A Minerva, terceira maior produtora de carne bovina do país, estuda parar o abate em duas plantas com o objetivo de normalizar o fluxo de produção na esteira da greve dos fiscais agropecuários, disse ao Scoop uma fonte com conhecimento direto do assunto.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:BEEF3) nesta quinta-feira (02).
De acordo com a fonte, que pediu para manter o anonimato, as plantas seriam Palmeiras de Goias e Barretos. O período de fechamento seria de uma semana e decorrente dos atrasos nas emissões de certificados sanitários após a paralisação dos fiscais.
De acordo com um executivo do setor, há pelo menos meia dúzia de frigoríficos que cogitam reduzir ou suspender operações de abate em algumas plantas, por conta da demora dos fiscais em assinar os certificados internacionais que autorizam as exportações.
Dessa forma, as eventuais paralizações estariam descorrelacionadas da aparição de casos de doenças no gado, como a suspeita do caso de vaca louca reportado ontem em um frigorífico de Belo Horizonte.
O evento paralisou o comércio internacional de boi gordo na Bolsa de Valores de São Paulo, derrubando o preço da arroba de boi gordo pouco mais de 4%. Segundo o Ministério de Agricultura, as suspeitas da doença estão localizadas em Mato Grosso e Minas Gerais. Rumores de surtos de outras doenças têm derrubado as ações de empresas do setor de proteínas na B3.
A Minerva não comentou imediatamente as informações. De acordo com executivos do setor, esta sexta-feira seria o prazo de recebimento das contraprovas de exames aplicados nos casos isolados de suspeita da doença da vaca louca, e o ministério deverá emitir uma posição oficial sobre o tema. (FVEC+GPB/KS).
Minerva (BEEF3): lucro líquido de R$ 116,7 milhões no segundo trimestre
A Minerva registrou lucro líquido de R$ 116,7 milhões no segundo trimestre, queda de 54% ante o mesmo período do ano passado. Apesar disso, a empresa ainda vê um cenário positivo puxado por exportação e sinergia entre as operações sul-americanas.
A receita líquida obtida entre abril e junho cresceu 42,9% no período e somou R$ 6,287 bilhões, ante R$ 4,399 bilhões obtidos nos três meses do ano anterior, segundo a empresa.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 544,9 milhões, recuo de 7,7% sobre os R$ 590,2 milhões verificados no mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda foi de 8,7%, ante 13,4% no primeiro trimestre de 2020.
Informações BDM