Em julho de 2021, a produção industrial nacional caiu 1,3% frente a junho, na série com ajuste sazonal, segundo resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 1,5%. Já em relação a julho de 2020, houve alta de 1,2%, a décima primeira taxa positiva consecutiva nessa comparação. No ano, a indústria acumula alta de 11,0% e, em doze meses, de 7,0%, intensificando o crescimento de junho (6,6%) e mantendo trajetória ascendente desde agosto de 2020 (-5,7%)%.
O recuo de 1,3% da indústria em julho, frente ao mês anterior, teve perfil disseminado, alcançando duas das quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 26 ramos pesquisados.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes vieram de bebidas (-10,2%), interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas, período em que acumulou expansão de 11,7%; e produtos alimentícios (-1,8%), segundo mês seguido de queda na produção e acumulando nesse período perda de 3,8%. Outras contribuições negativas importantes vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,8%), de máquinas e equipamentos (-4,0%), de outros equipamentos de transporte (-15,6%) e de indústrias extrativas (-1,2%).
Por outro lado, entre as sete atividades com crescimento na produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,8%) exerceu o principal impacto positivo em julho de 2021, terceiro mês seguido de avanço e acumulando, nesse período, expansão de 10,2%.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a junho, houve quedas em bens de consumo duráveis (-2,7%) e bens intermediários (-0,6%), com a primeira marcando o sétimo mês seguido de queda e acumulando nesse período perda de 23,4%; e a segunda recuando 3,2%, no quarto mês consecutivo de queda.
Por outro lado, os setores de bens de capital (0,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%) tiveram resultados positivos em julho de 2021, com o primeiro marcando a quarta expansão seguida e avançando 5,9% nesse período; e o segundo devolvendo pequena parte do recuo de 1,7% assinalado em junho.
Média móvel trimestral fica em -0,1% no trimestre encerrado em julho
Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral da indústria mostrou variação negativa de 0,1% no trimestre encerrado em julho de 2021 frente ao nível do mês anterior e manteve a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2021.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a junho, houve recuos em bens de consumo duráveis (-2,0%) e bens intermediários (-0,6%), com o primeiro permanecendo com a trajetória descendente iniciada em dezembro de 2020; e o segundo marcando o quinto mês seguido de queda e acumulando redução de 2,7%. Por outro lado, bens de capital (0,9%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,7%) tiveram resultados positivos em julho, para ambos o segundo mês seguido de crescimento.
Frente a julho de 2020, a indústria avançou 1,2%
Na comparação com julho de 2020, a indústria avançou 1,2%, com resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 26 ramos, 46 dos 79 grupos e 54,4% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que julho de 2021 (22 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês de 2020 (23).
Entre as atividades, as principais influências positivas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (21,2%), metalurgia (24,8%) e máquinas e equipamentos (26,2%). Outros impactos positivos importantes foram assinalados pelos ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (22,1%), de produtos de minerais não-metálicos (9,0%), de couro, artigos para viagem e calçados (15,3%), de impressão e reprodução de gravações (40,9%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,0%).
Entre as doze atividades em queda, produtos alimentícios (-10,3%) exerceu a influência negativa mais intensa. Vale destacar também as contribuições negativas dos ramos de bebidas (-15,2%), de indústrias extrativas (-2,7%), de móveis (-14,4%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-9,8%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-7,1%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,1%).
Entre as grandes categorias econômicas, frente a julho de 2020, a maior alta foi em bens de capital (33,1%). A produção dos bens intermediários (0,2%) também cresceu, embora abaixo da média da indústria (1,2%). Por outro lado, os bens de consumo semi e não-duráveis (-1,9%) e bens de consumo duráveis (-10,3%) registraram as taxas negativas.
O setor de bens de capital (33,1%) teve a décima primeira taxa positiva consecutiva frente ao mesmo mês do ano anterior. O segmento foi influenciado pelas altas na maior parte dos grupamentos, com destaque para bens de capital para equipamentos de transporte (56,5%). As demais taxas positivas vieram de bens de capital para fins industriais (15,0%), para construção (67,0%), de uso misto (15,2%) e agrícolas (15,0%). O único impacto negativo foi assinalado pelo subsetor de bens de capital para energia elétrica (-8,4%).
A produção de bens intermediários subiu 0,2%, seu décimo terceiro resultado positivo nessa comparação, mas o menos intenso da sequência. O resultado deve-se aos avanços nas atividades de metalurgia (24,8%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (10,6%), de máquinas e equipamentos (22,5%), de produtos de minerais não-metálicos (9,2%), de produtos têxteis (4,5%) e de outros produtos químicos (0,1%.
As pressões negativas vieram de produtos alimentícios (-14,0%), indústrias extrativas
(-2,7%), coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%), produtos de borracha e de material plástico (-1,6%), produtos de metal (-1,2%) e celulose, papel e produtos de papel (-0,3%).
Ainda nessa categoria econômica, vale citar os resultados dos grupamentos de insumos típicos para construção civil (3,0%), com a décima terceira taxa positiva consecutiva nessa comparação, mas a menos intensa da sequência; e de embalagens (-4,4%), que interrompeu dez meses de crescimento na produção.
O setor de bens de consumo semi e não-duráveis (-1,9%) interrompeu quatro meses de altas nessa comparação: março (5,9%), abril (18,3%), maio (14,2%) e junho (2,1%) de 2021. A queda foi explicada pelo recuo de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-8,0%. Vale citar também a taxa negativa no grupamento de não-duráveis (-0,7%). Por outro lado, houve altas nos subsetores de semiduráveis (8,1%) e de carburantes (6,3%).
O setor de bens de consumo duráveis (10,3%) interrompeu quatro meses de taxas altas nessa comparação, pressionado pela redução na fabricação de automóveis (-10,8%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (-26,6%) e da “linha branca” (-17,5%). Vale citar também os recuos de móveis (-14,0%) e motocicletas (-0,3%). Já o principal impacto positivo veio de outros eletrodomésticos (17,3%).
No acumulado do ano, todas as grandes categorias registram altas
O índice acumulado no ano, frente a igual período do ano anterior, chegou a 11,0%, com resultados positivos em 4 das 4 grandes categorias econômicas, 21 dos 26 ramos, 65 dos 79 grupos e 72,7% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias (50,3%), máquinas e equipamentos (39,1%), metalurgia (26,0%) e produtos de minerais não-metálicos (27,3%) exerceram as maiores influências positivas sobre a média da indústria.
Outros ramos com taxas positivas foram produtos de metal (19,5%), produtos de borracha e de material plástico (17,4%), outros produtos químicos (10,3%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (36,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (19,3%), produtos têxteis (30,3%), couro, artigos para viagem e calçados (27,4%), bebidas (8,0%), produtos diversos (26,9%), produtos de madeira (20,4%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (11,5%).
Por outro lado, entre as cinco atividades em queda, a principal influência veio de produtos alimentícios (-6,9%).
Informações IBGE