Um ex-traficante de drogas da dark web, conhecido como Xanaxman é acusado por um tribunal federal de Maryland de lavar US$ 137 milhões em bitcoins de dentro de uma prisão federal.
Xanaxman, cujo nome verdadeiro é Ryan Farace, foi preso três anos atrás por vender Alprazolam, uma forma de Xanax, um forte remédio contra ansiedade, nos mercados da dark web.
Em novembro de 2018, o tribunal ordenou que Farace confiscasse 4.000 Bitcoins ganhos com a venda de drogas. Quantia avaliada em US$187 milhões hoje. Ele também foi condenado a entregar US$ 5,6 milhões em dinheiro e propriedades.
Mas Farace continuou a lavagem de dinheiro enquanto cumpria uma sentença de prisão de 57 meses, de acordo com a acusação que o tribunal desvendou na quarta-feira. A acusação alega que Farace, auxiliado por seu pai, Joseph Farace, lavou dinheiro de drogas entre outubro de 2019 e abril de 2021.
Em conexão com essas alegações, a Drug Enforcement Administration apreendeu 2.875 bitcoins em fevereiro e outro lote de 59 btc em maio, montante avaliado em US$ 137 milhões.
Embora a acusação se refira a receitas derivadas do tráfico de drogas, não está claro se essas eram posses de bitcoin que o governo não conhecia ou se ele adquiriu de alguma forma enquanto estava na prisão.
Dados confiáveis sobre a dark web são difíceis de obter. Em uma tentativa, a empresa de análise de blockchain Chainalysis estimou que mais de US$ 800 milhões em criptomoedas foram enviados para os mercados da dark web em 2019.
O Silk Road, o primeiro dark market moderno, foi fechado pelo FBI em 2013. A agência apreendeu 173.991 bitcoins, mas ainda há 444.000 Bitcoin desaparecidos. Cerca de 70.000 btcs que se moveram misteriosamente em novembro de 2020, faziam parte desse lote, de acordo com a empresa de análise de blockchain Elliptic.
Em 2014, o investidor de risco Tim Draper adquiriu 30.000 bitcoins confiscados da Silk Road por um preço não revelado.
Por João Victor
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