda no acumulado em 12 meses, 5,87 p.p., em 36,81%.

Outros produtos químicos: a indústria química, no mês de junho, com o resultado de 2,16%, voltou a ter uma variação média de preços positiva, após a redução ocorrida no mês de maio (-0,47%), acumulando 33,00% de variação no ano e 53,89% nos últimos 12 meses, os quais são os maiores acumulados em toda a série da pesquisa para esta atividade.

Os resultados observados estão ligados principalmente aos preços internacionais e à variação de preços de diversas matérias-primas importadas ou não, como, por exemplo, a nafta, apesar de neste mês os maiores responsáveis pelos aumentos estarem concentrados no grupo “fabricação de produtos químicos inorgânicos”, mais especificamente nos fertilizantes. A variação de preços, neste grupo, foi de 9,33% de variação no mês, acumulando variação de 44,81% no ano e 56,11% nos últimos 12 meses. O setor se destacou, na comparação com as 24 atividades da pesquisa, por ter a terceira maior variação de preços no acumulado do ano e a quarta no acumulado em 12 meses. Em relação à influência no resultado foi a segunda maior no mês, a terceira no acumulado do ano e a quarta maior no acumulado em 12 meses.

Produtos de metal: de maio para junho, o setor teve aumento médio de preços de 2,80%, sendo a segunda maior variação observada no mês entre todos os setores das indústrias extrativas e de transformação analisados na pesquisa, além de apresentar a terceira maior influência na variação da Indústria frente a maio: 0,08 p.p., em 1,31%.

Assim como já vem ocorrendo desde o início do ano, o aumento em junho se justifica, em grande parte, pelos maiores preços das matérias-primas utilizadas no setor, em especial o aço.

Com o resultado de junho, o setor acumula uma variação de 24,53% em 2021, maior resultado da série histórica para um acumulado no primeiro semestre do ano. E nos últimos 12 meses, quando comparamos junho de 2021 com junho de 2020, o setor também acumula o maior resultado observado na série: 36,41%.

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: em junho, os preços do setor subiram 2,60% frente a maio. Com isso, a atividade apresentou variação positiva nessa comparação em todos os meses do ano. O resultado de junho se deve, sobretudo, aos maiores preços de “refrigeradores ou congeladores para uso doméstico”, “motores elétricos” e “geradores de corrente contínua de outros tipos”, sendo que os dois primeiros estão entre os produtos de maior peso na atividade.

Entre os produtos de maior influência no setor, apenas “transformadores de dielétrico líquido” seguiu o caminho contrário e impactou negativamente a variação frente a maio. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação mensal foi de 1,80 p.p., ou seja, os demais 17 produtos da atividade contribuíram com 0,80 p.p.

Com a variação de junho, a taxa acumulada no ano chegou a 13,92%, a maior observada em um primeiro semestre do setor em toda a série histórica, iniciada em 2010. E o indicador dos últimos doze meses (M/M-12) alcançou 26,58%, também o maior resultado do indicador na série histórica.

(Com informações do IBGE)

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